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Via Hora do Povo
A
Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) autorizou os planos de
saúde a reajustarem seus valores em 9,04% nos contratos individuais e
coletivos. O reajuste foi o maior desde 2005 e está mais de dois pontos
percentuais acima da inflação, que atingiu, no acumulado de 12 meses, o
índice de 6,7%, segundo o IPCA. No ano passado, o reajuste concedido foi
de 7,93%. A alta no valor das mensalidades vai atingir 8,4 milhões de
beneficiários em todo o país.
Os cálculos do
reajuste feitos pela ANS foram questionados pelo Instituto Brasileiro de
Defesa do Consumidor (Idec) e advogados especialistas em planos de
saúde.
Para chegar ao valor máximo que pode ser
aplicado às mensalidades dos planos individuais, a agência leva em
consideração a média dos porcentuais de reajuste aplicados pelas
operadoras aos planos coletivos com mais de 30 beneficiários.
No
entanto afirmam os especialistas, a ANS não regula os reajustes
aplicados nos planos coletivos. “A metodologia que a ANS usa para fazer
esse cálculo é o maior problema. Ela se baseia na média do reajuste dos
planos coletivos, que sofreram aumentos entre 15% e 20%. É um
contrassenso a ANS calcular uma média sobre algo que ela não delibera. É
quase uma tragédia anunciada”, avalia o advogado Julius Conforti.
Segundo
Ione Amorin, economista do Idec, em apenas duas ocasiões o reajuste
aplicado pela ANS foi inferior ao IPCA acumulado no período. “Neste ano,
enquanto o valor acumulado do IPCA de 2003 a 2013 é de 99,86%, o índice
acumulado dos reajustes da ANS é de 139,24%”, diz Ione.
Ione
e Conforti afirmam ainda que a situação é agravada porque o consumidor
sofre com a qualidade cada vez pior dos serviços oferecidos, como prazos
longos para marcação de consultas e acesso a exames, além de frequentes
descredenciamentos de médicos e laboratórios. “O consumidor paga mais
por um serviço cada vez pior”, diz Conforti.
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