Ontem, ao assistir o programa eleitoral de Dilma, fiquei pensando sobre nossa missão aqui na internet.
Como é bom ver que as forças do povo brasileiro, agora, podem contar com esta arma gigantesca da comunicação que é a TV, e que produz, em poucos dias, a mais avassaladora derrota que os nossos adversários poderiam ter: a derrota na comunicação.
Sim, porque aquilo que eles querem manter – um Brasil atrasado, elitista, excludente, submisso, injusto, infeliz – é algo tão feio que precisam cobrir esta chaga com mil imagens e mil preconceitos, para que não brotem -e brotam sempre – e mais ainda que não vicejem as forças da mudança e da libertação.
Como no diálogo* do mito das cavernas, precisam nos manter tomando as sombras por homens e as imagens por fatos, para que creiamos que o que projetam seja a realidade e a realidade nos pareça mentira.
Fiquei, por isso, ao assistir o avanço triunfal da candidatura Dilma na televisão, pensando no que coube e no que agora cabe a nós – não acho hora de ficarmos de rapapés autoelogiosos, mas é preciso falar, para que pensemos juntos – que fomos a infantaria ligeira que enfrentou, fustigou, guerreou ousadamente na internet quando a vantagem de nossos adversários era dominar praticamente toda a mídia, todas as tevês, rádios e grandes jornais.
Embora o corpo peça, suplique, implore, não é hora de descanso.
Outro dia, quando Lula dirigiu sua mensagem de agradecimento aos internautas, pedindo-nos que sejamos “protagonistas deste novo cenário, onde cada eleitor tenha o direito de informar e de ser informado” não nos falou apenas no passado, mas apontou-nos o futuro imediato.
Em que podemos ser protagonistas? Agora que já não o somos no maior dos combates, porque o nosso povo já tomou Dilma e Lula nos braços, qual o nosso desafio, a nossa missão, embora tenhamos de manter nosso combate contra os mil truques e manobras que ainda podem e vão produzir?
Modestamente, acho que nosso papel protagônico, agora, é dar consistência à vitória que, inevitavelmente, virá.
Todos nós, a começar por quem, timidamente, começou a usar esta ferramenta maravilhosa da internet acumulamos conhecimento, capacidade de nos comunicarmos e, sobretudo, de trocarmos visões, opiniões e informações com quem nos lê e entre nós próprios, que mantemos estes blogs.
Aprendemos a colaborar, a trabalhar juntos, deixando de lado a falsa lógica de uma comunicação empresarial, competitiva. Cada um de nós se esforça para fazer melhor, para fazer mais, para trazer mais informações, análises, até mesmo brincadeiras, mas nunca fazemos isso para “vencer” um concorrente, para tirar “mercado”, “leitores” e “público” uns dos outros.
Citamo-nos uns aos outros, apoiamos uns aos outros, lutamos uns pelos outros, quando alguém é vítima de uma injustiça ou perseguição.
Aqueles a quem Gilmar Mendes chamou de “a turma da Kombi”, somos hoje centenas de milhares, milhões talvez.
E estes milhões de pessoas precisam fazer valer seu peso ante os outros milhões, os de reais, que se envolvem no processo eleitoral.
Todos aqui são testemunhas de que, tanto quanto é possível, separei o trabalho deste blog de minha própria disputa eleitoral, e vou continuar fazendo isso. Nunca cedi aos amigos que me diziam: “trate das questões locais, só, porque é isso que dá voto”. Negativo. Como é bom saber que, até às sete da manhã de hoje, o nosso tijolaço já foi lido em Caetité, na Bahia, ou em Floriano, no Piauí…
Gostaria, portanto, de refletir com todos: não é hora de ajudarmos a fazer com que a vitória de Lula e Dilma repercuta na formação de um Congresso coerente com os sentimentos que o povo brasileiro expressa nesta vitória?
Sinto-me livre para dizer isso, porque três quartos dos leitores deste blog estão fora do Rio de Janeiro e, portanto, não posso ter qualquer eleitoralismo pessoal e vazio ao tomar esta posição.
E, também, como integrante de um partido, não estou sugerindo que seja a ele destinado o voto.
Mas, sem medo de ser mal-interpretado, porque já estabelecemos aqui uma convivência de mútua confiança, acho que precisamos, cada um em seu Estado e todos nós, em todos os estados, com o nosso protagonismo, agora, dar um amanhã para Dilma no Congresso diferente do que Lula foi obrigado a ter.
Aqui no Rio há muitos candidatos corretos e firmes politicamente. Certamente há também em cada um dos estados brasileiros.
Ajude-os. Não se acanhe ou acomode. Cada um de vocês fez diferença no combate contra forças imensas. Precisa continuar a fazer, agora.
A luta política, depois da internet, não será mais a mesma. Não permita que, apesar disso, a luta no parlamento continue sendo marcada pela mesquinhez de interesses pessoais, pelos mandatos “privados”, pela impermeabilidade de deputados e senadores a esta troca rica e democrática de informação. Seja fazendo um blog, ou lendo-os, comentando, como nos disse Lula, ajudamos a informar e esclarecer o povo brasileiro.
Faltam menos de 40 dias para as eleições. As ruas serão invadidas por um mar de papel colorido e, nesse mar, os melhores, os mais independentes, os mais coerentes só terão a gotinha que suas posses minguadas permitem.
Ajude-os. Escreva aos amigos. Mencione-os nos blogs e nos espaços de comentários, não como um “marquetezinho” viral desses que são feitos por robôs eletrônicos e que empresas cobram pela quantidade de menções que alcançam, mas com argumentos, com emoção, com sinceridade.
Seja ele quem for – e isso inclui qualquer outro candidato, inclusive aqui no Rio de Janeiro – mencione-os nos comentários, explique quem são, indique-os com seu testemunho. O Tijolaço está aberto para todos, exceto para o que nitidamente for “spam”, é obvio.
Eu próprio, pela condição de candidato, tenho limitações neste espaço. Vocês, não. Assumam ativamente suas preferências e argumentos. Façam a diferença, como fizemos nesta eleição presidencial, quando o combate era mais duro e difícil.
* tinha escrito diálogo socrático, mas vem corretamente lembrar um leitor que quem o formaliza é Platão, descrevendo o diálogo entre Sócrates e Glauco, cuja leitura recomendo a todos.
Sim, porque aquilo que eles querem manter – um Brasil atrasado, elitista, excludente, submisso, injusto, infeliz – é algo tão feio que precisam cobrir esta chaga com mil imagens e mil preconceitos, para que não brotem -e brotam sempre – e mais ainda que não vicejem as forças da mudança e da libertação.
Como no diálogo* do mito das cavernas, precisam nos manter tomando as sombras por homens e as imagens por fatos, para que creiamos que o que projetam seja a realidade e a realidade nos pareça mentira.
Fiquei, por isso, ao assistir o avanço triunfal da candidatura Dilma na televisão, pensando no que coube e no que agora cabe a nós – não acho hora de ficarmos de rapapés autoelogiosos, mas é preciso falar, para que pensemos juntos – que fomos a infantaria ligeira que enfrentou, fustigou, guerreou ousadamente na internet quando a vantagem de nossos adversários era dominar praticamente toda a mídia, todas as tevês, rádios e grandes jornais.
Embora o corpo peça, suplique, implore, não é hora de descanso.
Outro dia, quando Lula dirigiu sua mensagem de agradecimento aos internautas, pedindo-nos que sejamos “protagonistas deste novo cenário, onde cada eleitor tenha o direito de informar e de ser informado” não nos falou apenas no passado, mas apontou-nos o futuro imediato.
Em que podemos ser protagonistas? Agora que já não o somos no maior dos combates, porque o nosso povo já tomou Dilma e Lula nos braços, qual o nosso desafio, a nossa missão, embora tenhamos de manter nosso combate contra os mil truques e manobras que ainda podem e vão produzir?
Modestamente, acho que nosso papel protagônico, agora, é dar consistência à vitória que, inevitavelmente, virá.
Todos nós, a começar por quem, timidamente, começou a usar esta ferramenta maravilhosa da internet acumulamos conhecimento, capacidade de nos comunicarmos e, sobretudo, de trocarmos visões, opiniões e informações com quem nos lê e entre nós próprios, que mantemos estes blogs.
Aprendemos a colaborar, a trabalhar juntos, deixando de lado a falsa lógica de uma comunicação empresarial, competitiva. Cada um de nós se esforça para fazer melhor, para fazer mais, para trazer mais informações, análises, até mesmo brincadeiras, mas nunca fazemos isso para “vencer” um concorrente, para tirar “mercado”, “leitores” e “público” uns dos outros.
Citamo-nos uns aos outros, apoiamos uns aos outros, lutamos uns pelos outros, quando alguém é vítima de uma injustiça ou perseguição.
Aqueles a quem Gilmar Mendes chamou de “a turma da Kombi”, somos hoje centenas de milhares, milhões talvez.
E estes milhões de pessoas precisam fazer valer seu peso ante os outros milhões, os de reais, que se envolvem no processo eleitoral.
Todos aqui são testemunhas de que, tanto quanto é possível, separei o trabalho deste blog de minha própria disputa eleitoral, e vou continuar fazendo isso. Nunca cedi aos amigos que me diziam: “trate das questões locais, só, porque é isso que dá voto”. Negativo. Como é bom saber que, até às sete da manhã de hoje, o nosso tijolaço já foi lido em Caetité, na Bahia, ou em Floriano, no Piauí…
Gostaria, portanto, de refletir com todos: não é hora de ajudarmos a fazer com que a vitória de Lula e Dilma repercuta na formação de um Congresso coerente com os sentimentos que o povo brasileiro expressa nesta vitória?
Sinto-me livre para dizer isso, porque três quartos dos leitores deste blog estão fora do Rio de Janeiro e, portanto, não posso ter qualquer eleitoralismo pessoal e vazio ao tomar esta posição.
E, também, como integrante de um partido, não estou sugerindo que seja a ele destinado o voto.
Mas, sem medo de ser mal-interpretado, porque já estabelecemos aqui uma convivência de mútua confiança, acho que precisamos, cada um em seu Estado e todos nós, em todos os estados, com o nosso protagonismo, agora, dar um amanhã para Dilma no Congresso diferente do que Lula foi obrigado a ter.
Aqui no Rio há muitos candidatos corretos e firmes politicamente. Certamente há também em cada um dos estados brasileiros.
Ajude-os. Não se acanhe ou acomode. Cada um de vocês fez diferença no combate contra forças imensas. Precisa continuar a fazer, agora.
A luta política, depois da internet, não será mais a mesma. Não permita que, apesar disso, a luta no parlamento continue sendo marcada pela mesquinhez de interesses pessoais, pelos mandatos “privados”, pela impermeabilidade de deputados e senadores a esta troca rica e democrática de informação. Seja fazendo um blog, ou lendo-os, comentando, como nos disse Lula, ajudamos a informar e esclarecer o povo brasileiro.
Faltam menos de 40 dias para as eleições. As ruas serão invadidas por um mar de papel colorido e, nesse mar, os melhores, os mais independentes, os mais coerentes só terão a gotinha que suas posses minguadas permitem.
Ajude-os. Escreva aos amigos. Mencione-os nos blogs e nos espaços de comentários, não como um “marquetezinho” viral desses que são feitos por robôs eletrônicos e que empresas cobram pela quantidade de menções que alcançam, mas com argumentos, com emoção, com sinceridade.
Seja ele quem for – e isso inclui qualquer outro candidato, inclusive aqui no Rio de Janeiro – mencione-os nos comentários, explique quem são, indique-os com seu testemunho. O Tijolaço está aberto para todos, exceto para o que nitidamente for “spam”, é obvio.
Eu próprio, pela condição de candidato, tenho limitações neste espaço. Vocês, não. Assumam ativamente suas preferências e argumentos. Façam a diferença, como fizemos nesta eleição presidencial, quando o combate era mais duro e difícil.
* tinha escrito diálogo socrático, mas vem corretamente lembrar um leitor que quem o formaliza é Platão, descrevendo o diálogo entre Sócrates e Glauco, cuja leitura recomendo a todos.
Copiado do blog do Brizola
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