terça-feira, 25 de junho de 2013

A obsolescência programada da humanidade



O mundo é grande o suficiente para atender às necessidades de todos, mas sempre demasiado pequeno, para a ganância de alguns.

Mahatma Gandhi


Por Jader Resende
Na sombra do poder, a obsolescência programada se torna cada dia mais dominante. Nenhum produto industrializado suporta seu uso natural, visa somente garantir um consumo constante.
Obrigando-nos a viver na eterna busca do novo que rapidamente se torna obsoleto, aos poucos nos tornamos dependentes da obsolescência psicológica, ou seja, jogar fora o velho esta se torna a felicidade de comprar o novo.
Tenhamos petróleo, ex-sal, ouro, ferro, vidro, e madeira, também tínhamos diversas profissões tradicionalmente familiares e extintas pela ganância de poucos. Nesta avalanche de produtos descartáveis visando somente maximizar o lucro, nada mais. Em breve este suplício imposto a humanidade sairá caro.
Se não bastasse vender nossa soberania e nossas riquezas e não incentivar a criação de patentes (veja Bina ), somos usados como laranjas, transportando malotes de dinheiro para outros países através das marcas e patentes.
Generosamente damos matéria prima  e somos obrigados a comprar o que não dura e não presta. Desta forma estruturam cada vez mais o consumo de bens materiais. Neste objetivo insane de lucrar, cada vez mais, o neoliberalismo como uma doença vai aliciando todos sem piedade.
Num esforço teatral, ficamos cheio de dedos numa extrema delicadeza artificial, tentando fechar a “torneira plástica” finamente projetada (pra Inglês ver), que acaba sempre quebrando em pouco tempo e suas peças em blocos de plásticos  não permitem consertos.
Convivemos com portas de armário conglomerados  desabando ao menor toque, gavetas que nada suportam e vivem  despencando na cabeça de “velhos e crianças” que dependem de visinhos, porteiros e até mesmo transeuntes para socorrê-los. Trocar frequentimente lâmpadas e outros eletrodomésticos que vivem a queimar ou quebrar é rotina.
O fenômeno industrial da obsolescência programada destrói o poder mágico de dar vida a tudo que nos rodeia, de sentir no lar as vibrações deixadas por gerações passadas. Destroem as lembranças dos velhos, acelerando sua morte e condenam os mais novos a não conhecerem a ultima face mágica vida.
Envelhecer em qualquer situação e difícil. A constante presença da morte entre amigos, visinhos e pessoas queridas é dolorosa, a aceitação das deficiências que surgem com a idade é uma luta constante e buscar nas lembranças escondidas durante a vida em tudo aquilo que o envolve torna-se uma riqueza.
Privá-los destas lembranças é como se arrancasse o idoso de uma casa onde viveu toda sua vida para viver num local completamente desconhecido do seu passado.
Éramos encantados ao ouvir: “Este moveis pertenceram a meus avos e os guardo com carinho, em cada canto tenho um tesouro”. Brotava lembranças em sua face marcada pelas tatuagens da natureza, fluía em seus mínimos detalhes o sorriso suave e um monte de casos buscados no fundo da alma, para cada móvel da casa uma mágica lembrança. Não era necessário remédio para doenças de esquecimentos. Lembranças eram a ultima companhia na solidão da velhice imposta pela sociedade.
Não mais existem estes belos sentimentos que transformava os moveis de madeira de lei num refúgio seguro para os sonhos do passado que a sociedade não conseguiu tomar dos velhos.
A natureza na sua precisão da aos velhos o poder de vivenciar o passado em cada objeto que o cerca, esta felicidade é destruída por aqueles que sem noção do seu próprio envelhecimento convivem com o poder desumano do dinheiro.
O sonho mágico deixou de existir, a aceleração da vida moderna priva-nos de conviver com os objetos que nos transportava para as alegrias vividas, em nome da maldita obsolescência programada. Só a natureza paga por fornece matéria prima para esse esbanjamento estúpido que terá graves consequências ambientais.
Meios de comunicação são usados para impor o consumo e aquecer a economia, partem para endividar o povo, financiando um emaranhado de lixo para o lar sem valor sentimental ou comercial, aproximando cada vez mais a destruição do passado e futuro num curto espaço de tempo.
Tornando-nos consumidores doentios, sugam nossos suor e nosso pão para benefícios dos proprietários de grandes marcas e patentes, destruindo de imediato o companheirismo entre os próprios trabalhadores e da natureza. Cedo ou tarde este desperdício custara caro, isto na melhor das hipóteses.
Espertalhões em mirabolantes e lucrativos casamentos das monstruosas marcas e patentes tornam-se, o que existe de mais genial em nossas vidas. Descartáveis em negociatas nos cassinos econômicos se eternizam como gênios da nossa História.
O futuro dependera do que deixamos ou não, as oito famílias que agora dominam o mundo, fazerem. Haverá tempo deles construírem um mundo artificial? Se for isto que pensam acredito que não.
Por fim podíamos estar fazendo muita coisa produtiva e não podemos somos manipulados e obrigados a venerar o grande irmão pelo suplicio imposto à natureza.
Leia também
http://jaderresende.blogspot.com.br/2012/05/arte-de-envelhecer-
segundo-cicero.html
      

 ACorporação(documentário)


http://jaderresende.blogspot.com.br/search/label/Filme?updated-max=2012-06-19T22:01:00-03:00&max-results=20&start=19&by-date=false
 
end no You tube








2 comentários:

GilsonSampaio disse...

Querido Jader,
Muito bonito esse texto. Escrito com paixão e raiva, dois sentimentos próprios de quem ainda se conserva humano e indispensável.
Obrigado
Abraços
Gilson

jader resende disse...

Obrigado Gilson.
Temos que relevar muita coisa diante das injustiças feitas em nome da ganância.
Grande Abraço