Minha capacidade de ver, sentir deu um pinote com a entrada do computador em minha vida. Este blogue é sem duvida uma canalização para o meu dia a dia dentro do passado e presente do meu trabalho. Com certeza dará continuidade a minha eterna insatisfação, sei que nunca deixarei de ser migrante mas é o resultado do meu jeito de ser.
quinta-feira, 28 de fevereiro de 2013
Muro da vergonha
Lula foi preciso: ”Se continuar construindo na capital palestina, Israel está complicando a paz, quer que nos distanciemos da paz. Pedimos não apenas a retirada das 900 casas, mas de todas as atividades de construção nos territórios ocupados. Essas palavras não são nossas. Foram ditas pelo presidente Obama." “Enquanto não for destruído o muro erguido na Cisjordânia para anexar ilegalmente terras, e não forem garantidos aos palestinos os direitos de propriedade, de ir e vir, e de buscar saúde, educação e emprego, qualquer enunciado sobre a paz será apenas uma ironia semântica. Um discurso que admite a realidade do que é virtual, mas que não pode ser colocado no plano lógico daquilo que já tenha adquirido existência concreta.” – Lula – Luiz Inácio Lula da Silva.
A muralha começou a ser construída em 2002, durante o governo do primeiro ministro israelense, Ariel Sharon. A iniciativa suscitou críticas da comunidade internacional, que considera o muro como um símbolo de segregação.
O Tribunal Internacional de Justiça de Haia o declarou ilegal em 2004, pois a barreira corta terras palestinas e isola cerca de 450.000 pessoas. Ilegal, racista e transgressor. Com essas palavras a Corte Internacional de Justiça da ONU condenou o polêmico muro que Israel constrói entre seu território e a Cisjordânia, uma obra que pode tornar inviável a formação de um Estado palestino. Chamado de "muro da discórdia" pela imprensa internacional, sua construção vem causando polêmica nos quatro cantos do mundo e conta com a desaprovação explícita de toda comunidade internacional, excetuando os Estados Unidos e sua política pró-Israel.
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quarta-feira, 27 de fevereiro de 2013
Cabra marcado para morrer
buscado no Contexto Livre
No Diário do Centro do Mundo
Um jornal australiano obteve um
documento do governo americano em que Julian Assange e o Wikileaks são
classificados como “inimigos do Estado”.
“Inimigos do Estado” é a mesma categoria em que estão catalogados o
Talibã e a Al-Qaeda, por exemplo. Na prática, pela legislação de
segurança americana, significa que eles podem ser presos sem processo
formal por tempo indeterminado.
Podem também ser executados. Mortos. Eliminados. Como se estivéssemos vivendo o seriado 24 horas.
Onde, no Brasil, o repúdio à perseguição movida pelo governo americano a
Assange? Ninguém se importa com ele? Algum colunista brasileiro o
defendeu? Assange foi alvo de um único editorial? Ou, por criticar os
Estados Unidos, ele não pode ser defendido?
Não só a perseguição americana já passou dos limites. Também a
intransigência inglesa em não dar a ele salvo conduto para que pegue um
avião rumo ao Equador vai passar para a história como um dos maus
momentos da história recente do Reino Unido, em seu alinhamento com a
política externa americana.
Assange está confinado na modesta embaixada equatoriana em Londres.
Ontem, numa fala na ONU, o ministro das relações exteriores do Equador,
Ricardo Patiño, alertou para os riscos físicos que Assange enfrenta em
sua presente situação. Lembremos que o pretexto para isso é o sexo que
duas suecas fizeram consensualmente com ele.
Por teleconferência, Assange também falou ontem num fórum da ONU. Como
sempre, num gesto de elegância, falou menos de si mesmo e mais do
soldado Bradley Manning. (Também numa atitude admirável, Assange recusou
um prêmio de “liberdade de expressão” concedido pela editora argentina
Perfil — que no Brasil é sócia da Abril na Caras — quando soube que
também estava sendo homenageado um jornalista do Equador que recebe
subvenções americanas e trata a patadas o governo constitucional de
Rafael Correa.)
Manning é acusado de ter passado ao Wikileaks os documentos americanos
que, entre outras coisas, mostravam a Guerra do Iraque como ela era e
é, não como os Estados Unidos fingiam que era.
Manning está preso à espera de julgamento, e pode ser condenado à morte
por traição. Até que ativistas fizessem pressão, ele foi submetido a
condições degradantes numa cadeia militar americana. Estava privado de
qualquer contato com outros presos, e durante boa parte do tempo era
impedido de vestir qualquer roupa. Tecnicamente, como lembraram os
ativistas, estava sob tortura contínua.
E agora: o mundo vai esperar o quê para gritar pela libertação de Assange? Que ele morra?
Paulo NogueiraNo Diário do Centro do Mundo
segunda-feira, 25 de fevereiro de 2013
Para que serve a tortura?
buscado no Direto da redação
Recife (PE) - Nesta quinta-feira, Contardo Calligaris na Folha de São Paulo deu à sua coluna o mesmo título desta agora. Diz ele:
“O saco plástico do capitão Nascimento funciona. Os
‘interrogatórios’ brutais do agente Jack Bauer, na série "24 Horas",
funcionam. E, de fato, como lembra ‘A Hora Mais Escura’, de Kathryn
Bigelow, que acaba de estrear, o afogamento forçado e repetido de
suspeitos detidos em Guantánamo forneceu as informações que permitiram
localizar e executar Osama bin Laden.
Nos EUA, na estreia do filme, alguns se indignaram, acusando-o de
fazer apologia da tortura. Na verdade, o filme interroga e incomoda
porque nos obriga a uma reflexão moral difícil e incerta: a tortura, nos
interrogatórios, não é infrutuosa -se quisermos condená-la, teremos que
produzir razões diferentes de sua inutilidade”.
Antes de mais nada, vale ressaltar que há muito o cinema
norte-americano naturaliza a tortura, a injustiça, a exclusão. Desde
Hollywood ele tem sido sentinela avançado do modo capitalista, na
propaganda dos valores da formação do homem norte-americano. De
passagem, lembro um filme de Ford (sim, do grande Ford) em que John
Wayne ouve a seguinte frase do empregado do hotel: "você e o cachorro
sobem, mas o índio não". O que dizer de 007, por exemplo, em sua cruzada
contra os comunistas? O que falar dos mexicanos e índios, sempre
pintados como bandidos desde a nossa infância? O que dizer da ausência
de interioridade nos personagens negros que apareciam em seus filmes,
sempre em posição subalterna ou de pianista para o amor do casal
romântico?
O fundamental é que no fim do texto Calligaris conclui:
“Uma criança foi sequestrada e está encarcerada em um lugar onde
ela tem ar para respirar por um tempo limitado. Você prendeu o
sequestrador, o qual não diz onde está a criança sequestrada.
Infelizmente, não existe (ainda) soro da verdade que funcione. A tortura
poderia levá-lo a falar. Você faz o quê?”.
Esse é um recurso de justificativa da tortura é manjado. Seria algo como:
- Você é capaz de matar uma criança?
- Não, claro que não.
- E se a criança fosse uma terrorista?
- Crianças não são terroristas.
- E se ela estivesse domesticada, com lavagem cerebral, que a tornasse uma terrorista?
- Ainda assim, de modo algum eu a veria como uma terrorista.
- E se essa criança trouxesse o corpo cheio de bombas?
- Eu preferiria morrer a matá-la.
- E se essa criança, com o corpo de bombas, entrasse para explodir uma creche?
- Não sei.
- E se nessa creche estivessem os seus filhos e as pessoas que você ama?
- Neste caso...
E neste caso estariam justificados os fuzilamentos de meninos que
atiram pedras em tanques de Israel. E neste caso, num desenvolvimento
natural, estaria justificado até o assassinato dos que lutam contra a
opressão, porque mais cedo ou mais tarde se tornarão terroristas. E para
que não vejam nisto um exagero, citamos as palavras de Kenneth Roth, da
Human Rights Watch: `Os defensores da tortura sempre citam o
cenário da bomba-relógio. O problema é que tal situação é infinitamente
elástica. Você começa aplicando a tortura em um suspeito de terrorismo, e
logo estará aplicando-a em um vizinho dele` ".
É monstruoso, é um atestado absoluto do desprezo pela pessoa, que na
mídia se discuta hoje não a moralidade da tortura, mas a sua eficiência.
Esse deslocamento de humanidade – que sai da moral para descer no mais
útil - é sintomático de que não basta mais ser brutais em segredo, na
privacidade, escondido. Não. Há de se proclamar que princípios
fundamentais da barbárie sejam fundamentos de cidadania. Assim como os
defensores da ditadura têm a petulância de vir a público dizer que
apenas se matavam terroristas, portanto, nada de mais; assim como o cão
hidrófobo que leva o nome de Bolsonaro – e nesse particular, ele é da
mesma raça e doença dos fascistas em geral – zomba sobre os cadáveres de
socialistas, agora nas tevês, no cinema, passam à justificação moral da
tortura.
Perigo à vista. Nós, os humanistas, temos adotado até aqui uma
atitude passiva, ordeira, o que é um claro suicídio. Esse ar de
bons-moços que andam pela violência como Cristo sobre as águas, além de
suicídio, porque nos afundaremos todos, é, antes do desastre, um
recolhimento da ética para os fundos que defecam.
Entendam. Longe está este colunista da valentia e poderosas forças.
Mas nós que não sabemos atirar balas ou socos, temos que agir com as
armas que a dura vida nos ensinou: escrevendo. E como temos sido
omissos.
OS ANTAS-OLÓGICOS
buscado no Gilson Sampaio
Via Juntos Somos Fortes
“Os
antas-ológicos são a mais ampla e nefasta ameaça a espécie humana,
porque reproduzidos em série pelo capitalismo via tevê, mídia de mercado
e acreditam piamento que o carro tem que dormir na cama ao seu lado e a
mulher na garagem. São machistas”.
Laerte Braga
Obama
não é, certamente. Pelo contrário. ANTAS-OLÓGICAS lembram aqueles nerds
norte-americanos que entendem de tudo desde que haja um gibi do
Superman por perto.No caso específico do Brasil é padrão é o filho de
Eike Batista, Thor Batista. Deve se imaginar o próprio deus nórdico e
seu martelo. Uma Ferrari (+a), martelo hoje para esse tipo de gente é
outra coisa.
Podem ser o filho de Eike, ou os
pistoleiros e policiais militares que assassinam camponeses em nome do
“progresso” e do aumento da produtividade dos transgênicos, seguido de
desmatamento.
Aécio Neves é anta-ológico. Se for
solto no centro de Belo Horizonte e não tiver um guia não chega em
casa. Não conhece a capital mineira. Numa solenidade de entrega da
medalha da Inconfidência, em Ouro Preto, em 2010, mais de um jornalista
ouviu a governanta Andréa Neves dizer alto e bom som que “se eu não
tomar conta dos negócios o Aecinho joga tudo fora”
.
Isso
tem um reflexo largo no todo da sociedade. Por exemplo, o filho de um
criminoso no Espírito Santo, solto por vários habeas corpus suspeitos,
que escreve descansar assim “descançar”, quando acuado, os neurônios já
atingidos pelas drogas, proclama que está cheio de “fartos documentos
para prova”. Passou no vestibular da faculdade do pai.
Vai esperar o correr do tempo para pegar o diploma e pronto.
José
Serra é mais que anta-ológico, é mistura de anta com crocodilo e
cascavel, um tipo de ornitorrinco diferente dos anta-ológicos normais.
Darwin não teve tempo de descrevê-los, ateve-se a Galápagos
principalmente e concentrou-se nos ditos irracionais. Não percebeu os
dito “racionais”.
Gilmar Mendes, por exemplo, não é anta-ológico, pelo contrário, é espertíssimo, escreve corretamente e dá nó em pingo d’água.
O
capitalismo tem um trem engraçado. Obesas não gostam de sair às ruas
com receio de serem vistas como carta fora do baralho. Aí abraçam causas
tipo piedade e salvem as bandeiras não importa do que seja, ou de quem
sejam.
Um tipo da blogueira cubana que está
circulando pela País ao estilo Susane Labin, amiga Carlos Lacerda e veio
testemunhar, antes de 1964 que comunistas assavam e comiam crianças e
matavam velhos. Crianças hoje morrem à míngua na África, velhos nas
filhas da saúde pública.
Foi quando descobriram a bi-polaridade.
O
último tipo de anta-ológico que conheci refugia-se no dinheiro do
papai, não tem quase mais neurônios, mas tem “fartos documentos”, de que
ninguém sabe. É outra mania, têm provas de tudo que ao final não provam
coisa alguma até porque não provam nada que não seja a “nerdice”,
digamos assim.
Pior, aos sábados e domingos têm mania de entender de carne para o churrasco melhor que gaúcho.
Os
antas-ológicos são a mais ampla e nefasta ameaça a espécie humana,
porque reproduzidos em série pelo capitalismo via tevê, mídia de mercado
e acreditam piamento que o carro tem que dormir na cama ao seu lado e a
mulher na garagem. São machistas.
Se um
anta-ológico sai numa coluna social como benfeitor de qualquer coisa,
recorta edições e mais edições do jornal, espalha pelo seu círculo
inteiro e se coloca num altar de barro na expectativa que as pessoas se
ajoelhem e digam Manitu, Manitu.
Nem todo
anta-ológico é mau caráter, evidente. Mas boa parte resvala para esse
caminho e de um modo geral são edipianos. Se atrelam às mães como se
amantes fossem.
O risco é oferecer uma mamadeira e depois uma chupeta. Pegam de primeira.
Álvaro
Dias e um anta-ológico que evoluiu para a peruca. Sérgio Cabral já
preferiu evoluir para Luciano Huck e evoluir aqui é modo de dizer, no
duro mesmo é involução. Geraldo Alckimin para a OPUS DEI e vai por aí
afora.
Quando Guilherme Figueiredo escreveu o TRATADO GERAL DOS CHATOS estava tratando de uma significativa parcela de
antas-ológicos. Hoje está de tal ordem disseminada a “categoria” que a
turma dos documentos fartos e do “descançar” ameaça tomar conta do
mercado. Planeta dos Macacos na certa.
Nesse caso estaremos sob a égide de uma legião de Bush e de especialistas em churrascos e fartos documentos.
E haja saco! Por serem o que são, na regra geral são covardes.
Tratado Geral dos Chatos
Tempos atrás descobri num sebo o “Tratado Geral dos Chatos” escrito pelo Guilherme Figueiredo, irmão do João Batista Figueiredo, aquele cara que foi presidente da república. Nunca mais vi o livro, mas graças à internet recuperei algumas pérolas. Veja em que categoria de chato você se enquadra.
Hamletianos:
Desastrados bem-intencionados. O autor se inspirou no personagem de Shakespeare que assassinou seu empregado Polônio sem querer, levou a bela Ofélia à loucura sem intenção e acabou matando todos os amigos e a própria mãe. Mas não foi por mal.
Catalítico:
Aqueles que não precisam fazer nada para serem chatos. Sua simples presença basta. Mesmo sem se moverem ou falarem, emitem partículas de chatice que giram ao seu redor, os chamados anéis de Chaturno.
Vivissectólogos:
Aqueles que não conseguem contar um caso sem fazer uma digressão, sem voltar atrás, sem entremear uma história com outra. Para falar de uma salada de frango, têm que mencionar o nome do dono da granja.
Tartufoclocos:
Instalam-se na casa alheia. Exemplos: parentes do interior, cunhados, sogras e amigos de infância. Inspirado em dois personagens inconvenientes da história do teatro, Tartufo, de Molière, e Clo-Clo, de Marcel Achard.
Postulantes:
Os que têm sempre uma encomenda a fazer, seja uma peça para o computador ("Já que você vai mesmo a Nova York") , seja um cigarro para fumar depois.
Ofertantes:
Aparentemente, são o oposto da categoria acima. Dizem sempre "Você manda, não pede", e "Disponha sempre!" Mas depois emendam "Isso eu não posso fazer. Quem sabe numa próxima?"
Catequéticos:
Os que tentam nos catequizar. O tempo todo querem converter-nos à sua religião, ao seu partido, ao seu time de futebol, ao seu esporte preferido.
Pirotécnicos:
Identificáveis por expressões do tipo: "Como vai essa força?!" Dão muitos abraços, tapas nas costas e usam pontos de exclamação em toda as frases!
Artesanais:
Estão sempre dispostos a consertar qualquer coisa, sejam lâmpadas, isqueiros, relógios ou computadores. Irritantemente habilidosos.
Faisões:
Usuários compulsivos do pronome "eu". Só sabem falar de si mesmos.
Confidenciais:
Os que pensam saber as notícias de primeira mão. Geralmente seguram você pela ombro e contam coisas óbvias, que todo mundo já sabe.
Otelos:
Têm ciúme em excesso, e não só do cônjuge, mas também dos amigos. Ficam ofendidos quando não são chamados para um almoço ou um cinema, mesmo que não pudessem ir.
Dom-juanescos:
Paqueradores compulsivos, costumam se gabar de suas conquistas com os amigos
Iagos:
São invejosos e escolhem uma vítima - escritor, músico ou político - para alvo permanente. Muitos críticos profissionais pertencem a esta categoria.
Sursumcordistas:
Fazem promessas. Invariavelmente otimistas, dizem coisas como "A coisa vai melhorar".
Gratitudinenses:
Sempre lembram que você lhes deve algo. Suas frases típicas são "Troquei muito a sua fralda" e "Ajudei muito o seu pai quando ele estava em dificuldade". O duro é quando o gratitudinense é também postulante.
Logotécnicos:
São os que gostam de falar palavras difíceis, termos técnicos ou trocadilhos.Como você deve ter percebido por essa classificação, é nesta categoria que se enquadra o autor do livro, embora ele mesmo não soubesse disso.
Interchatos
Essa é por conta do Bar do Bulga. São os que se utilizam da internet para fazer uso de sua chatice. Quer coisa pior do que receber aqueles trabalhos em powerpoint, cheios de imagens de gosto duvidoso, com texto de terceira categoria e com uma musiquinha brega no fundo, tentando nos dar lição religiosa, de moral ou de chatice?
sábado, 23 de fevereiro de 2013
12 Animações de obras literárias clássicas
Buscado no Peculiarizar
Abaixo, pequena seleção de animações de obras
literárias clássicas para você se deleitar.
O que é interessante observar:
Se você já leu a obra:
- Atenção para a estética, a técnica, a linguagem adaptada, o roteiro.
Se você ainda não leu:
- Atenção! Um filme nunca substitui um livro. Um filme é a visão de alguém numa linguagem adaptada para aquele gênero literário. Convém ler o livro também!
Se você tem alguma resistência ao fato de os vídeos serem em outros idiomas:
- Em alguns vídeos, há a possibilidade de configurar a legenda;
- Aproveite a oportunidade de treinar seu conhecimento sobre idioma;
- Busque o vídeo com legendas em outros canais;
- Busque ferramentas de tradução.
Crime e Castigo – Dostoievski
Alegoria da Caverna – Platão
Édipo Rei (estrelado por vegetais) – Sófocles
Oedipus
*WARNING: contains scenes of vegetable sensuality* (2004) short
film from jason
wishnow on http://vimeo.com">Vimeo
.Romeu e Julieta – Shakespeare
The diaries of Franz Kafka – Kafka
Médico Rural – Kafka
Steppenwolf – Herman Hesse
O velho e o Mar - Ernest Hemingway
Contos italianos – Italo Calvino
“I Started Early–Took My Dog” - Emily Dickinson
“The Family That Dwelt Apart” - E.B. White
The Giving Tree – Shel Silverstein
A FUNARTE E A ESTÉTICA DA MÍDIA
buscado no trezentos
Por Carlos Henrique Machado Freitas
“Faz-se necessário urgentemente que a arte retorne às suas fontes legítimas. Faz-se imprescindível que adquiramos uma perfeita consciência, direi mais, um perfeito comportamento artístico diante da vida, uma atitude estética, disciplinada, livre, mas legítima, severa apesar de insubmissa, disciplina de todo o ser, para que alcancemos realmente a arte. Só então o indivíduo retornará ao humano. Porque na arte verdadeira o humano é a fatalidade”. (Mário de Andrade – O Baile das Quatro Artes)
Tem uma cabeça de mídia enterrada na Funarte, isso é indiscutível. O fato concreto é que a Funarte – que já foi uma das instituições mais importantes da cultura brasileira – hoje tem como objetivo buscar soluções nos materiais manufaturados da indústria cultural. Não há qualquer perspectiva de valor desde a época em que Ferreira Gullar presidiu esta instituição. Nos últimos dez anos, por exemplo, a Funarte vem sendo presidida de forma ininterrupta, por atores da Globo e, consequentemente o radar da cultura de mídia acaba se instalando no ponto mais alto da Fundação Nacional das Artes. E a história não mente, vivemos desde a gestão de Gullar até os dias atuais, com Grassi, Frateschi, Mambert e, novamente Grassi em uma história cheia de pretensões, cobiças que povoaram a Funarte como valores supremos e a jogou num território deserto de ideias.
Na verdade esta instituição que, na década de 1980, realizava uma audaciosa política e com uma eficácia extraordinária, dentro dos quadrantes do entendimento do mercado cultural trazido pelos seus presidentes, todos profissionais a serviço da mídia hegemônica, efetivamente nenhuma possibilidade foi criada para se inaugurar novas relações e ações com a nova produção cultural e, muito menos com as novas ideias dos grandes intelectuais brasileiros. Tanto que não conseguimos ver perspectiva de futuro para a instituição, tal o caldo previsibilidade que tão somente combina técnicas de editais com liberação de verbas. Ninguém hoje pensa ousadamente, na Funarte, em buscar soluções no contexto universal da cultura brasileira. O que se vê é um relativismo celebralista que, se não faz com que reconheçamos mais como ações do Estado com objetivos específicos de valorizar as artes brasileiras, esse sistema artificial definido pela relação entre a instituição e a mídia, tem objetivos apenas na ordem material.
O uso triunfalista do Projeto Pixinguinha subordinado a interesses de grupos fechados acabou por ser utilizado, nessa sua retomada, somente para criar expectativas e fabricar slogans com significação muito mais pessoal que algo que pudesse assegurar um sentido novo à filosofia do que foi, na nascente, esse grande projeto. E isso se revela uma grande contradição.
Agora mesmo assistimos a um enorme paradoxo, quando indiscutivelmente a Ministra Marta Suplicy busca a valorização da cultura negra. Com um olhar diferente de sua antecessora, Marta promove a “Capacitação para os Editais de Cultura Negra do MinC/Seppir”. Sem dúvida é uma iniciativa que merece aplausos, mas ciente dos paradoxos desse sistema de editais, não podemos deixar de tentar provocar uma reflexão.
Pergunto: é esta a forma de se incentivar a participação da cultura negra nas relações do Estado e sociedade? Essa discussão tem que ser feita porque, sinceramente o fino da observação nos mostra que jamais esse universo extraordinariamente rico proveniente das matrizes africanas de nossa cultura vai se entregar à fúria de um sistema de editais. Como dizia Paulo Freire, burocratizar as mentes desse universo.
O Estado tem que parar de se espelhar no setor corporativo. Ao contrário disso, através da intimidade de grandes pensadores, a Funarte deveria inverter a ordem, identificar o que existe de mais rico nessa cultura autônoma de personalidade excepcional para criar uma aproximação numa nova elaboração estética entre o Estado e a sociedade. É disso que estamos precisando, de uma gestão que explique, que ilumine, que revele biografias de grandes artistas pela riqueza que eles produzirem e não no transe corporativo que vive do anonimato de uma mesa de comissão técnica que é um poço de contradições diante da realidade cultural brasileira.
A atividade criadora corresponde à parte essencial de nossa personalidade. E jamais se deixará levar pelo jogo de contradições e coincidências entre as cartas elaboradas pelos lampejos tecnocráticos e a política cultural de cunho patriarcal.
E se hoje, a Funarte não consegue sequer criar grandes tensões entre ela e o território artístico brasileiro, é porque está consolidado o exílio do que temos de síntese da criação contemporânea brasileira no mundo das artes.
É fundamental a tomada de consciência sensitiva sobre isso. O Estado não pode ser concorrente da sociedade. A cultura brasileira não cabe na lógica de comissão examinadora que já nos massacra pela Lei Rouanet, via departamentos de marketing e editais corporativos. Por isso, a Funarte hoje, diante de seu próprio retrato, é apenas um quarto de dormir.
“Nesse ramo dos conhecimentos humanos tudo está achado, formulado, rotulado e encaixotado; é só prover os alforges da memória. Em todo caso, não transcendas nunca os limites de uma invejável vulgaridade”. (Teoria do Medalhão – Machado de Assis).
sexta-feira, 22 de fevereiro de 2013
A ilha, seu povo, seu sonho
buscado no Gilson Sampaio
Via Jornal do Brasil
Mauro Santayana
Podemos
discordar do regime político de Cuba, que se mantém sob o domínio de um
partido único. Mas é preciso seguir o conselho de Spinoza: não
lisonjear, não detestar, mas entender. Entender, ou procurar entender. A
história de Cuba — como, de resto, de quase todo o arquipélago do
Caribe e da América Latina — tem sido a de saqueio dos bens naturais e
do trabalho dos nativos, em benefício dos colonizadores europeus,
substituídos depois pelos anglossaxões.
E, nessa
crônica, destaca-se a resistência e a luta pela soberania de seu povo
não só contra os dominadores estrangeiros mas, também, contra seus
vassalos internos.
Havana se tornara o maior e mais procurado bordel americano
Já
se tornou luga-comum lembrar que, sob os governos títeres, Havana se
tornara o maior e mais procurado bordel americano. A legislação, feita a
propósito, era mais leniente, não só com o lenocínio, e também com o
jogo, e os mais audazes gangsters de Chicago e de Nova York tinham ali
os seus negócios e seus retiros de lazer. E mais: as mestiças cubanas,
com sua beleza e natural sensualidade, eram a atração irresistível para
os entediados homens de negócios dos Estados Unidos.
A
Revolução Cubana foi, em sua origem, o que os marxistas identificam
como movimento pequeno burguês. Fidel e seus companheiros, no assalto ao
Quartel Moncada — em 1953, já há quase 60 anos — pretendiam apenas
derrocar o governo ditatorial de Fulgencio Batista, que mantinha o país
sob cruel regime policial, torturava os prisioneiros e submetia a
imprensa a censura férrea. A corrupção grassava no Estado, dos contínuos
aos ministros. O enriquecimento de Batista, de seus familiares e
amigos, era do conhecimento da classe média, que deu apoio à tentativa
insurrecional de Fidel, derrotada então, para converter-se em vitoria
menos de seis anos depois. Os ricos eram todos associados à exploração,
direta ou indireta, da prostituição, disfarçada no turismo, e do
trabalho brutal dos trabalhadores na indústria açucareira.
Foi
a arrogância americana, na defesa de suas empresas petrolíferas, que se
negaram a aceitar as novas regras, que empurrou o advogado Fidel Castro
e seus companheiros, nos dois primeiros anos da vitória do movimento,
ao ensaio de socialismo. A partir de então, só restava à Ilha encampar
as refinarias e aliar-se à União Soviética.
Os
americanos, sob o festejado Kennedy — que o reexame da História não
deixa tão honrado assim — insistiram nos erros. A tentativa de invasão
de Cuba, pela Baía dos Porcos, com o fiasco conhecido, tornou a Ilha
ainda mais dependente de Moscou, que se aproveitou do episódio para
livrar-se de uma bateria americana de foguetes com cargas atômicas
instalada na Turquia, ao colocar seus mísseis a 100 milhas da Flórida,
no território cubano.
A solução do conflito, que
chegou a assustar o mundo com uma guerra atômica, foi negociada pelo
hábil Mikoyan: Kruschev retirou os mísseis de Cuba, e os Estados Unidos
desmantelaram sua bateria turca, ao mesmo tempo em que assumiram o
compromisso de não invadir Cuba — mas mantiveram o bloqueio econômico e
político contra Havana. Enfim, ganharam Moscou e Washington, com a
proteção recíproca de seus espaços soberanos — e Cuba pagou a fatura com
o embargo.
O malogro do socialismo cubano
nasceu desse imbróglio de origem. Tal como ocorrera com a Rússia
Imperial e com a China, em movimentos contemporâneos, o marxismo serviu
como doutrina de empréstimo a uma revolução nacional. O nacionalismo
esteve no âmago dos revolucionários cubanos, tal como estivera entre os
social-democratas russos, chefiados por Lenin e os companheiros de
Mao.
Os cubanos iniciaram reformas econômicas
recentes, premidos, entre outras razões, pelo fim do sistema
socialista. Ao mesmo tempo tomaram medidas liberalizantes, permitindo as
viagens ao exterior de quem cumprir as normas habituais. É assim que
visita o país a dissidente Yoani Sánchez (que mantém seu blog na
internet de oposição ao governo cubano) e é reverenciada pelos setores
de direita. Ocorre que ela não é tão perseguida em Havana como proclama e
proclamam seus admiradores. Tanto assim é que, em momento delicado para
a Ilha, quando só pessoas de confiança do regime viajavam para o
exterior, ela viveu dois anos na Suíça, e voltou tranquilamente para
Havana.
É sabido que Yoani Sánchez mantém
encontros habituais com o escritório que representa os interesses
norte-americanos em Cuba, como revelou o WikeLeaks. Há mais, ela
proclama uma audiência que não tem, como assegura o sistema de registro
mais confiável, o da Alexa.com (citado por Altamiro Borges em seu site),
em que ela se encontra no 99.944º lugar na audiência mundial, enquanto o
modesto jornal O Povo, de Fortaleza, se encontra na 14.043ª
posição, ou seja dispõe de sete vezes mais seguidores do que Yoani. Há
mais: ela afirma que tem 10 milhões de acessos por mês, o que contraria a
lógica de sua posição no ranking citado. O site de maior tráfego nos
Estados Unidos é o do New York Times, com 17 milhões de acessos mensais.
Yoani Sánchez (que mantém seu blog na internet de oposição ao governo cubano) é reverenciada pelos setores de direita
Apesar
de tudo isso, deixemos essa senhora defender o seu negócio na internet.
É seu direito dizer o que quiser, mas não podemos tolerar que exija do
Brasil defender os direitos humanos, tal como ela os vê, em Cuba ou
alhures. Um dos princípios históricos do Brasil é o da não interferência
nos assuntos internos dos outros países. O problema de Cuba é dos
cubanos, que irão resolvê-lo, no dia em que não estiverem mais obrigados
a se defender da intervenção dos estrangeiros, que vêm sofrendo desde
que os espanhóis, ainda no século 16, ali se instalaram. Foram
substituídos pelos Estados Unidos, depois da guerra vitoriosa de
Washington contra o frágil governo da regente Maria Cristina, da
Espanha. Enfim, o generoso povo cubano, tão parecido com o nosso, não
teve, ainda, a oportunidade de realizar o seu próprio destino, sem as
pressões dos colonizadores e seus sucessores.
Dispensamos
os conselhos da senhora Sánchez. Aqui tratamos, prioritariamente, dos
direitos humanos dos brasileiros, que são os de viver em paz, em paz
educar-se e em paz trabalhar, e esses são os direitos de todos os povos
do mundo. Ela, não sendo cidadã de nosso país, não deve, nem pode,
exigir nada de nosso governo ou de nosso povo. Dispensamos seus avisos
mal-educados e prepotentes, e esperamos que seja festejada pela direita
de todos os países que visitará, à custa de seus patrocinadores (como o
Instituto Millenium), iludidos pelo seu falso prestígio entre os
cubanos.
terça-feira, 19 de fevereiro de 2013
Censura: Cuba faz o que as multinacionais farmacêutica estão proibidas
buscado no Boilerdo
Tradução do
Google-Original aqui
Cubsaúcerca de 8 milhões de pessoas (2). No entanto, os meios de comunicação internacionais têm quase completamente ignorado.
Em 2012, Cuba patenteou a primeira vacina terapêutica contra o
câncer de pulmão avançado no mundo, o Cimavax-EGF (3). E em
janeiro de 2013 anunciando a Racotumomab segunda chamada (4). 86
países ensaios clínicos mostram que essas vacinas, mas não curam a
doença, atingir a redução de tumores e fornecer uma fase estável
da doença, aumentando a expectativa de vida e de qualidade.
O Centro de Imunologia
Molecular de Havana, que pertence ao Estado cubano, é o
criador de todas estas vacinas. Já em 1985, desenvolveu a
vacina contra a meningite B (5), única no mundo, e outros mais
tarde, como aquelas contra a hepatite B ou dengue (6). Além
disso, a investigação durante anos para desenvolver uma vacina
contra a SIDA (7). Outro centro de Estado cubano, laboratórios
LABIOFAM, também desenvolve o câncer homeopática: Vidatox é o
caso, feito a partir do veneno de escorpião azul (8).
Cuba exporta esses
medicamentos para 26 países, e participa de joint ventures na China,
Canadá e Espanha (9). Tudo isso completamente quebra um
estereótipo muito difundido, reforçado pelo silêncio da mídia
sobre a evolução de Cuba e de outros países do Sul: vanguarda
pesquisa médico-farmacêutica ocorre apenas nos países chamados
"desenvolvidos".
Sem dúvida, o
desempenho da economia cubana alcançou vendas internacionais desses
medicamentos (10). No entanto, sua filosofia de pesquisa e
marketing está em desacordo com a prática de negócios da Big
Pharma.
O Prêmio Nobel de
Medicina Richard J. Roberts denunciou recentemente as empresas
farmacêuticas para orientar a sua investigação não cura a doença,
mas o desenvolvimento de medicamentos para doenças crónicas, mais
financeiramente rentável (11). E ele apontou para as doenças
dos países mais pobres por causa da baixa rentabilidade,
simplesmente não investigados. Assim, 90% do orçamento da
investigação é atribuída a doença 10% da população mundial.
A indústria
médico-farmacêutica pública de Cuba, ainda permanece uma
importante fonte de divisas para o país, governado por princípios
radicalmente opostas.
Em primeiro lugar, as
suas investigações visam, em grande parte, o desenvolvimento de
vacinas que previnam a doença e, consequentemente, diminuir as
despesas de drogas da população. Em um artigo na prestigiosa
revista Science, pesquisadores da Universidade de Stanford
(Califórnia) Paulo de Drenagem e Barry Michele afirmou que Cuba
obtém melhores indicadores de saúde que os EUA gastam até 20 vezes
menos (12). O motivo: a ausência, no modelo cubano de pressões
comerciais e incentivos de empresas farmacêuticas, e uma estratégia
bem-sucedida de educar as pessoas sobre a prevenção da saúde.
Além disso, as
terapias naturais e tradicionais, como a fitoterapia, acupuntura,
hipnose e muitos outros, não lucrativas práticas para fabricantes
de medicamentos, são construídas por anos no sistema de saúde
público e gratuito da Ilha (13) .
Enquanto isso, em Cuba
os medicamentos são distribuídos, em primeiro lugar, na rede
hospitalar pública nacional, gratuitamente ou altamente subsidiado,
justamente, graças aos ganhos de divisas provenientes das
exportações (14).
Indústria farmacêutica
cubana também se destina apenas ao orçamento de publicidade
despesas que, no caso da multinacional, é superior mesmo ao
investido na pesquisa propriamente dita (15).
Por último, Cuba
promoveu a produção de medicamentos genéricos disponíveis para os
países pobres e da Organização Mundial de Saúde, a um preço
muito inferior ao da grande indústria mundial (16).
Mas estes acordos, não
de mercado regras, gerar fortes pressões da indústria
farmacêutica.Recentemente, o Governo do Equador a Cuba anunciou a
compra de uma série de medicamentos, "reciprocidade" pelas
bolsas equatorianos estudantes em Cuba e para o apoio de
especialistas cubanos no "Manuela Espejo" para deficientes
(17 ). Protestos da Associação Equatoriana de Laboratórios
Farmacêuticos imediatamente se tornou campanha de mídia, espalhando
a mensagem da pretensa qualidade pobre de drogas cubanos (18).
Além disso, muitos
analistas por trás do golpe em Honduras, em 2009, a indústria
farmacêutica internacional de grande porte, como o governo do
deposto Manuel Zelaya, no âmbito do acordo ALBA, destinada a
substituir a importação de medicamentos de multinacionais pelo
cubano genérico (19).
O bloqueio dos EUA
contra Cuba, imposto obstáculos para comercialização internacional
de produtos farmacêuticos cubanos, mas também prejudicar
diretamente a cidadania dos EUA. Por exemplo, 80.000 pessoas com
diabetes que sofrem neste país a cada ano, a amputação de dedos
dos pés, não pode acessar o P vacina Heperprot cubano que impede
precisamente (20).
O Prêmio Nobel de
Química Peter Agre, declarou recentemente que "Cuba é um
grande exemplo de como integrar o conhecimento científico e de
investigação" (21). Irina Bokova, Diretora-Geral da
UNESCO, disse que ficou "muito impressionado" com os
avanços científicos de Cuba e mostrou a vontade da Organização
das Nações Unidas, em promovê-los em todo o mundo (22). A
pergunta é inevitável: com o imperativo de colaboração para os
meios de comunicação internacionais de divulgar?
segunda-feira, 18 de fevereiro de 2013
Como fazer fortuna roubando dos outros: os piratas de Hollywood
buscado no baixa cultura
Olhe bem pra essa foto p&b com esses senhores sisudos e bem vestidos. São integrantes da Motion Picture Patents Company, o primeiro grande truste de estúdios de cinema dos Estados Unidos. Entre as nobres figuras está Thomas Edison, empresário/inventor de mais de 2 mil patentes. Data: 1908.
Um ano antes, Thomas Edison – que mais do que inventor, foi um patenteador – tinha ganho na corte dos EUA o monopólio de exploração de uma novidade tecnológica: o cinetógrafo,
na época a primeira câmera de cinema bem-sucedida. Esse monopólio
significava que qualquer câmera de cinema igual ao cinetógrafo que
estivesse rodando nos Estados Unidos tinha que ter permissão do senhor
Edison para funcionar.
Até então, o assédio de Edison sobre os
fabricantes ou distribuidores “não autorizados” de sua máquina eram bem
conhecidos. O apoio jurídico foi o que ele esperava para criar a MPPC,
um cartel de patentes composto das principais empresas da película e
fornecedores da época, principalmente de Nova York, a meca do cinema do
cinema mudo do início do século.
Como se esse tipo de controle não fosse suficiente, a MPPC fundou outra companhia, chamada “General Film Company“,
cujo objetivo era adquirir todo o estoque de filmes do país e bloquear a
importação de filmes estrangeiros. Em 1911, a General Film adquiriu 68
“sacos” de distribuição de filmes e negou a licença para outras 11,
segundo informa este livro.
Foi o que bastou para uma das empresas afetadas se rebelar. A ”Greater New York Film Rental Company”
optou por não vender nem aceitar o preço de Edison. O proprietário era
um empresário de origem húngara que tinha começado no negócio em 1904,
com a compra de uma empresa no Brooklyn por 1 600 dólares – e que, anos
depois, seria dono de um império de 400 milhões de doletas. Seu nome era William Fox.
Eufemismos
Desafiando Edison e
seus amigos da MPPC, um grupo de donos de sala de cinema e produtores
decidiu ignorar o monopólio e a lei. Ainda que a MPPC produzisse filmes
num ritmo alucinante de um por semana em seus estúdios, Fox e seus
comparsas achava que havia um mercado muito maior, para qual essa oferta
não era suficiente.
Muitos desses empreendedores do cinema
se chamavam de “independentes” para se diferenciar da turma de Edison.
Mas estes claramente poderiam ser chamados de “ilegais”, ou “piratas”,
ou “ladrões de propriedade intelectual”, segundo os parâmetros da época,
porque não pagavam royalties pelas patentes nem pediam permissão para
usar o invento dos outros. Ainda fabricavam equipamentos “ilegalmente” e
mantinham uma rede de distribuição de filmes clandestina. Por conta da
perseguição que sofriam, resolveram fugir de Nova York e da sanha
gananciosa da turma de Edison.
Nasce Hollywood
Os exibidores, produtores e diretores
“independentes” tinham por objetivo fugir da Big Apple e se estabelecer a
uma distância razoável da cobrança de royalties dos advogados da MPPC. O
lugar encontrado foi do outro lado do país, um subúrbio de 5000
habitantes chamado Hollywood, a 4500 km de NY – convenientemente próximo
da fronteira com o México, caso precisassem fugir de novo.
O resto é conhecido. Longe da sanha
patenteadora de Edison e da MPPC, o grupo de “independentes” fundou os
principais estúdios de cinema dos Estados Unidos – Fox, Warner Brothers, Universal, Paramount, MGM. E os que se mantiveram sob a guarda da tecnologia de Edison morreram esquecidos com seus estúdios – “Biograph Studios”, “Essanay Film Manufacturing Company”, “Kalem Company”.
Este mesmo grupo de independentes que
criou Hollywood está atualmente na linha de frente de outro grupo que
você conhece muito bem, a Motion Picture Association of America (MPAA).
Um século atrás eles fugiram para evitar pagar royalties para o “dono
da propriedade intelectual” de câmera de cinema, inovação técnica que
tinha permitido todo o seu negócio. Hoje, caçam “piratas” que ousam
distribuir e usufruir de seus produtos sem autorização pela internet.
E a história se repete: novos
empreendedores, agora do ciberespaço, fogem dos advogados de Hollywood
para não pagar pelo conteúdo dos estúdios/gravadoras, ou distribuir
estes mesmos produtos via P2P. Mas, depois de um século de globalização,
parece que não há mais distância suficientemente segura, pelo menos não dentro da terra.
Paralelismos
Em 1920, quando a
polícia dos EUA chegou ao Oeste para investigar as empresas instaladas
em Hollywood, as patentes de Edison estavam por expirar. Isso porquê,
naquela época, as patentes duravam 17 anos. Isso mesmo: 17 anos. O
copyright do início do século passado (tanto nos EUA quanto em outros
países) lidava com um período bem mais razoável do que os de agora: 14
anos desde a data de publicação. Hoje são absurdos 70 anos após a morte
do autor para a obra entrar em domínio público. E pode ser mais, se o governo dos EUA ceder de novo a armadilha Disney.
Durante os anos de vigência das patentes
de Edison, Hollywood ganhou fortunas “com o trabalho intelectual de
outros” sem pagar um centavo de royalties. Um século depois, casos como o
do Megaupload – em que Kim Dotcom ganha fortunas com publicidade em arquivos digitais
– servem também para dizer pra Hollywood o quanto eles estão perdendo
dinheiro em caçar estes “piratas”, e não roubar seus modelos de negócio.
Outro paralelo entre os dois casos é a conclusão de “é fora do monopólio que se incentiva a inovação“. Assim como as start-ups
inovadoras de hoje, que não raro exploram o mercado do cinema na rede
desafiando o monopólio de Hollywood, a constatação dos “independentes”
que fugiram de NY não foi só tecnológica, mas de mercado: encontraram
formas de criar audiências para filmes mais sofisticados e
longa-metragens, convertendo assim o cinema em algo massivo e rentável.
Coisa que Edson e a MPPC não conseguiram fazer em Nova York.
O esquema produtivo de Hollywood
W. W. Hodkinson é conhecido como “o homem que inventou Hollywood“.
Foi ele que organizou uma forma de comercialização vertical entre
estúdios, produtores e exibidores que permitiu a produção de
longa-metragens e a distribuição em larga escala. Potencializou também o
marketing no cinema e implementou o sistema de promoção conhecido nos
meios teatrais, o “star system”, em que um reduzido grupo de estrelas
garantiam o êxito dos filmes.
Como outros, Hodkinson esteve com Edison
na MPPC, mas teve resistência em aplicar suas ideias. Em 1912,
estabeleceu contato com os “independentes”, em especial com Adolph Zukor, com quem fundaria em 1914 a Paramount Pictures.
Na clandestinidade
Carl Laemmle (na foto acima) foi outro dos personagens desta saga de renegados. Laemmle começou com um “nickelodeon“,
como se chamavam os pequenos cinemas de bairro no início do século, mas
logo cresceu e comprou uma distribuidora de filmes. Passou então a
querer comercializar filmes estrangeiros, e aí a fúria do truste de
Edison o impediu.
O caminho foi a clandestinidade: fundou a “Independent Moving Pictures”, que reuniu vários estúdios descontentes de Nova York, e teve em seu primeiro filme, ““Hiawatha” , de 1914, um sucesso considerável na época.
Em um artigo do New York Times de 1912,
Laemmle relatou alguns dos percalços para conseguir filmar “fora da
lei”. A MPPC leu o texto e, em represália, entrou com uma representação
contra o empresário, alegando que a máquina que usava para fazer filmes (acima)
infringia as patentes da época. Foi o que bastou para Laemmle seguir
para Hollywood e fundar a hoje poderosa Universal Pictures.
Mudanças de nome
Schmuel Gelbfisz é o último personagem
dos “independentes” que destacamos aqui. De origem polonesa, Gelbfisz
primeiramente emigrou para a Inglaterra e lá passou a se chamar “Samuel
Goldfish”. Em 1898 chegou a Nova York e em 1913, junto com seu cunhado
Jesse Lask (futuro co-fundador da Paramount), ingressou na produção de
filmes. Assim como os outros, fugiu para Hollywood, onde esteve
vinculado a Paramount durante alguns anos, até trocar de nome outra vez
e, com ele, criar sua própria companhia: Samuel Goldwyn Pictures, que seria comprada pela Metro Pictures Corporation e passaria a se chamar “Metro-Goldwyn-Mayer” – a famosa MGM do leão que ruge.
Notas:1] Desnecessário dizer que “os independentes” em alguns anos se tornaram os grandes estúdios e um novo monopólio foi criado, que teve de ser desafiado na década de 1940 por gente como Orson Welles, Walt Disney ou Charles Chaplin, que formariam a United Artist… mas isso é outra história. 2] Texto traduzido/adaptado/remixado do Taringa. As fotos são de lá também, exceto Hollywood, MGM, KIm Dotcom,
Era uma vez um império que fazia cinema
buscado no Cappacete
Ao
contrário da época em que o Oscar foi criado, em 1929, e sobretudo
do período após a Segunda Guerra, hoje Hollywood padece da mesma
anemia de poder que se apoderou do império norte-americano. Embora
não tenha deixado de impor valores culturais ao mundo, o glamour de
suas estrelas já não brilha como antes, e seu modelo de narrativa
já não produz tanto impacto.
Buenos Aires - Os
prêmios do Oscar foram entregues pela primeira vez em 16 de maio de
1929. O contexto político e social não poderia ser mais
significativo: faltando poucos meses para o grande crash de outubro
daquele ano, os Estados Unidos estavam montados na maior bolha
especulativa de sua história, a Europa era agitada por crises
políticas e a periferia do mundo pouco sabia do significado da
palavra Hollywood - ainda que muitos já percebessem no que consistia
aquele novo poder norte-americano.
O prêmio de melhor
filme foi vencido por Wings, um melodrama de William Wellman sem
importância hoje, mas cuja história é reveladora do papel
desempenhado pelo cinema norte-americano na maior parte do século
XX. O filme conta a história de dois homens (Jack Powell e David
Armstrong) que disputavam o amor de uma mesma mulher (Jobyna
Ralston), até que a Segunda Guerra Mundial estourasse e os
sentimentos patrióticos superassem as disputas amorosas. No final
todo mundo acaba feliz, os homens compreendem que nenhuma mulher vale
mais do que a amizade desenvolvida por eles na guerra e que matar o
inimigo é mais importante do que qualquer zelo doméstico.
Desde que formulou uma
extraordinária maneira de narrar histórias, no início do século
XX, com base na síntese extrema dessas histórias, na maior
importância das imagens do que do texto, e na construção de heróis
facilmente assimilados, o cinema americano cumpriu dois papéis
políticos vitais: enviou uma mensagem de unidade nacional para a
conturbada América da época, construindo uma poderosa mitologia
patriótico, e estabeleceu um modelo ideal de narrativa, repleto de
densos valores morais, a se tornou o padrão de contas histórias na
periferia do mundo. O novo império político e econômico havia
encontrado no cinema um instrumento de poder mais suave e de
primordial importância.
Ao glamour de novas
estrelas, que começaram a brilhar mais fortemente com filmes os
sonoros dos anos 30, se opôs, a partir de 1933, uma história muito
mais crua e menos suave: a propaganda nazista delirante orquestrada
por Joseph Goebbels. Como Hollywood, Goebbels também pretendia criar
heróis e celebrar os valores patrióticos - mas sem levar em conta
que os principais recursos artísticos alemães haviam rumado para o
exílio e estavam à disposição dos EUA. Iluminadores, atrizes,
diretores, muitos dos grandes mestres de esplendor preto e branco do
cinema norte-americano nos turbulentos anos 40 haviam vindo da
Alemanha para deixar uma forte marca estética em Hollywood.
A história americana
se torna tão poderoso, especialmente após a vitória sobre a
Alemanha nazista na Segunda Guerra Mundial, que não demora para se
tornar o modelo por excelência e ser copiado pela incipiente
indústria cinematográfica da periferia, especialmente na América
Latina. Para perceber essa influência, basta o exercício de se
olhar, e misturar, os filmes produzidos naqueles vinte anos cruciais,
sobretudo pelas poderosas indústrias mexiana e argentina: é sempre
a mesma iluminação, o mesmo uso da música, dos temas amorosos, a
construção dos herois.
Hollywood impôs, desse
modo, uma narrativa poderosa que se reproduziu internamente em cada
país, graças à numerosa trupe de imitadores que surgiram em todos
os cantos. Em 1956, como uma espécie de resposta indireta aos
primeiros questionamentos europeus - principalmente franceses - a
essa narrativa invasiva, a Academia estabeleceu definitivamente o
Oscar de Melhor Filme Estrangeiro. Esse prêmio havia sido dado pela
primeira vez em 1947, quando os EUA fazia sua estreia como nova
potência hegemônica global, mas não se firmou até meados dos anos
50.
Em um primeiro momento,
o prêmio foi usado para recompensar o melhor do cinema europeu
contemporâneo. Honrando De Sica, Fellini, Buñuel, Truffaut ou
Bergman, Hollywood permitiu um toque de arte diferente ao que ela
própria produzia, e tentava desviar as críticas sobre sua narrativa
mais ideológica. O chamado Terceiro Mundo, entretanto, não mereciam
sua atenção. Com exceção de um filme japonês e algum diretor de
cinema europeu que filmava em países africanos, a periferia do mundo
não ganhou nenhum prêmio da Academia até 1985, quando o argentino
Luis Puenzo venceu com 'La historia oficial', um duro relato sobre
aqueles que desapareceram durante a ditadura militar do general
Videla. E teve de esperar até a primeira década deste século para
ver produções premiadas de África do Sul, Taiwan e
Bósnia-Herzegovina.
Hoje em dia, a Academia
padece da mesma anemia de poder que pouco a pouco se apoderou do
império americano. Embora não tenha deixado de impor densos valores
culturais para o mundo, o glamour de suas estrelas já não brilham
como antes, e seu modelo de narrativa já não produz tanto impacto.
Vítima de seu próprio sucesso, Hollywood tem a cada ano mais
dificuldade para renovar suas expectativas em um mundo em que as
histórias se tornaram mais dispersas e menos hegemônicas, graças à
proliferação de novas tecnologias de comunicação. "And the
Oscar goes to..." a periferia do mundo, que ainda tem muito a
dizer e não pode e não quer fazer isso usando os códigos de
Hollywood.
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