História de NILDA CARVALHO CUNHA
buscado no blog do Carlos Leen
Data
e local de nascimento: 05/07/1954, Feira de Santana (BA)
Filiação: Esmeraldina
Carvalho Cunha e Tibúrcio Alves Cunha Filho
Organização política
ou atividade: MR-8
Data e local da morte:
14/11/1971, em Salvador
Nilda Carvalho Cunha
foi presa na madrugada de 19 para 20 de agosto de 1971, no cerco
montado ao apartamento onde morreu Iara Iavelberg. Foi levada para o
Quartel do Barbalho e, depois, para a Base Aérea de Salvador. Sua
prisão é confirmada no relatório da Operação Pajuçara,
desencadeada para capturar ou eliminar Lamarca e seu grupo. Foi
liberada no início de novembro, profundamente debilitada em
conseqüência das torturas sofridas e morreu no dia 14 de novembro,
com sintomas de cegueira e asfixia. Nilda tinha acabado de completar
17 anos quando foi presa. Fazia o curso secundário e trabalhava como
bancária quando passou a militar no MR-8 e viver com Jaileno
Sampaio.
Foram eles que
abrigaram Iara Iavelberg em seu apartamento, durante sua estada em
Salvador. Emiliano José e Oldack Miranda relatam no livro Lamarca, o
capitão da guerrilha, levado ao cinema por Sérgio Rezende, um pouco
do que Nilda contou de sua prisão:
“(...) Você já
ouviu falar de Fleury? Nilda empalideceu, perdia o controle diante
daquele homem corpuloso. - Olha, minha filha, você vai cantar na
minha mão, porque passarinhos mais velhos já cantaram. Não é você
que vai ficar calada (...). Dos que foram presos no apartamento do
Edifício Santa Terezinha, apenas Nilda Cunha e Jaileno Sampaio
ficaram no Quartel do Barbalho. Ela, aos 17 anos, ele, com 18. - Mas
eu não sei quem é o senhor... – Eu matei Marighella. Ela entendeu
e foi perdendo o controle.
Ele completava: – Vou
acabar com essa sua beleza – e alisava o rosto dela. Ali estava
começando o suplício de Nilda. Eram ameaças seguidas,
principalmente as do Major Nilton de Albuquerque Cerqueira. Ela ouvia
gritos dos torturados, do próprio Jaileno, seu companheiro, e se
aterrorizava com aquela ameaça de violência num lugar deserto.
Naquele mesmo dia vendaram-lhe os olhos e ela se viu numa sala
diferente quando pode abri-los. Bem junto dela estava um cadáver de
mulher: era Iara, com uma mancha roxa no peito, e a obrigaram a tocar
naquele corpo frio.
Puxadinho do Jader
Comentário publicado no blog do Carlos Lenn que merece destaque
-
NILDA CARVALHO CUNHA, meiga e linda em toda a sua curta vida ceifada de
forma cruel por monstros, torturadores. Não se fez ainda JUSTIÇA a
grande REVOLUCIONARIA que foi e a nossa mãe ESMERALDINA CARVALHO CUNHA.
Vivem cotidianamente na minha lembrança, assim como a sede de JUSTIÇA em meu coração.
Leonia Cunha
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