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Petroleiros e movimentos sociais voltam às ruas de SP nesta quinta contra a entrega do pré-sal
O petróleo é nosso: não à entrega!
O petróleo é nosso: não à entrega!
A Federação Única dos Petroleiros (FUP) realiza nesta quinta-feira, 05 de setembro, em São Paulo, um Ato Nacional em Defesa da Soberania e Contra os Leilões de Petróleo.
A manifestação pretende reunir milhares de trabalhadores e militantes
sociais contra a entrega de Libra, uma das principais áreas produtoras
do pré-sal, prevista para ser leiloada em outubro pelo governo federal. O
ato em defesa da soberania será realizado pelos petroleiros de forma
unificada, envolvendo também os militantes do Movimento dos Atingidos
por Barragens (MAB), do Movimento dos Trabalhadores Sem Terra (MST) e de
outros movimentos sociais contrários à entrega do petróleo brasileiro
às multinacionais.
A concentração começa às 8 horas na Praça Oswaldo Cruz, próximo ao Shoping Paulista.
A FUP, portanto, convoca todos os seus sindicatos a
enviarem caravanas com trabalhadores para a manifestação, que será
fundamental para barrar o leilão de Libra.
A informação é da FUP e publicada por Informa CUT, 04-09-2013.
Leilão de Libra: um crime contra o desenvolvimento, a soberania nacional e as condições de trabalho
Suspensos desde 2008, os leilões de petróleo foram retomados em maio
deste ano, representando risco não só à soberania do país, mas
aumentando a precarização do trabalho no setor petróleo. Como se não
bastasse os muitos anos de exploração das nossas riquezas, feitas pelas
empresas multinacionais, o governo brasileiro pretende leiloar em 21 de
outubro, a maior área produtora do pré-sal: o gigante campo de Libra,
que, sozinho, pode fazer jorrar até 12 bilhões de barris de petróleo,
ou seja, desrespeitando os direitos dos trabalhadores e os interesses do
país.
Ao permitir que as multinacionais se apropriem do petróleo
brasileiro, o governo coloca em risco não só a soberania, como o
desenvolvimento do Brasil. Essas empresas, além de exportar tudo o que
produzem, não geram empregos aqui, nem movimentam a indústria nacional,
como faz a Petrobrás. Segundo o Sindicato Nacional da Indústria da Construção e Reparação Naval e Offshore (Sinaval), dos 62 navios feitos pela indústria de petróleo, 59 são da Petrobrás e três da PDVSA (estatal venezuelana). Ou seja, nenhuma petrolífera privada encomendou navios no Brasil.
Além disso, a privatização do petróleo é quase um sinônimo para a terceirização do trabalho, já que empresas como Statoil, Shell, OGX, Chevron,
entre tantas outras que abocanharam jazidas de petróleo ao longo dos 11
leilões realizados desde o governo FHC, quando foi quebrado o monopólio
estatal da Petrobrás, não contratam trabalhadores próprios e, ainda
praticam absurdos, como a falta de treinamento necessário para que estes
trabalhadores exerçam suas atividades nas plataformas e, em outras
unidades operacionais, de forma digna e segura.
Como se não bastasse, essas empresas também exigem uma jornada maior
do que as praticadas pela Petrobrás, não realizam negociações coletivas
e, quando fazem, são sempre através da intervenção sindicatos cartoriais
criados pelos patrões. Em outras palavras, os leilões de petróleo estão
rebaixando as condições de trabalho no Brasil. Na OGX,
por exemplo, dos 6.500 trabalhadores contratados, 6.200 são
terceirizados. Os 300 que são próprios só atuam praticamente em áreas
administrativas.
Barrar os leilões de petróleo é uma luta que tem unificado as
organizações sindicais e os movimentos sociais, especialmente os
Trabalhadores Sem Terra (MST) e os Atingidos por Barragens (MAB), que,
junto com os petroleiros da FUP, os eletricitários e engenheiros,
integram a Plataforma Operária e Camponesa para a Energia. Na pauta das
paralisações conjuntas das centrais sindicais realizadas nos dias 11 de
julho e na sexta-feira, 30 de agosto, a suspensão dos leilões de
petróleo foi um dos destaques.
Portanto, a luta contra o próximo crime lesa-pátria, que pode ser o leilão do campo de Libra,
significa não só a defesa das nossas riquezas, mas também uma luta
contra a terceirização exacerbada, o rebaixamento da categoria, e pelo
direito dos petroleiros às condições dignas e seguras em seus ambientes
de trabalho.
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