terça-feira, 1 de outubro de 2013

Lutar é o que inspira a gente. Quinta-feira é greve!


buscado no Professor Jeovane 

 


FUP- Vinte e quatro horas de greve em defesa da soberania nacional e da pauta da categoria. Essa é a resposta que os petroleiros darão aos gestores da Petrobrás e ao governo brasileiro no dia em que a estatal completa 60 anos de existência. Em vez de comemorações, o dia 03 de outubro terá enfrentamento. Será a primeira grande mobilização da campanha reivindicatória e que, certamente, servirá de termômetro para as gerências. A greve foi aprovada em todas as bases da FUP que já concluíram as assembleias e referendaram o calendário de lutas indicado pelo Conselho Deliberativo.

A Petrobrás deixou claro que essa campanha será uma das mais difíceis dos últimos tempos. Além de desprezar reivindicações fundamentais dos petroleiros referentes a saúde e segurança, efetivos, terceirização, condições de trabalho e Petros, a empresa não apresentou proposta econômica, alegando que irá responder à FUP na semana do dia 07. Ou seja, um tremendo desrespeito com os trabalhadores, que mais parece provocação, principalmente, diante do slogam da campanha de 60 anos da empresa: "Gente é o que inspira a gente".

A resposta, portanto, não pode ser outra, se não uma greve forte e contundente. Vamos deixar claro para a Petrobrás que o que de fato inspira os petroleiros e os brasileiros é a luta por melhores condições de vida, trabalho e um país soberano.

Barrar o leilão de Libra e o PL 4330

Além de interromperem as atividades por 24 horas nas bases operacionais e administrativas, exigindo da Petrobrás uma proposta decente, os petroleiros também não medirão esforços para impedir o leilão de Libra e derrotar o Projeto de Lei 4330, que, sob o pretexto de regulamentar a terceirização, coloca em risco praticamente todos os direitos trabalhistas.

Nesta segunda-feira, 30, a FUP inicia um acampamento em Brasília, junto com as centrais sindicais, o MST e o MAB, para pressionar o governo e os parlamentares a suspenderem a licitação do maior campo do pré-sal. A luta será fortalecida pela juventude petroleira que realizará no acampamento o II Encontro Nacional da Juventude Fupista, que começa na quarta, 02, e prossegue até sábado, 05.  No dia 08, o Conselho Deliberativo da FUP volta a se reunir para discutir o indicativo de uma nova greve no Sistema Petrobrás a partir do dia 17 de outubro.

Os petroleiros terão, portanto, uma semana de lutas decisivas não só para a categoria, como para todo o conjunto da classe trabalhadora e os movimentos sociais para impedir que o maior campo de petróleo descoberto pela Petrobrás seja apropriado pelas multinacionais. Um dos principais instrumentos de aglutinação de forças e mobilizações neste sentido são os comitês regionais em defesa da soberania e do petróleo brasileiro. O Comitê de São Paulo é um dos mais ativos, com participação da CUT, que, em nota nacional, orientou seus sindicatos e federações a somarem-se ao calendário da FUP na luta para barrar o leilão de Libra. Em Campinas,  os petroleiros lançaram na sexta-feira, 27, o “Comitê Regional contra o Leilão de Libra e em Defesa do Pré-Sal”. No Rio de Janeiro, o Sindipetro-RJ e os movimentos sociais iniciaram no último dia 24 um acampamento em frente à sede da Petrobrás, onde permanecerão até que o leilão seja suspenso.    

Fique de olho:

30/09– início do acampamento da FUP em Brasília contra o leilão de Libra

Até 02/10– realização de seminários de qualificação de greve

02 a 05/10- II Encontro da Juventude Petroleira da FUP no acampamento em Brasília

03/10– greve nacional de 24 horas dos petroleiros

07/10– ato político com a classe artística no Rio de Janeiro contra o leilão de Libra

08/10– reunião do Conselho Deliberativo da FUP onde será discutido o indicativo de nova greve no Sistema Petrobrás

17/10– Dia Nacional de Luta em Defesa da Soberania, com atos nas capitais do país. Esta data também é referência para o indicativo de greve

21/10– Ato Público com todas as centrais e movimentos sociais contra a realização do leilão de Libra

fonte; FUP
 
 

Entreguismo de fazer inveja a FHC





























Leilão das reservas do pré-sal, maior crime de lesa-pátria desde 1500
O governo decidiu antecipar, para outro próximo, o leilão das reservas de petróleo da camada pré-sal do campo de Libra, na Bacia de Santos, que representa a maior descoberta de petróleo já feita no país. Se realizado, o leilão vai entregar aos interesses das empresas multinacionais um volume de reservas estimadas, oficialmente, entre 8 e 12 bilhões de barris.
As empresas estrangeiras, pelo contrato em regime de partilha, poderão ficar com até 70% desse volume. A empresa Pré-Sal Petróleo S.A. (PPSA), empresa estatal prevista pelo novo marco regulatório do setor, terá a atribuição de vender a parcela do petróleo que cabe ao governo nos contratos de partilha, e a lei permite que a Agência Nacional do Petróleo – ANP faça um contrato diretamente com a PPSA, sem licitação.
O governo terá ganhos com a realização e a antecipação do leilão, pois certamente usará como peça de propaganda o montante de investimentos previstos para a prospecção e exploração das reservas, de cerca de cerca de R$ 60 bilhões. Com os R$ 15 bilhões que receberá pelos “bônus de assinatura” (quantia paga diretamente pelas empresas participantes), poderá fazer frente à sua necessidade, de curto prazo, de fazer caixa para “fechar as contas”.
Extração descontrolada no curto prazo
O petróleo seguirá, nos próximos anos, como um excelente negócio, dado que os preços internacionais que se situam acima dos 100 dólares por barril, há muitos anos,  mesmo com a continuação da grave crise econômica mundial. A exploração do petróleo, a se manterem os níveis atuais de produção e consumo, tem um horizonte de vida comercial estimado entre 40 e 70 anos, de acordo com as principais fontes do setor. Para o Brasil, a ANP estima em 40 anos o horizonte de exploração comercial.  Dadas as altas taxas de lucro que podem ser obtidas no curto prazo, as empresas, seguindo a sua racionalidade capitalista,  tendem a retirar a maior quantidade possível no prazo mais curto.
As elevadas margens de lucro com que as empresas do setor operam, hoje, são explicadas pelos altos preços do petróleo, que certamente não cairão, uma vez que as tendências de consumo são crescentes e o volume de reservas conhecidas mundiais tende a cair, ainda que haja novas descobertas, o número de novas descobertas é cada vez menor. Os custos do setor, os valores vão de 17 dólares por barril, no oriente médio, a cerca de 40 dólares para as operações em águas superprofundas, como as da bacia de campos. No Ártico, em condições extremamente severas, os custos, mesmo chegando a 60 dólares, ainda são mais do que compensados pelo elevado preço do produto.
Não é por acaso que a maior empresas do mundo, em 2012, tenha sido a Exxon Mobil, uma petroleira norteamericana com 433 bilhões de dólares em vendas, e que houvesse outras 3 petrolíferas entre as 10 maiores daquele ano. Tampouco é por acaso que, dada a perspectiva de escassez para os próximos anos, os Estados Unidos e outros países capitalistas desenvolvidos importadores de petróleo recrudescem suas ações políticas e militares para garantir o domínio de reservas fora de seu território, como comprovam as recentes intervenções militares no Iraque e na Líbia, a manutenção de alianças políticas e militares entre os EUA e as monarquias absolutistas petroleiras do Oriente Médio, como Dubai, Arábia Saudita e Emirados Árabes.
As reservas de petróleo da camada pré-sal são estratégicas para o Brasil, uma oportunidade superar a pobreza e a exclusão dos direitos sociais básicos que marcam a maior parte dos trabalhadores brasileiros, para investir na Educação e na Saúde, para torná-las públicas, universais e de alta qualidade, para prover emprego e bons salários para todos, para prover a infraestrutura urbana e produtiva, para a pesquisa de energias alternativas e várias outras demandas sociais.
Por baixo, US$ 500 bilhões de presente aos empresários
O governo brasileiro segue praticando uma política de entregar as riquezas nacionais ao grande capital privado, sem qualquer contrapartida significativa para a maioria da população brasileira, a classe trabalhadora, na lógica de promover mais privatizações e oferecer mais facilidades para a reprodução do capital. A conta é simples: 10 bilhões de barris a um preço de 100 dólares por barril (calculado por baixo) são 1 trilhão de dólares. Descontados os custos (de 50%, calculados por cima), são 500 bilhões de dólares, dos quais 150 bilhões ficarão com a nova estatal do petróleo e 350 bilhões de dólares ficarão com as empresas estrangeiras. Mesmo com a parcela retida pelo governo na forma de royalties (cuja finalidade essencial é a proteção ao meio-ambiente), e somado o montante a ser recebido com os bônus de assinatura, o que fica com o governo é muito pouco, comparado com os ganhos das empresas privadas.
Essa riqueza não pode se perder na sanha da exploração privada. É preciso lutar contra o leilão do campo de Libra e de outras áreas, pela Petrobrás 100% estatal e sob controle dos trabalhadores, para que possamos usar os recursos petrolíferos com uma racionalidade diametralmente oposta à do lucro privado, a racionalidade da classe trabalhadoras, da igualdade e da justiça social. Esse leilão é o maior crime de lesa-pátria desde 1500.