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Por Redação
Acadêmico
britânico investigou como cada vez mais países do mundo todo estão
se baseando em recomendações internacionais para aprovar leis
“antiterrorismo” repressivas que negligenciam os direitos
humanos
Por Vinicius Gomes, para a Fórum
Semanal
Hayes: ‘Dar as
notas máximas para os seus piores alunos’ (foto: tni.org)
Ben Hayes tem
trabalhado com organizações de liberdades civis desde 1996 e é
especialista em segurança internacional e em de políticas públicas
de segurança. Um dos seus principais estudos é acerca do impacto
que a Força-Tarefa
de Ação Financeira (FATF, sigla em inglês) tem na sociedade
civil e organizações sem fins lucrativos.
Os países sujeitos aos
requerimentos da FATF, no que concerne ao combate à lavagem de
dinheiro e ao financiamento terrorista, devem introduzir leis
criminais específicas sobre bloqueio de contas bancárias, retenção
de dados, regulamentações na indústria do serviço financeiro e a
cooperação internacional – tudo com a FATF guiando. Os países
participantes passam por rigorosas avaliações de suas políticas
nacionais e sistemas judiciários que analisam o quanto estes estão
cumprindo as recomendações da FATF. A recompensa que o FATF garante
àqueles que as cumprem é o “carimbo” confirmando o país como
um lugar seguro para se realizar negócios.
Quanto mais
recomendações adotadas (leia-se: quanto mais repressiva forem as
leis), melhor a pontuação do país, de acordo com Hayes, o resumo
seria: “Dar as notas máximas para os seus piores alunos”.
Fórum – Fale um
pouco sobre aquela que você chamou de “a mais poderosa organização
da qual nunca ouvimos falar”.
Ben Hayes - Sim,
eu a chamo assim, mas, na realidade, a FATF nem chega a ser uma
organização como a palavra pode sugerir. Ela não tem diretor, ou
sede e coisas assim. Bem, de qualquer maneira, tudo começou durante
a década de 1990, quando os países do G7 criaram essa força-tarefa
que escreveu 40 recomendações para o combate à lavagem de dinheiro
ao redor do planeta. Os países que seguiam essas recomendações em
suas legislações recebiam notas e eram reconhecidos como
“detentores de boa governança” – no sentido global. Então,
funcionários do FMI ou do Banco Mundial passavam relatórios dizendo
que o país X era um bom local para se investir, era seguro, entre
outras coisas, pois prezava pelo combate à lavagem de dinheiro de
cartéis de drogas ou outras organizações criminosas. O que
acontece é que, depois do 11 de Setembro, criaram-se mais nove
recomendações – essas específicas para o combate ao
financiamento ao terrorismo.
Fórum – E quando
isso passou a ser ruim?
Hayes - Bem,
basicamente pelo fato de a FATF não prestar contas a ninguém e
passar a exigir cada vez mais que os países signatários aplicassem
leis mais rigorosas no combate ao financiamento ao terrorismo.
Funcionaria mais ou menos assim: de um lado, se os países se
recusam a cooperar – vamos dizer, por não terem a intenção ou
necessidade de criar uma lei “antiterrorismo”, por exemplo –, a
FATF chega e diz: ‘Nós vamos te colocar na lista negra’. Se você
é colocado na lista negra, isso pode ser um grande problema. Eles
exercem pressão na comunidade internacional para que todos digam
“você deve fazer isso”. As notas para os países que seguem as
recomendações vão de ‘Não Cumprido’/'Parcialmente
Cumprido’/'Amplamente Cumprido’ e ‘Cumprido’. Então você
tem 40 notas diferentes que em seguida são transformadas em uma
média e daí vem o seu resultado final. E você tem o caso de que
alguns países estão desesperados para receber uma avaliação boa.
Quando isso não acontece, a FATF usa o relatório para apontar que
lei eles devem “melhorar” e o país tem de mostrar o progresso,
dizendo ‘olha, foi isso que nós fizemos’. E o que temos
testemunhado são algumas leis bem repressivas a respeito.
Então, como eu disse,
tudo começou com lavagem de dinheiro, mas com o 11 de Setembro
vieram essas nove novas recomendações sobre terrorismo – que
envolvem, em muito, a implementação das resoluções da ONU em
contraterrorismo. Principalmente a Resolução
1373. De qualquer maneira, duas dessas nove recomendações da
FATF são particularmente contenciosas: uma é sobre organizações
sem fins lucrativos e outra é sobre grupos terroristas na lista
negra – que basicamente querem dizer que os países devem criar
suas listas de terroristas domésticos.
Fórum – Qual o maior
exemplo disso?
Hayes - Ah, a
Turquia… A Turquia é o maior lugar no mundo onde se realizam
operações antiterroristas nos últimos 20 anos. A Turquia já
prendeu mais pessoas sob sua legislação antiterrorista que qualquer
outro país no mundo: jornalistas, advogados, ativistas curdos,
políticos da oposição, entre outros. Uma legislação
antiterrorista extremamente repressiva e, pouco tempo atrás, a
Turquia foi avaliada pela FATF, certo? E a FATF disse que eles não
tinham uma lei para o congelamento de contas bancárias por suspeita
de terrorismo, e eles dizem que, se a Turquia não aprovar uma lei
assim, eles irão para a lista negra. O governo turco vem e responde
que eles não precisam implantar uma lei dessa, mas o que aconteceu é
que o ministro da Justiça turco foi ao Parlamento e disse aos outros
parlamentares: ‘Escutem, eu sei que vocês não gostam dessa lei.
Eu sei que vocês acham que nós não precisamos dela, mas, se não a
aprovarmos, isso afetará a ajuda e o comércio do país. O
suprimento de dinheiro entrando no país será prejudicado e isso
atingirá nossa economia, então, por favor, tapem o nariz e votem’.
Eles aprovaram a lei e, no dia seguinte, a Fitch,
uma agência de classificação de risco de países, emitiu
uma nota elogiando a adoção do governo turco em sua lei
antiterrorista sobre congelamento de bens. Quero dizer, isso te faz
pensar sobre se é assim que leis estão sendo criadas –
especialmente leis para o combate ao terrorismo… Se isso aconteceu
em um país como a Turquia, que tem seus problemas, mas é de fato
democrática, o que pode acontecer com países que têm problemas
verdadeiros com o estado de direito? E os governos que dizem que não
sabem como criar essas leis, eles [FATF] dizem: ‘Sem problemas, nós
a escrevemos para você’. Então é a basicamente assim que as leis
antiterroristas têm se espalhado pelo mundo.
‘A Turquia já
prendeu mais pessoas sob sua legislação antiterrorista que qualquer
outro país no mundo’ (foto: anarquista.net)
Fórum – Mesmo com o
fato de que muitos países não possuírem provas de atividades
terroristas em seu território?
Hayes - Mesmo
assim. A FATF não trabalha sozinha, certo? Existem outras
convenções, como a da ONU, que diz que todos os países devem se
ajudar na luta contra o terrorismo, e isso é algo que eu ouvi e não
tenho provas por escrito, mas eu de fato já ouvi que os avaliadores
– os caras cujo trabalho é supervisionar a implantação dessas
recomendações, vão aos países e dizem: ‘Certo, vocês têm de
criar uma lista de terroristas’; e o país diz que não tem
qualquer grupo terrorista ali. Os avaliadores não querem saber, a
FATF diz para eles lhes darem nomes, ‘vocês têm de ter alguns
nomes para que possamos colocar na lista e congelar suas contas
bancárias‘, diriam eles. E para mim – isso como um veículo para
se espalhar essas leis – é algo maluco, porque, primeiro: poucas
pessoas estão cientes de que isso está de fato acontecendo;
segundo: quando o Estado propõe essas leis, ninguém sabe de onde
elas estão vindo.
No mês passado, no Sri
Lanka, diversos ativistas tâmeis fizeram denúncias contra o governo
por crimes de guerra. No dia seguinte, o governo do Sri Lanka colocou
429 nomes em sua lista
de terroristas domésticos e, de acordo com a Resolução 1373,
todos os países devem ajudar o Sri Lanka, seja os impendido de
viajar, de realizar transações bancárias internacionais, ou
qualquer outra coisa. Então nós temos esse conjunto de leis
extremamente repressivas sendo recomendadas ao redor do mundo por
alguém que não presta contas a ninguém. Não estou dizendo que não
existe um problema com terrorismo no mundo, porque existe e a
comunidade internacional deve trabalhar unida para lidar com isso,
mas, se você olhar para o regime da FATF e suas recomendações, não
existe uma só frase que diga de maneira significativa: “Isso é
como você protege os direitos humanos; isso é como você protege o
direito a um julgamento justo; à liberdade de associação; à
liberdade de expressão etc. Não há nada que diga como evitar que
essas leis sejam abusadas por governos repressivos e isso para mim é
o maior problema. Nós tivemos isso em países democráticos, nós
tivemos grandes problemas com a maneira que essas leis foram
aprovadas e implantadas, como no Reino Unido, nos EUA, na Turquia ou
Austrália – e você leva essas leis para partes democráticas do
globo e as forças a serem adotadas. É como dar um cheque em branco
para a repressão.
Fórum – No Brasil,
temos tido um debate sobre a aprovação de uma Lei Antiterrorismo
também. Você acredita que a FATF tenha algo a ver?
Hayes - Não, eu
acho que isso não tem conexão com a FATF, porque ela é sobre o
financiamento ao terrorismo. Eu acho que, aqui no Brasil, isso se
trata apenas de uma maneira óbvia de pisar em cima de protestos,
pois, assim como na Europa, antes do 11 de Setembro, você tinha seis
ou sete países com uma legislação antiterrorista. Depois disso, a
União Europeia veio com todas essas leis e muitos países adotaram –
até mesmo países europeus, que nunca tiveram experiência alguma
com terrorismo.
Mas de qualquer jeito,
todos esses atos terroristas são crimes mesmo assim. Mesmo que você
exploda um banco, ou um jornalista morra, como aconteceu aqui, tudo
isso já são crimes. Você não precisa de uma legislação
específica para lidar com isso, pois o que essas leis
antiterroristas dão são poderes para a polícia ou o governo irem
além da lei criminal já existente, certo? Elas são usadas para
banir organizações com financiamento internacional – ou não -,
para prender preventivamente, prendendo pessoas por mais tempo do que
o necessário e sem qualquer justificativa ou acusação para tal.
Então, em minha experiência, muitas dessas leis são usadas como um
sistema judiciário secundário – dispensando muitas das leis
criminais vigentes, algo como dizer: ‘Isso é terrorismo, então
nós temos esses poderes extras’, e acredito que esse seja o caso
do Brasil.
Fórum – Você
comentou sobre banir organizações com financiamento internacional.
Há poucos meses, a Venezuela foi palco de uma série de protestos de
rua, onde o governo as acusou de terem financiamento norte-americano
com fins golpistas. Como um país “antagonista” dos EUA, por
exemplo, lida com essa questão de interferência sem cair na
tentação da repressão?
Hayes - É uma
questão difícil… E eu entendo… Veja, eu não nego que isso
aconteça – que algumas ONGs sejam usadas por países estrangeiros
–, nós temos o mesmo argumento na Ucrânia, certo? Os russos dizem
que tudo isso foi programado pela Europa ou ONGs estrangeiras e isso
é complicado.
Eu não vou dizer que
toda ONG que receba dinheiro da UE e da Usaid, por exemplo, seja
agente dos EUA ou da Europa – isso é absurdo. Eles de fato
financiam trabalho pró-democracia, defesa dos direitos humanos, sem
qualquer segunda intenção – mas, ao mesmo tempo, eu não vou
dizer que os EUA não tenham uma agenda política, quando falamos de
países como a Venezuela… É difícil.
O que eu de fato sei é
que em qualquer lugar do mundo onde os países passaram a adotar leis
que dizem ‘nós temos que tomar um cuidado extra com ONGs, nós
temos de impor limites ao financiamento estrangeiro’ ou
qualquer coisa do gênero, essas leis, invariavelmente prejudicavam
ONGs que realmente fazem parte de movimentos sociais locais também,
e isso é fato. A realidade é que se você quer desafiar a
corrupção, ou fazer trabalho para direitos humanos ou
pró-democracia – de uma maneira organizada – onde essas questões
são um grande problema, é frequente os casos onde o financiamento
estrangeiro é a única esperança deles para sobreviver como uma
ONG.
Nós vimos a mesma
coisa na Índia: eles possuem uma regulação extremamente restritiva
chamada Regulação da Contribuição Estrangeira, que foi adotada
pela Indira Gandhi em 1976, pois ela estava preocupada com o dinheiro
entrando no país para financiar a oposição – essa lei é
utilizada hoje e foi recentemente atualizada, e está sendo usada
contra qualquer movimento social; como nos protestos
maciços contra uma usina nuclear de uma joint venture da Índia
com a Rússia. Protestos maciços, centenas de milhares de pessoas,
manifestantes pacíficos, correntes humanas, todas essas coisas e, de
repente, começaram a atirar nas pessoas e 700 organizações –
todas as quais recebiam algum tipo de financiamento estrangeiro, seja
se viesse da Finlândia ou dos EUA – tiveram de uma só vez, sua
permissão para trabalhar revogadas, suas contas bancárias
congeladas, escritórios invadidos e, eu não vou dizer que os
Estados não tenham o direito de combater ações de influência
estrangeira, pois elas existem, mas nós também temos que ter o
cuidado ao dizer que isso seja sempre legítimo.
Em minha experiência,
os movimentos sociais também estão sendo colocados no mesmo saco e
isso está se tornando um pretexto para os governos acabarem com
qualquer um que proteste contra eles. Nos velhos dias, eles [os
governos] simplesmente vinham, te batiam e te jogavam na cadeia;
nesse mundo globalizado, temos todas essas novas medidas burocráticas
e financeiras que servem ao mesmo propósito: se você pode congelar
os bens de uma organização e invadir o seu escritório, isso tem o
mesmo efeito amedrontador, só que sem a violência.
Fórum – E
considerando que alguns dos países com as leis mais repressivas são
aliados de países do Ocidente?
Hayes - Eu suponho
que isso seja uma questão de política externa. Quer dizer, há
pouco tivemos o Tony Blair dando esse discurso no qual dizia o que
temos de fazer no Oriente Médio e se observa como ele
mudou de lado na situação da Síria: ele costumava apoiar os
rebeldes sírios e agora apoia a participação de Assad – dizendo
que esse é o menos pior dos males – e continuou como se estivesse
em uma cruzada neoconservadora, chamando o extremismo islâmico de a
maior ameaça que nós temos no mundo hoje em dia, mas não diz uma
palavra sobre a Arábia Saudita: o mais brutal dos regimes e um dos
maiores patrocinadores desse mesmo extremismo islâmico. Digo, países
como EUA e Reino Unido pregam uma coisa sobre direitos humanos e
aplicam esse discurso de maneira muito seletiva. Extremamente
seletiva.
Fórum – Como no
Egito.
Hayes - Exato.
Fórum – Centenas de
pessoas sentenciadas à morte em um julgamento de 40 minutos.
Hayes - Exato. E agora nós os apoiamos –
foi um bom “golpe”. Mas você sabe, a hipocrisia é a marca
padrão na diplomacia ao redor do planeta, desde que mundo é mundo.
E então, é isso o que nós temos tentado trabalhar em um nível
internacional, você tem todos esses discursos sobre dar poder à
sociedade civil, sempre usando a Primavera Árabe como exemplo, e um
financiamento maciço pelos EUA e Europa a esses movimentos; mas de
outro lado, você cria um ambiente desestabilizador para essa mesma
sociedade civil por conta dessas recomendações da FATF. Então o
que temos tentado fazer é equilibrar essa balança e tendo conversas
com os governos dos EUA e da Europa.
‘Vocês acabaram
de ter o Marco Civil aprovado; um dos maiores debates era sobre a
retenção de dados e por quanto tempo as teles deveriam reter
informações sobre seus clientes’ (foto: Roberto Stucker Filho/PR)
Fórum – E hoje,
2014, um contexto de vigilância em massa e retenção de dados por
governos, o que mudou?
Hayes - Sim, algo
que eu deveria ter comentado antes sobre a FATF é que quando eu
comecei a pesquisar sobre o efeito das recomendações deles nas
organizações sem fins lucrativos, alguns anos atrás… Bem, hoje
estamos em um contexto pós-Snowden, certo? Toda a questão de
vigilância acontecendo e vocês acabaram de ter o Marco Civil
aprovado e, nessa nova lei, um dos maiores debates era sobre a
retenção de dados e por quanto tempo as teles deveriam reter
informações sobre seus clientes; acredito que aqui no Brasil são
seis meses, certo? Na União Europeia, o debate é sobre ser dois
anos ou não. Enfim, a questão é que levando esse tópico para os
padrões da FATF, as informações financeiras, todos os dados dos
clientes, todas as informações que você dá quando abre uma conta
no banco e todas suas transações, devem ser retidas por 5 anos –
e isso em todo o planeta.
E não existe qualquer
regra dizendo: ‘Bem, e se os governos quiserem acessar esses dados,
eles precisariam de um mandato? Eles precisam recorrer a um juiz?’
Então, nós temos esse problema com vigilância em massa e retenção
de dados na Europa, com o debate sobre dois anos acerca dos dados de
comunicações – mas e quanto aos dados financeiros?
Outro ponto: uma das
coisas que o FATF fez com os bancos é que eles praticamente os
tornaram delegacias de polícia. Os bancos têm uma obrigação legal
de reportar qualquer transação financeira suspeita e isso gera pelo
menos 1 milhão de relatórios diferentes – só em Londres –
todos os anos. Nos EUA, o número chega a 50 milhões de relatórios.
O que acontece é esse acúmulo gigantesco de informações e nós
não sabemos o que acontece com esses dados; para onde eles vão, o
que é feito com eles ou para o que eles são usados. Essa vigilância
em massa indiscriminada é compatível com os direitos humanos, por
exemplo?
Fórum – E está
funcionando?
Hayes - Essa é a
pergunta: está funcionando? Bem, nós temos todos esses filtros para
controle de lavagem de dinheiro e financiamento de terrorismo, mas de
repente acontece uma transação que envolve, sei lá, metade do PIB
do Burundi e talvez um funcionário vá até seu chefe para reportar
e ouve um ‘Esqueça isso, não faça nada’ – o que geralmente
acontece com cartéis de drogas, por exemplo. Então essa é a
pergunta que deveríamos estar fazendo: o sistema é funcional para o
seu propósito, ou tem consequências imprevistas?
Estão criando um
sistema que deveria ir atrás do 1%, certo? Aquele dos bilhões
suspeitos, mas eles estão indo para cima de todo mundo –
movimentos sociais, ONGs e manifestantes -, enquanto esse 1% está
indo muito bem, obrigado. E o crime organizado continua lucrando, a
corrupção continua subindo, a evasão fiscal está em alta e então,
25 anos depois, eles deveriam perguntar: isso realmente está
funcionando?
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