O mundo é grande o
suficiente para atender às necessidades de todos, mas
sempre demasiado pequeno, para a ganância de alguns.
Mahatma Gandhi
Por
Jader Resende
Na
sombra do poder, a obsolescência programada se torna cada dia mais
dominante. Nenhum produto industrializado suporta seu uso natural,
visa somente garantir um consumo constante.
Obrigando-nos
a viver na eterna busca do novo que rapidamente se torna obsoleto,
aos poucos nos tornamos dependentes da obsolescência psicológica,
ou seja, jogar fora o velho esta se torna a felicidade de comprar o
novo.
Tenhamos
petróleo, ex-sal, ouro, ferro, vidro, e madeira, também tínhamos
diversas profissões tradicionalmente familiares e extintas pela
ganância de poucos. Nesta avalanche de produtos descartáveis
visando somente maximizar o lucro, nada mais. Em breve este suplício
imposto a humanidade sairá caro.
Se
não bastasse vender nossa soberania e nossas riquezas e não
incentivar a criação de patentes (veja Bina ), somos usados como
laranjas, transportando malotes de dinheiro para outros países
através das marcas e patentes.
Generosamente
damos matéria prima e somos obrigados a comprar o que não
dura e não presta. Desta forma estruturam cada vez mais o consumo de
bens materiais. Neste objetivo insane de lucrar, cada vez mais, o
neoliberalismo como uma doença vai aliciando todos sem piedade.
Num
esforço teatral, ficamos cheio de dedos numa extrema delicadeza
artificial, tentando fechar a “torneira plástica” finamente
projetada (pra Inglês ver), que acaba sempre quebrando em pouco
tempo e suas peças em blocos de plásticos não permitem
consertos.
Convivemos
com portas de armário conglomerados desabando ao menor toque,
gavetas que nada suportam e vivem despencando na cabeça de
“velhos e crianças” que dependem de visinhos, porteiros e até
mesmo transeuntes para socorrê-los. Trocar frequentimente lâmpadas
e outros eletrodomésticos que vivem a queimar ou quebrar é rotina.
O
fenômeno industrial da obsolescência programada destrói o poder
mágico de dar vida a tudo que nos rodeia, de sentir no lar as
vibrações deixadas por gerações passadas. Destroem as lembranças
dos velhos, acelerando sua morte e condenam os mais novos a não
conhecerem a ultima face mágica vida.
Envelhecer
em qualquer situação e difícil. A constante presença da morte
entre amigos, visinhos e pessoas queridas é dolorosa, a aceitação
das deficiências que surgem com a idade é uma luta constante e
buscar nas lembranças escondidas durante a vida em tudo aquilo que o
envolve torna-se uma riqueza.
Privá-los
destas lembranças é como se arrancasse o idoso de uma casa onde
viveu toda sua vida para viver num local completamente desconhecido
do seu passado.
Éramos
encantados ao ouvir: “Este moveis pertenceram a meus avos e os
guardo com carinho, em cada canto tenho um tesouro”. Brotava
lembranças em sua face marcada pelas tatuagens da natureza, fluía
em seus mínimos detalhes o sorriso suave e um monte de casos
buscados no fundo da alma, para cada móvel da casa uma mágica
lembrança. Não era necessário remédio para doenças de
esquecimentos. Lembranças eram a ultima companhia na solidão da
velhice imposta pela sociedade.
Não
mais existem estes belos sentimentos que transformava os moveis de
madeira de lei num refúgio seguro para os sonhos do passado que a
sociedade não conseguiu tomar dos velhos.
A
natureza na sua precisão da aos velhos o poder de vivenciar o
passado em cada objeto que o cerca, esta felicidade é destruída por
aqueles que sem noção do seu próprio envelhecimento convivem com o
poder desumano do dinheiro.
O
sonho mágico deixou de existir, a aceleração da vida moderna
priva-nos de conviver com os objetos que nos transportava para as
alegrias vividas, em nome da maldita obsolescência programada. Só a
natureza paga por fornece matéria prima para esse esbanjamento
estúpido que terá graves consequências ambientais.
Meios
de comunicação são usados para impor o consumo e aquecer a
economia, partem para endividar o povo, financiando um emaranhado de
lixo para o lar sem valor sentimental ou comercial, aproximando cada
vez mais a destruição do passado e futuro num curto espaço de
tempo.
Tornando-nos
consumidores doentios, sugam nossos suor e nosso pão para benefícios
dos proprietários de grandes marcas e patentes, destruindo de
imediato o companheirismo entre os próprios trabalhadores e da
natureza. Cedo ou tarde este desperdício custara caro, isto na
melhor das hipóteses.
Espertalhões
em mirabolantes e lucrativos casamentos das monstruosas marcas e
patentes tornam-se, o que existe de mais genial em nossas vidas.
Descartáveis em negociatas nos cassinos econômicos se eternizam
como gênios da nossa História.
O
futuro dependera do que deixamos ou não, as
oito famílias que agora dominam o mundo, fazerem. Haverá tempo
deles construírem um mundo artificial? Se for isto que pensam
acredito que não.
Por
fim podíamos estar fazendo muita coisa produtiva e não podemos
somos manipulados e obrigados a venerar o grande irmão pelo suplicio
imposto à natureza.
Leia
também
http://jaderresende.blogspot.com.br/2012/05/arte-de-envelhecer-
segundo-cicero.html
segundo-cicero.html
http://docverdade.blogspot.com.br/2011/02/comprar-jogar-fora-comprar-comprar.html
ACorporação(documentário)
http://jaderresende.blogspot.com.br/search/label/Filme?updated-max=2012-06-19T22:01:00-03:00&max-results=20&start=19&by-date=false
end no You tube
http://www.youtube.com/watch?v=FDMmhiHnlwE&feature=player_embedded
2 comentários:
Querido Jader,
Muito bonito esse texto. Escrito com paixão e raiva, dois sentimentos próprios de quem ainda se conserva humano e indispensável.
Obrigado
Abraços
Gilson
Obrigado Gilson.
Temos que relevar muita coisa diante das injustiças feitas em nome da ganância.
Grande Abraço
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