buscado no bourdoukan
Em 2001 escrevi o texto abaixo para a Revista Caros Amigos.
OBS. Se há 11 anos era assim, imaginem hoje...
O texto continua atual.
Leiam abaixo.
Está marcado para o dia 21 de outubro o Dia Internacional Contra a Invasão de Privacidade.
É um protesto contra o Echelon, nome
codificado do projeto secreto do governo dos Estados Unidos, que permite
à sua Agência Nacional de Segurança (NSA) interceptar e monitorar todo
tipo de comunicação eletrônica.
Haverá várias manifestações em todo o mundo.
Um relatório do Parlamento Europeu afirma
que o "Echelon é um sistema global de vigilância, que se espalha por
todo o mundo e tem como alvo todos os principais satélites Intelsat
usados para a maioria das comunicações mundiais com telefones, Internet,
e-mail e faxes, que são rotineiramente interceptados pela NSA".
E que "o Echelon foi concebido sobretudo para espionar governos, organizações e empresas em todos os países do mundo".
O Ministério da Defesa da França
denunciou que agentes da NSA ajudaram a instalar chips de espionagem nos
programas da Microsoft.
Isto significa controle das comunicações
na Internet e a transformação dos computadores, sejam eles brasileiros,
americanos ou iraquianos, em linha auxiliar do governo dos Estados
Unidos.
A Microsoft contou com o apoio da NSA desde a sua fundação, inclusive financeiro.
Além disso, a NSA obrigou a IBM a aceitar o sistema operativo MS-DOS para operar com a administração norte-americana.
Em janeiro de 1994, o primeiro-ministro
francês Edouard Balladur acertou com a Arábia Saudita a assinatura de um
megacontrato de fornecimento de Airbus e de armamentos. Além do
dinheiro oficial, haveria o barani (por fora).
O Echelon interceptou a oferta, Washington "protestou" (dizem que baranou mais) e o contrato acabou ficando com a McDonnell-Douglas.
O Brasil também não escapou da vigilância e novamente os franceses foram prejudicados.
Quando já davam como certo o fornecimento
de radares para o Sistema de Vigilância da Amazônia (SIVAM), novo
“protesto” de Washington.
Teria sido tão substancial esse “protesto”, que estremeceu as relações entre o Brasil e a França, que viu a sua Thomson-CSF ser superada pela americana Raytheon.
Hoje, o Pentágono é o maior cliente da Microsoft no mundo.
Um pequeno exemplo do poderio do Echelon:
Iyad Hardan, 30 anos, dirigente militar do Jihad Islâmico, foi
localizado no norte da Cisjordânia e morto por uma explosão quando
utilizava um telefone público.
Outro palestino, Yahya Ayyash, do Hamas, teve o mesmo fim. Seu telefone celular explodiu quando fazia uma ligação.
O assassinato desses dois palestinos foi um favor prestado aos dirigentes israelenses, defensores incondicionais do Echelon.
Foi também um recado a organizações
não-governamentais como as pacifistas Anistia Internacional, Ajuda
Cristã, Médicos-Sem-Frontreiras e Repórteres do Mundo, entre outras, que
não gozam da simpatia do Pentágono.
Além da sede central em Fort Meade, o
Echelon possui bases em Yakima (200 quilômetros a sudoeste de Seattle) e
Sugar Grove (250 quilômetros a sudoeste de Washington).
Fora dos Estados Unidos, opera no Canadá,
em Morwenstow (Cornualha britânica), Waihopai (Nova Zelândia) e
Geraldton, no Oeste da Austrália.
Daí o sugestivo título de "rede de espionagem dos anglo-saxões".
O Echelon possui a capacidade de
decodificar e gravar mais de dois milhões de conversas políticas,
industriais e pessoais por hora em qualquer lugar do planeta.
Existem palavras-chave que, ao ser
captadas, são encaminhadas a computadores de decodificação, denominados
"dicionários Echelon".
E são palavras como as que seguem abaixo
que os defensores da privacidade pedem para utilizar no dia 21 de
outubro para congestionar o Echelon: Anistia Internacional, OLP,
revolução, terrorismo, carta-bomba, carro-bomba, ETA, Hamas, Hizbullah,
IRA.
O texto não precisa ser coerente. Existem
também inúmeras palavras na área econômica, mas aí cada país precisa
especificar a sua. No Brasil, por exemplo, temos o caixa-dois, propina,
molhar a mão, xexeta, Cayman, Amazônia etc.
OBS. Se há 11 anos era assim, imaginem hoje...
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