terça-feira, 11 de outubro de 2011

Sobrevivência predadora


por Jader Resende

Caminhamos para a completa insensibilidade e com isso a perda da solidariedade e fraternidade, não vemos mais a natureza nem o ser humano e sim o que deve ser destruído, para que fique o que dá lucro e necessário ao trabalho escravo, aos poucos calejamos os sentimentos diante das injustiças, rapinagem, avareza, privatizações e a ganância comandadas por pessoas doentias e perversas no sistema financeiro internacional, dominado pelos estelionatários de Wall Street, só nos restara o medo de ser vitimas do nosso medo de enfrentar a realidade.
Manipulados, anulamos a responsabilidade social, deixamos que preencham nosso vazio e aos poucos esquecemos nossa consciência coletiva e a desigualdade social
Nesse clima de medo e submissão continuaremos cada vez mais insensíveis ao calor humano, fazendo justamente o que querem que seja feito, quanto mais medo sentimos mais negamos a nossa realidade.
Hoje, temos espertalhões representando o que tem de mais puro em descartáveis como verdadeiros gênios.
Nenhum produto industrializado suporta um bom tempo de uso, o exemplo mais berrante são os domésticos e entre eles os de madeira conglomerados e com isso destruirão um sentimento enraizado nas famílias e principalmente entre os mais velho. Era comum se ouvir, “Este armário, pertenceu a meus avos e eu o guardo com muito carinho”, não existe mais esse belo sentimento que transformava os moveis num refugio seguro para o ultimo sentimento que a sociedade não tomava dos velho, suas lembranças.
Tudo é descartável, todo os anos temos que trocar fogões, geladeiras etc... tudo para favorecer a industria e ainda induzem a população a reciclar isso e aquilo outro.
Chamada em edições extraordinária nos meios de comunicação são usados pelo poder pedindo a população para consumir e aquecer a economia. Nem precisa,né?
A ordem é consumir, consumir, fazendo girar o dinheiro nas mãos das grandes industrias que não passam de proprietárias de marcas e patentes controladas pelo acionistas. Tendo como fator único o enfraquecimento do companheirismo entre os trabalhadores.

Nessa onda de destruição o artesão perde também seu espaço. Como se artesanato fosse somente para fazer objetos para turistas.
O artesanato tem sua história paralela a do homem na terra, sempre esteve ligado a produção de coisas rotineiras e bem estar da comunidade.
Como parte do folclore, representa no Brasil uma grande importância e sustento de numerosas famílias revelando usos, costumes, tradições e características regionais extremamente ricas.
O alfaiate, sapateiro e outros, ainda resistem de forma heroica a massificação industrial, o estilo da a seu trabalho originalidade e nos lugares que grupos fazem um mesmo trabalho como a cerâmica, um padrão cria a marca do grupo, mesmo assim cada uma delas tem a identificação da criatividade e sentimento das mãos que a executou.
Na formação de grupos o maior exemplo são os índios da ilha de Marajó como os melhores ceramistas do Brasil.
Enfim, o artesão é o trabalhador que faz a mão o que é de uso comum na comunidade e somente a constituição de Getúlio Vargas de 10 de novembro de 1937 protegeu no seu artigo 163. “O trabalho manual tem direito à proteção e solicitudes especiais do estado”.
Os artesões e a agricultura familiar são dignas e importantes manifestações do homem em extinção para favorecer os donos de mundo.
Não é atoa que a Alemanha mantem um importante esquema de marcas e patentes, em Munique é uma bela, moderna e grande edificação em destaque no coração da cidade.

A luta pela sobrevivência, forma predadores sanguinários: numa luta fratricida uns contra outros, onde o vencedor sera sempre vencido e a casta poderosa continuara intocável como se já estivesse morando em outro planeta, seremos uma raça inferior como estão nos ensinando a ser, sem forças para impedir o lucro criminoso. Nos obriga a lutar contra qualquer um, o inimigo se tornou o outro e o outro esta em toda parte.
Mais dia menos dia, de tanto um agredir o outro, o outro sera agredido por outro eliminando o mais fraco e assim sucessivamente até que nada mais reste, favorecendo aos que agora dominam o mundo controlando o dinheiro, armas, alimentos, nossos sonhos e até nossas almas.
Precisamos acordar, voltar a sonhar, procurar urgente o companheirismo no trabalho no lazer, e nos conscientizar de que os políticos são empregados do povo, não são donos do mundo, muito menos nos fara escravos de umas poucas milionárias famílias que ganham o que ganham com subornos, jogatinas financeiras, e guerras.


Referencias
HISTÓRIA DO ARTESANATO

ESTUDOS SOBRE A GANÂNCIA
 DAVID GROSSMAN
Buscado no Blog Koyaanisqatsi

Um comentário:

BURGOS disse...

Parabéns Jader, excelente texto, me lembrou a história dos Cinco Macacos.

"Um grupo de cientistas colocou cinco macacos numa jaula.
Dentro dela tinha uma escada com um cacho de bananas.
Quando um macaco subia a escada para apanhar as bananas, os cientistas lançavam um jato de água fria nos que estavam no chão.
Depois de certo tempo, quando um macaco ia subir a escada, os outros batiam nele.
Passado mais algum tempo, nenhum macaco subia mais a escada, apesar da tentação das bananas.
Então, os cientistas substituíram um dos cinco macacos.
A primeira coisa que ele fez foi subir a escada.
Os outros, rapidamente, retiraram ele de lá e deram a maior surra. Depois da pancadaria, o novo integrante não mais subia a escada.
Um segundo foi substituído, e o mesmo ocorreu.
Um um detalhe: o primeiro substituto participou, com entusiasmo, da surra ao novato.
Um terceiro foi trocado, e repetiu-se o fato.
Quando, finalmente, o último dos veteranos foi substituído, os cientistas ficaram, com um grupo de cinco macacos que, mesmo nunca tendo tomado um banho frio, continuavam batendo naquele que tentasse chegar às bananas.
Se fosse possível perguntar a algum deles porque batiam em quem tentasse subir a escada, provavelmente a resposta seria: "Não sei as coisas sempre foram assim por aqui".

Quantas vezes não fazemos o mesmo? Quantas não são as vezes que temos essa mesma reação?

Sabe quando isso acontece?

Quando deixamos de pensar! De raciocinar! Quando nos acovardamos após as muitas pauladas e decepções que enfrentamos na vida e pior, muitas vezes, influenciamos negativamente as pessoas ao nosso redor.

E mais revoltante ainda... Pedras são lançadas contra os que tentam fazer a diferença".

Estamos deixando que nos tirem até o saudosismo que existia de geração para geração.

Um grande abraço meu amigo
(me deu vontade de roubar, hehehehe)