Mostrando postagens com marcador Eleições. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador Eleições. Mostrar todas as postagens

domingo, 23 de novembro de 2014

TODOS SOLTOS!







TODOS SOLTOS

TODOS SOLTOS!
O jornalista, escritor e colunista da Folha de São Paulo, Elio Gaspari, publicou um artigo neste jornal no último domingo (19), em que faz um inventário dos casos de corrupção durante o governo FHC, envolvendo diretamente os tucanos. o Artigo de Gaspari é uma contribuição importante para a memória nacional e para a desmistificação do falso moralismo tucano. Por isso acreditamos que o PSDB não é alternativa para combater a corrupção no Brasil. O que precisamos de fato é de pressão social por uma reforma política democrática, que acabe com o financiamento privado de campanha e estabeleça regras capazes de ampliar a participação e a fiscalização popular, única forma de se garantir uma política com ética e transparência.
Segue o artigo na íntegra.

Elio Gaspari - Folha de São Paulo 19/10/2014

Todos soltos, todos soltos, até hoje
Nos debates medíocres da TV Bandeirantes e do SBT, em que Dilma Rousseff parecia disputar a Presidência com Fernando Henrique Cardoso e Aécio Neves parecia lutar por um novo mandato em Minas Gerais, houve um momento estimulante. Foram as saraivadas de cinco "todos soltos" desferida pela doutora.
Discutia-se a corrupção do aparelho petista e ela arrolou cinco escândalos tucanos: "Caso Sivam", "Pasta Rosa", "Compra de votos para a reeleição de FHC", "Mensalão tucano mineiro" e "Compra de trens em São Paulo". A cada um, ela perguntava onde estavam os responsáveis e respondia: "Todos soltos". Faltou dizer: todos soltos, até hoje.
Não foi Dilma quem botou a bancada da Papuda na cadeia, foi a Justiça. Lula e o comissariado petista deram toda a solidariedade possível aos companheiros, inclusive aos que se declararam "presos políticos". Aécio também nada tem a ver com o fato de os tucanos dos cinco escândalos estarem soltos. Eles receberam essa graça porque o Ministério Público e o Judiciário não conseguiram colocar-lhes as algemas. O tucanato deu-lhes graus variáveis de solidariedade e silêncio.
Pela linha de argumentação dos dois candidatos, é falta de educação falar dos males petistas para Dilma ou dos tucanos para Aécio. Triste conclusão: quando mencionam casos específicos, os dois têm razão. A boa notícia é que ambos prometem mudar essa escrita.
A doutora Dilma listou os cinco escândalos tucanos, todos do século passado, impunes até hoje. Vale relembrá-los.
CASO SIVAM
Em 1993 (governo Itamar Franco), escolheu-se a empresa americana Raytheon para montar um sistema de vigilância no espaço aéreo da Amazônia. Coisa de US$ 1,7 bilhão, sem concorrência. Dois anos depois (governo FHC), o "New York Times" publicou que, segundo os serviços de informações americanos, rolaram propinas no negócio. Diretores da Thomson, que perdera a disputa, diziam que a gorjeta ficara em US$ 30 milhões. Tudo poderia ser briga de concorrentes, até que um tucano grampeou um assessor de FHC e flagrou-o dizendo que o projeto precisava de uma "prensa" para andar. Relatando uma conversa com um senador, afirmou que ele sabia "quem levou dinheiro, quanto levou".
O tucano grampeado voou para a Embaixada do Brasil no México, o grampeador migrou para o governo de São Paulo e o ministro da Aeronáutica perdeu o cargo. Só. FHC classificou o noticiário sobre o assunto como "espalhafatoso".
PASTA ROSA
Em agosto de 1995, FHC fechou o banco Econômico. Estava quebrado e pertencia a Ângelo Calmon de Sá, um príncipe da banca e ex-ministro da Indústria e Comércio. Numa salinha do gabinete do doutor, a equipe do Banco Central que assumiu o Econômico encontrou quatro pastas, uma da quais era rosa. Nelas estava a documentação do ervanário que a banca aspergira nas eleições de 1986, 1990 e 1994. Tudo direitinho: 59 nomes de deputados, 15 de senadores e 10 de governadores, com notas fiscais, cópias de cheques e quantias. Serviço de banqueiro meticuloso. Havia um ranking com as cotações dos beneficiados e alguns ganharam breves verbetes. No caso de um deputado, registravam 43 transações, 12 com cheques.
Nos três pleitos, esse pedaço da banca deve ter queimado mais de US$ 10 milhões. A papelada tornara-se uma batata quente nas mãos da cúpula do Banco Central. De novo, foi usada numa briga de tucanos e deu-se um vazamento seletivo. Quando se percebeu que o conjunto da obra escapara ao controle, o assunto começou a ser esquecido. FHC informou que os responsáveis pela exposição pagariam na forma da lei: "Se for cargo de confiança, perdeu o cargo na hora; se for cargo administrativo, será punido administrativamente". Para felicidade da banca, deu em nada.
COMPRA DE VOTOS PARA A REELEIÇÃO DE FHC
Em maio de 1997, os deputados Ronivon Santiago e João Maia revelaram que cada um deles recebera R$ 200 mil para votar a favor da emenda constitucional que criou o instituto da reeleição dos presidentes e governadores. Ronivon e Maia elegiam-se pelo Acre e pertenciam ao PFL, hoje DEM. Foram expulsos do partido e renunciaram aos mandatos. Ronivon voltou à Câmara em 2002. De onde vinha o dinheiro, até hoje não se sabe.
MENSALÃO TUCANO MINEIRO
Em 1998, Eduardo Azeredo perdeu para o ex-presidente Itamar Franco a disputa em que tentava se reeleger governador de Minas Gerais. Quatro anos depois, elegeu-se senador e tornou-se presidente do PSDB. Em 2005, quando já estourara o caso do mensalão petista, o nome de Azeredo caiu na roda das mágicas de Marcos Valério. Quatro anos antes de operar para o comissariado, ele dava contratos firmados com o governo de Azeredo como garantia para empréstimos junto ao banco Rural (o mesmo que seria usado pelos comissários.) O dinheiro ia para candidatos da coligação de Azeredo. O PSDB blindou o senador, abraçou a tese do "caixa dois" e manteve-o na presidência do partido durante três meses.
Quando perdeu a solidariedade de FHC, Azeredo disse que, durante a disputa de 1998, ele "teve comitês bancados pela minha campanha". Em fevereiro passado, o Supremo Tribunal Federal aceitou a denúncia do procurador-geral contra Azeredo e ele renunciou ao mandato de deputado federal (sempre pelo PSDB). Com isso, conseguiu que o processo recomeçasse na primeira instância, em Minas Gerais. Está lá.
COMPRA DE TRENS EM SP
Assim como o caso Sivam, o fio da meada da corrupção para a venda de equipamentos ao governo paulista foi puxado no exterior. O "Wall Street Journal" noticiou em 2008 que a empresa Alstom, francesa, molhara mãos de brasileiros em contratos fechados entre 1995 e 2003. Coisa de US$ 32 milhões, para começar. O Judiciário suíço investigava a Alstom e tinha listas com nomes e endereços de pessoas beneficiadas. Um diretor da filial brasileira foi preso e solto. Outro, na Suíça, também foi preso e colaborou com as autoridades.
Um aspecto interessante desse caso está no fato de que a investigação corria na Suíça, mas andava devagar em São Paulo. Outras maracutaias, envolvendo hierarcas da Indonésia e de Zâmbia, resultaram em punições. Há um ano a empresa alemã Siemens, que participava de consórcios com a Alstom, começou a colaborar com as autoridades brasileiras e expôs o cartel de fornecedores que azeitava contratos com propinas que chegavam a 8,5%.
Em 2008, surgiu o nome de Robson Marinho, chefe da Casa Civil do governo de São Paulo entre 1995 e 2001, nomeado ministro do Tribunal de Contas do Estado. Em março passado, os suíços bloquearam uma conta do doutor num banco local, com saldo de US$ 1,1 milhão. Ele nega ser o dono da arca, pela qual passaram US$ 2,7 milhões. (Marinho tem uma ilha em Paraty.) O Ministério Público de São Paulo já denunciou 30 pessoas e 12 empresas. Como diz a doutora, "todos soltos".


segunda-feira, 19 de maio de 2014

Reforma do sistema político: para onde vamos?



buscado no Produto da Mente





por José Antônio Moroni

Não é de hoje que muitas organizações e movimentos discutem a questão da reforma do sistema político. Esta é uma agenda que permeia muitas organizações e discussões. Mas, assim como para os partidos, Executivo e Congresso, não era uma agenda prioritária até agora. Era a segunda prioridade. Algo mudou no último período. Esta mudança de postura foi construída ao longo dos tempos e passou por várias etapas.

Primeiramente era necessário desconstruir a ideia rasa que reforma política é o mesmo que reforma eleitoral e que dizia respeito à “vida dos parlamentares”. Portanto, os sujeitos políticos reconhecidos para este debate eram os parlamentares e no máximo os partidos e o único “lugar” para o debate era o Congresso Nacional. Esta concepção de reforma política foi aos poucos sendo substituída pelo conceito de reforma do sistema político. Sistema político envolve todos os processos decisórios, portanto é uma discussão sobre o poder, sobre mecanismos disponíveis para o exercício do poder e instrumentos existentes para controlar o poder e quais os sujeitos políticos reconhecidos para o exercício do poder.

Neste sentido abordar a temática da reforma do sistema político significa tratar de todas as formas de poder, tanto na esfera privada como na pública. Com isso incorporamos no debate questões que estruturam os processos de desigualdades no Brasil, as dimensões de classe, sexo, cor da pele, etnia e desejos sexuais.

Foi necessário também ter um olhar mais apurado para o nosso sistema político e identificar quais são as grandes questões que queremos enfrentar. Nesta leitura chegamos a conclusão, segundo as palavras do Prof. Fabio Comparato, que temos uma democracia sem povo. Isso é, os nossos processos democráticos não são alicerçados na soberania popular. Então, onde estão alicerçados? No poder econômico e na reprodução das desigualdades. É a velha forma, poder gera mais poder, que gera mais desigualdades. É uma ciranda que se auto-alimenta. Não é por acaso que temos um sistema onde as elites sempre estão no poder ou o poder está a serviço delas. Precisamos romper com esta “roda viva” que na verdade é a morte da soberania popular, portanto do poder popular. Um retrato disso é a subrepresentação nos espaços de poder de vários segmentos, como por exemplo, mulheres, população negra, indígena e homoafetiva, a juventude das periferias, a população camponesa, entre outros.

Temos um poder masculino, branco e proprietário.

Esta leitura do nosso sistema político nos leva a interrogações. Qual a institucionalidade que sustenta um sistema tão perverso e desigual? Que razões históricas, econômicas, sociais e culturais nos levaram a isso? Temos um arcabouço institucional que é incapaz de processar as grandes transformações desejadas pela sociedade. Isso ficou evidente não só com as manifestações de junho do ano passado. A institucionalidade que temos nos levou até aqui, teve condições de processar algumas demandas, principalmente as que vivemos no período pós-Constituição de 1988, mas é incapaz de processar grandes transformações.

Estamos num impasse: para  avançar precisamos criar outras institucionalidades democráticas. Por quê? Porque nunca tivemos na nossa historia política força suficiente para provocar rupturas. Sempre saímos de um “período histórico” para outro através da conciliação e não de rupturas. E esta conciliação sempre foi feita tendo como sujeito político hegemônico as forças conservadoras e as elites. Foi assim com a “independência do Brasil”, com a “abolição” da escravidão, com a proclamação da Republica, chegando a saída da ditadura militar, onde a hegemonia do processo foi das próprias forças que apoiaram o ditadura. Portanto criar novas institucionalidades significa romper com este passado conciliatório e provocar rupturas no sistema político.

Com esta avaliação do nosso sistema político, como funciona e as questões que queremos enfrentar, formulamos duas grandes estratégias políticas que se complementam, mas que apresentam horizontes políticos diversos. Uma é a Iniciativa Popular pela Reforma Política Democrática e Eleições Limpas e a outra é o Plebiscito Popular pela Convocação de uma Assembleia Constituinte Exclusiva e Soberana do Sistema Político.

A iniciativa popular é organizada pela Coalizão pela Reforma Política, que promoveu um processo de dialogo e unificou a proposta da Plataforma dos Movimentos Sociais pela Reforma do Sistema Político e a do Movimento de Combate a Corrupção Eleitoral (MCCE). A iniciativa popular é um instrumento da democracia direta previsto na Constituição e tem uma serie de exigências, como por exemplo: obter perto de 1.500.000 assinaturas; não pode apresentar propostas de mudança constitucional; tem que ter o numero do titulo eleitoral, etc. Mas ela consegue, mesmo com estes limites, enfrentar questões importantes e estruturais do nosso sistema político, como o peso do poder econômico nas eleições, a sub-representação de vários segmentos no parlamento, fortalecer os instrumentos da democracia direta e criar mecanismos democráticos de controle e fiscalização do processo eleitoral.

A iniciativa popular é uma estratégia que se propõe atuar em um tempo político mais curto, isso é, mobilizar a sociedade para forçar que este Congresso aprove uma reforma política que responda aos anseios de amplos segmentos da sociedade. Como a Iniciativa popular faz isso? Na questão do financiamento propõe mecanismos democráticos proibindo o aporte de recursos por parte das empresas. As eleições passariam a ser financiadas com recursos do orçamento público, de contribuições de pessoas físicas. Tudo isso com limites e como estratégia de democratizar o processo, combater a corrupção, limitar e baratear os custos das campanhas. Propõe um sistema de escolha dos/as representantes em dois turnos. Os partidos elaboram de forma democrática listas partidárias com alternância de sexo e critérios de inclusão dos demais segmentos sub-representados. O primeiro turno visa definir quantas cadeiras no parlamento o partido vai ter. No segundo turno participa o dobro de candidatos e o/a eleitor/a vota no nome de seu representante. Para fortalecer a democracia direta propõe que determinados temas só possam ser decididos por plebiscitos e referendos, como por exemplo: grandes projetos com grandes impactos socioambientais, privatizações, concessões de bens públicos, megaeventos com recursos públicos, entre outros. Para conhecer na integra a proposta da  Iniciativa Popular acessar: WWW.reformapoliticademocratica.com.br

Já o plebiscito popular abarca três estratégias: trabalho de base, formação política e discussão ampla com a sociedade. Busca-se debater a institucionalidade que temos e a que queremos (sistema político) e o lócus político para se fazer esse debate é a convocação de uma Assembleia Constituinte Exclusiva e Soberana. Neste sentido o horizonte político do plebiscito popular é mais longo prazo, é de acumular forças na sociedade para poder provocar as rupturas que precisamos. Neste sentido é importante o processo de conquista de uma Assembleia Constituinte Exclusiva e Soberana. Esta mesma demanda por uma Constituinte Exclusiva e Soberana esteve presente em 1985. Mas, não tivemos força política suficiente para torná-la realidade na ocasião e tivemos uma Constituinte Congressual (o Congresso que fez), sem soberania (pois estava subordinada a vontade do executivo, dos militares e do poder judiciário). Em outras palavras, para provocar as rupturas que precisamos, urge criar novas institucionalidades onde o alicerce do poder é a soberania popular, onde o poder constituinte seja a próprio poder popular. Para ter acesso ao debate do  
http://www.plebiscitoconstituinte.org.br/
Como percebemos não tem contradição entre as duas estratégias e ambas procuram criar novas institucionalidades capazes de provocar as transformações estruturais que tanto precisamos.



*José Antônio Moroni, membro do INESC e da Plataforma dos Movimentos Sociais da Reforma do
Sistema Político

 

Raul Pont: Pelo fim de eleições decididas pelo poder econômico



buscado no Aldeia Gaulesa



Estamos num momento crucial da vida política brasileira. Em poucos meses, teremos eleições. Provavelmente, o pleito será regido pela mesma legislação que permite o financiamento de pessoas jurídicas nas campanhas eleitorais e, consequentemente, permite esse processo vergonhoso de corrupção, de compra de voto, de financiamento pelos grandes grupos econômicos que estabelecem, de maneira escancarada, a cooptação e o controle sobre parlamentares.
Pelas declarações no TSE das eleições de 2010, foram a mais de R$ 4 bilhões os financiamentos (doações) aos candidatos para o processo eleitoral. E candidatos escolhidos a dedo. Não é dinheiro que vai para o partido, que o distribui como quer. Não. Os financiamentos são dados por escolha direta das empresas aos candidatos. Hoje, mais de 70% dos deputados que estão na Câmara Federal, foram eleitos porque estavam entre as campanhas mais caras nos seus Estados.



quinta-feira, 20 de dezembro de 2012

PIZZA [Tucana] NA CPI FOI A GOTA D’ÁGUA

 

buscado no Democracia & Politica



[O crime venceu a CPMI]
 
 
Por Eduardo Guimarães
 
“A CPI do Cachoeira terminou em pizza, segundo os petistas e seus aliados membros da Comissão. E eles estão mais do que certos. PMDB e PSDB fizeram uma negociata que gerou a revoltante impunidade daquele que pode ser considerado o sócio oculto do bicheiro Carlos Augusto Ramos, o governador de Goiás, Marconi Perillo.

Seria ocioso repisar, detalhadamente, o envolvimento escandaloso de um governador de Estado com um criminoso como Cachoeira. A profusão de fatos que comprovam a sociedade entre o tucano e o bicheiro é por todos conhecida, mas, para não passar em branco, vamos a alguns desses fatos.

• A Polícia Federal captou conversas entre o governador e o bicheiro em que marcavam reuniões e confraternizavam.
• Perillo e Cachoeira transacionaram um imóvel de alto valor com pagamento adicional “por fora”.
• A Polícia Federal captou conversas de membros da quadrilha afirmando que Perillo nomearia pessoas para cargos no governo de Goiás e essas nomeações aconteceram.
• Comprovou-se entrega de altas somas por emissários de Cachoeira no Palácio do governador tucano.

Isso não é tudo, mas deveria ser o suficiente para qualquer cidadão decente se indignar com a união entre PSDB e PMDB na CPI para proteger o quadrilheiro que governa Goiás e o empreiteiro Fernando Cavendish, da cota peemedebista. Contudo, os que trabalham pela impunidade do governador e do empreiteiro perderam qualquer traço de vergonha na cara.

Pode-se dizer, portanto, que o esquema criminoso em Goiás sobreviveu, pois um dos seus dois chefes não só não terá que responder por seus crimes como continua no comando de uma administração pública infestada de corruptos.

Enquanto isso, o Ministério Público não apresenta conclusão alguma sobre o inquérito que o procurador-geral da República, Roberto Gurgel, só abriu contra Perillo porque este pediu (!?), apesar de tudo que foi enumerado acima.

A isso, soma-se o engavetamento, pelo mesmo Gurgel, de investigação da Polícia Federal que terminou com a prisão de Cachoeira e o desmonte parcial de seu esquema criminoso, sem que, até hoje, o procurador-geral tenha dado qualquer explicação para sua omissão em instalar a investigação.

E nem vamos falar da Privataria Tucana, da lista de Furnas, o envolvimento de Policarpo Jr., da 'Veja', com o esquema Cachoeira e outros escândalos recheados de provas que o Ministério Público ignora e o Legislativo acobertam.

Vai muito mal, o Brasil. Enquanto uns são acobertados e ainda tripudiam sobre as leis e o Direito, outros são condenados à prisão sem provas, com base em suposições. O Judiciário afronta o Legislativo usurpando sua competência, o Ministério Público atua de forma nitidamente partidária, poupando uns e acusando outros.

O governo Dilma, por sua vez, age como se não fosse com ele. Não trabalha pela regulação da comunicação e não exerce o seu direito de protestar contra a impunidade dos adversários políticos e a politização do Ministério Público e do Judiciário, gerando, assim, ao menos um fato político.

Isso sem falar na nomeação de procuradores-gerais e juízes do STF tendenciosos pela presidente da República, o que gera temor de que ela pode continuar nomeando de olhos fechados.

Os resultados políticos desse “pragmatismo” da presidente e do seu partido está sendo a destruição do Estado de Direito e a solidificação da corrupção no Brasil, com a solidificação de uma classe de inimputáveis que pode roubar à vontade com o beneplácito do Executivo, do Legislativo e do Judiciário.

Enquanto cidadãos como este que escreve se expõem à sanha de pistoleiros das quadrilhas que aprisionaram parte do Estado ao promoverem ações na Justiça, manifestações etc, o governo fica de quatro, com a língua de fora, esperando um chamado da imprensa aliada ao crime organizado para lhe dar gostosas e sorridentes entrevistas.

O Brasil, pois, precisa de um líder político corajoso. Sem reação, a direita midiática retomará o poder e dele não sairá nunca mais, pois, nessa batida, todo aquele que se opõe frontalmente será acusado e condenado sem provas.

Não se esqueça, leitor, de que venho anunciando há anos o golpismo que poucos governistas negam hoje. Diziam que “não havia clima” para golpe. Quando eu dizia que havia outras formas de golpear a democracia, esgrimiam com as pesquisas. Ora, de que adianta pesquisa e voto se o político não puder disputar eleição ou se, eleito, for apeado do cargo?

Era para o PT estar levando sua militância às ruas, a presidente estar discursando contra a impunidade dos adversários e condenação sem provas de seus aliados, mas não. O partido se limita a declarações soltas, alguns comunicados que não geram consequências pela timidez e a presidente nem abre a boca.

O que é que estamos fazendo aqui, então? De que adianta nos expormos dessa forma se o governo e o partido do governo não ecoam a indignação de milhares de pessoas que todos já viram nesta página clamando por reação?

Este blogueiro gasta dinheiro que não tem para manter um blog e um movimento social, fazer intermináveis ligações telefônicas, viagens para participar de seminários, lidera ações concretas, interrompe sua atividade profissional remunerada, expõe-se até a ameaças de violência física… E tudo isso para quê?

O PT e seus aliados entre movimentos sociais, sindicatos etc, bem como o governo, teriam meios de reagir. Com o concurso das principais lideranças petistas, sobretudo Lula e Dilma, poderíamos denunciar que está surgindo no Brasil um grupo político inimputável, que pode roubar descaradamente, à vista de todos, e nada acontece.

O que está acontecendo é a ponta do iceberg. Em 2014, a direita midiática completará 12 anos fora do poder e não aceitará que sejam 16. Que Dilma e Lula não se enganem: serão impedidos de disputar a próxima eleição. E se o PT e o governo não se mexerem a partir de agora, que não contem comigo quando o circo pegar fogo.


Veja, abaixo, como votaram os senadores e deputados federais sobre o relatório final da CPI do Cachoeira.
 
SENADORES
 
A favor:
 
Jorge Viana (PT-AC)
Lídice da Mata (PSB-BA)
Pedro Taques (PDT-MT)
Vanessa Grazziotin (PCdoB-AM)
Aníbal Diniz (PT-AC)
João Costa (PPL-TO)
Randolfe Rodrigues (PSOL-AP)


Contra:
 
Sérgio Petecão (PSD-AC)
Sérgio Souza (PMDB-PR)
Ciro Nogueira (PP-PI)
Ivo Cassol (PP-RO)
Jayme Campos (DEM-MT)
Alvaro Dias (PSDB-PR)
Cássio Cunha Lima (PSDB-PB)
Antonio Carlos Rodrigues (PR-SP)
Marco Antonio Costa (PSD-TO)


DEPUTADOS
 
A favor:
 
Cândido Vacarezza (PT-SP)
Odair Cunha (PT-MG)
Paulo Teixeira (PT-MG)
Íris de Araújo (PMDB-GO)
Ônix Lorenzini (DEM-RS)
Glauber Braga (PSB-RJ)
Miro Teixeira (PDT-RJ)
Rubens Bueno (PPS-PR)
Jô Moraes (PCdoB-MG)


Contra:
 
Luiz Pitiman (PMDB-DF)
Carlos Sampaio (PSDB-SP)
Domingos Sávio (PSDB-MG)
Gladson Cameli (PP-AC)
Maurício Quintela Lessa (PR-AL)
Sílvio Costa (PTB-PE)
Filipe Pereira (PSC-RJ)
Armando Vergílio (PSD-GO)
César Halum (PSD-TO).”
 
FONTE: escrito por Eduardo Guimarães em seu blog “Cidadania”  (http://www.blogdacidadania.com.br/2012/12/pizza-na-cpi-foi-a-gota-dagua/). [Pequenos trechos entre colchetes adicionados por este blog 'democracia&política'].
 
 
 

quarta-feira, 12 de dezembro de 2012

Voto eletrônico: Hacker de 19 anos revela no Rio como fraudou eleição


buscado no Viomundo




Apio Gomes , portal do PDT, via Amilcar Brunazzo Filho
Um novo caminho para fraudar as eleições informatizadas brasileiras foi apresentado ontem (10/12) para as mais de 100 pessoas que lotaram durante três horas e meia o auditório da Sociedade de Engenheiros e Arquitetos do Rio de Janeiro (SEAERJ), na Rua do Russel n° 1, no decorrer do seminário “A urna eletrônica é confiável?”, promovido pelos institutos de estudos políticos das seções fluminense do Partido da República (PR), o Instituto Republicano; e do Partido Democrático Trabalhista (PDT), a Fundação Leonel Brizola-Alberto Pasqualini.
Acompanhado por um especialista em transmissão de dados, Reinaldo Mendonça, e de um delegado de polícia, Alexandre Neto, um jovem hacker de 19 anos, identificado apenas como Rangel por questões de segurança, mostrou como — através de acesso ilegal e privilegiado à intranet da Justiça Eleitoral no Rio de Janeiro, sob a responsabilidade técnica da empresa Oi – interceptou os dados alimentadores do sistema de totalização e, após o retardo do envio desses dados aos computadores da Justiça Eleitoral, modificou resultados beneficiando candidatos em detrimento de outros – sem nada ser oficialmente detectado.
“A gente entra na rede da Justiça Eleitoral quando os resultados estão sendo transmitidos para a totalização e depois que 50% dos dados já foram transmitidos, atuamos. Modificamos resultados  mesmo quando a totalização está prestes a ser fechada”, explicou Rangel, ao detalhar em linhas gerais como atuava para fraudar resultados.
O depoimento do hacker – disposto a colaborar com as autoridades –  foi chocante até para os palestrantes convidados para o seminário, como a Dra. Maria Aparecida Cortiz, advogada que há dez anos representa o PDT no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) para assuntos relacionados à urna eletrônica; o professor da Ciência da Computação da Universidade de Brasília, Pedro Antônio Dourado de Rezende, que estuda as fragilidades do voto eletrônico no Brasil, também há mais de dez anos; e o jornalista Osvaldo Maneschy, coordenador e organizador do livro Burla Eletrônica, escrito em 2002 ao término do primeiro seminário independente sobre o sistema eletrônico de votação em uso no país desde 1996.
Rangel, que está vivendo sob proteção policial e já prestou depoimento na Polícia Federal, declarou aos presentes que não atuava sozinho: fazia parte de pequeno grupo que – através de acessos privilegiados à rede de dados da Oi – alterava votações antes que elas fossem oficialmente computadas pelo Tribunal Regional Eleitoral (TRE).
A fraude, acrescentou, era feita em benefício de políticos com base eleitoral na Região dos Lagos – sendo um dos beneficiários diretos dela, ele o citou explicitamente, o atual presidente da Assembléia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro (Alerj), o deputado Paulo Melo (PMDB). A deputada Clarissa Garotinho, que  também fazia parte da mesa, depois de dirigir algumas perguntas a Rangel  - afirmou que se informará mais sobre o assunto e não pretende deixar a denúncia de Rangel cair no vazio.
Fernando Peregrino, coordenador do seminário, por sua vez, cobrou providências:
“Um crime grave foi cometido nas eleições municipais deste ano, Rangel o está denunciando com todas as letras –  mas infelizmente até agora a Polícia Federal não tem dado a este caso a importância que ele merece porque  ele atinge a essência da própria democracia no Brasil, o voto dos brasileiros” – argumentou Peregrino.
Por ordem de apresentação, falaram no seminário o presidente da FLB-AP, que fez um histórico do voto no Brasil desde a República Velha até os dias de hoje, passando pela tentativa de fraudar a eleição de Brizola no Rio de Janeiro em 1982 e a informatização total do processo, a partir do recadastramento eleitoral de 1986.
A Dra. Maria Aparecida Cortiz, por sua vez, relatou as dificuldades para fiscalizar o processo eleitoral por conta das barreiras criadas pela própria Justiça Eleitoral; citando, em seguida, casos concretos de fraudes ocorridas em diversas partes do país – todos abafados pela Justiça Eleitoral. Detalhou fatos ocorridos em Londrina (PR), em Guadalupe (PI), na Bahia e no Maranhão, entre outros.
Já o professor Pedro Rezende, especialista em Ciência da Computação, professor de criptografia da Universidade de Brasília (UnB), mostrou o trabalho permanente do TSE em “blindar” as urnas em uso no país, que na opinião deles são 100% seguras. Para Rezende, porém, elas são “ultrapassadas e inseguras”. Ele as comparou com sistemas de outros países, mais confiáveis,  especialmente as urnas eletrônicas de terceira geração usadas em algumas províncias argentinas, que além de imprimirem o voto, ainda registram digitalmente o mesmo voto em um chip embutido na cédula, criando uma dupla segurança.
Encerrando a parte acadêmica do seminário, falou o professor Luiz Felipe, da Coppe da Universidade Federal do Rio de Janeiro, que em 1992, no segundo Governo Brizola, implantou a Internet no Rio de Janeiro junto com o próprio Fernando Peregrino, que, na época, presidia a Fundação de Amparo à Pesquisa do Rio de Janeiro (Faperj). Luis Felipe reforçou a idéia de que é necessário aperfeiçoar o sistema eleitoral brasileiro – hoje inseguro, na sua opinião.
O relato de Rangel – precedido pela exposição do especialista em redes de dados, Reinaldo, que mostrou como ocorre a fraude dentro da intranet, que a Justiça Eleitoral garante ser segura e inexpugnável – foi o ponto alto do seminário.
Peregrino informou que o seminário  será transformado em livro e tema de um documentário que com certeza dará origem a outros encontros sobre o mesmo assunto – ano que vem. Disse ainda estar disposto a levar a denuncia de Rangel as últimas conseqüências e já se considerava um militante pela transparência das eleições brasileiras: “Estamos aqui comprometidos com a trasnparência do sistema eletrônico de votação e com a democracia no Brasil”, concluiu. (OM)

sábado, 27 de outubro de 2012

Dois homens, dois projetos. Em jogo: a cidade do Salvador

buscado no Bahia de Fato
 

O projeto do DEM, com o candidato ACM Neto, é um projeto nascido da ditadura, tem uma história violenta e autoritária cujo líder brandia o chicote numa mão e a sacola de dinheiro na outra. O projeto do DEM não tem compromisso com a democracia, representa a volta ao passado. A Bahia não pode se esquecer de tanto arbítrio, perseguição e absolutismo. O projeto do DEM é o projeto neoliberal, um dos momentos piores do capitalismo, em que prevaleceu a idéia básica da desigualdade, que seria o motor para a economia. Um estado pequeno, fraco e a hegemonia do mercado.

O projeto do PT , com Pelegrino, é o oposto do projeto neoliberal, com distribuição de renda, programa Bolsa-Família, cotas nas universidades como política compensatória, ProUni, Pronaf, aumento de renda e emprego. Tudo isso foi combatido pelo projeto neoliberal de ACM Neto, do DEM, antes por Imbassahy. João Henrique tem sido a síntese da hegemonia do deus-mercado. Uma hecatombe para a cidade de Salvador. Desprezo pelo meio-ambiente, pela população negra, pelo transporte coletivo.


Os eleitores de Salvador vão escolher entre estes dois projetos. De um lado, ACM Neto do DEM, representando o deus-mercado, os especuladores do capital imobiliário. Do outro lado, Pelegrino do PT, em busca de uma cidade cada vez mais justa, cada vez mais igual.


ACM Neto do DEM é o projeto da exclusão social.


Pelegrino do PT é o projeto da inclusão social.
 


LEIA ABAIXO ARTIGO DO DEPUTADO EMILIANO JOSÉ NA ÍNTEGRA


Dois homens, dois projetos. Em jogo: a cidade do Salvador

Dois homens, dois projetos. Em jogo: a cidade do Salvador.
 
Por Emiliano José

Os indivíduos, na disputa política, por mais importantes que sejam, e o são, expressam, personificam projetos políticos. A história deles revela sua inserção num projeto de governo, numa idéia de sociedade, a opção por uma classe ou um conjunto de classes. Por mais que tentem esconder a sua concepção de mundo, aquilo que poderíamos chamar de ideologia, eles não conseguem. As palavras – estes bólidos de milhões de sentidos – e a própria história de cada um, facilmente identificável, ainda mais no mundo midiático em que vivemos, não permitem que ninguém mais esconda o seu projeto político de fundo.


Ao dizer isso, como breve introdução, estou me referindo a Salvador e ao nosso segundo turno. O que está em disputa, aqui, para além das características pessoais de cada um dos candidatos, são projetos políticos absolutamente distintos, e o esforço dessas últimas horas deveria ser para revelar que projetos são esses. Cada candidato, e não me escondo, digo logo que o meu é Nelson Pellegrino, deveria se esforçar para elucidar o seu projeto de cidade, no sentido amplo da palavra, e como esse projeto se inscreve na idéia geral de Nação e de mundo. A cidade, amplo senso, deve ser entendida assim, não pode ser vista de outro modo. O poder local não se desvincula do global.


Um projeto nascido da ditadura


O projeto de um e de outro são absolutamente distintos. Um, o de ACM Neto, se inscreve, para além de uma história oligárquica violenta, autoritária, cujo avô marcou a história da Bahia com a idéia de que para ganhar eleições, precisava de um chicote numa mão e uma sacola de dinheiro na outra, no projeto global do neoliberalismo, o que significa o privilégio dos interesses capitalistas privados contra os interesses das maiorias excluídas.


Se voltássemos ao período da ditadura, caberia lembrar que a carreira do avô foi lastreada, numa primeira fase, no apoio irrestrito que lhe davam os generais. Prefeito de Salvador e governador da Bahia duas vezes graças ao beneplácito dos militares, sem ter um único voto, isso entre 1967 a 1983.


Mas, creio que quanto ao autoritarismo, a truculência, a arrogância, o desrespeito com os cidadãos, a incapacidade de conviver com a divergência, a utilização da polícia para massacrar estudantes e operários, a perseguição a jornalistas, tudo isso, creio está relativamente claro para o nosso povo, e revela uma das matrizes do projeto político de ACM Neto, que ninguém se iluda, até porque ele faz questão de defender esse legado do avô, justiça se lhe faça.


Projeto sem compromisso com a democracia


Ele representa a idéia de restauração, a idéia da ordem, no pior sentido – o que ele pretende, como sempre pretendeu o avô, é a supressão da democracia, a supressão de direitos, sufocar a organização da população, da sociedade civil. Ninguém apóia uma ditadura com tanto fervor à toa. E ninguém defende aquele legado à toa.


Não há, da parte dele, ACM Neto, compromissos com a democracia, salvo frases de fachada. Houvesse, e ele teria que negar, com ênfase, tudo aquilo que na política foi feito por seu avô, e ele, ao contrário, reafirma tudo. A Bahia, e menos ainda Salvador, não pode ter se esquecido de tanto arbítrio, tanta perseguição, tanto absolutismo, e tudo isso amparado num rastejar permanente diante dos generais.


Para que não nos estendamos, chegado o momento da superação da ditadura, uma superação que seguiu a tradição das transições por cima a que o Brasil se acostumou ao longo da história, e passado o governo Sarney, houve o primeiro ensaio de um governo neoliberal no Brasil, com Fernando Collor, defendido apaixonadamente por ACM até o último instante. Ali firmava-se um pacto ideológico profundo entre um coronel oligárquico e o neoliberalismo que dava os seus primeiros passos no Brasil. Esse pacto nunca foi rompido.


Projeto neoliberal


Afinal, o neoliberalismo, como se sabe, foi um piores momentos da história recente do capitalismo. Não estou discutindo o socialismo, falo da história do capitalismo. O neoliberalismo, para dizer rapidamente, prega a idéia básica de que a desigualdade é profundamente saudável. Quanto maior a desigualdade, melhor para os ricos, melhor para o desempenho da economia.


A desigualdade é um motor essencial para a economia. A exclusão dos mais pobres é uma receita essencial. O Estado deve ser o menor possível – a glorificação do Estado mínimo tornou-se moda – e os pobres devem se virar por si mesmos. Em todos os países onde predominou o neoliberalismo, a privatização virou uma febre, o desemprego tornou-se mérito, e não um problema.


Desemprego, pobreza, saúde, educação não são problemas do Estado. Cada um cuide de si, é a lei de Murici. Todos se lembram, e tenho certeza que não com saudades, de Margareth Thatcher, de Ronald Reagan, de Helmut Khol, que lideraram projetos neoliberais na Inglaterra, nos EUA e na Alemanha, e se quiserem lembrar de outra triste figura, mais próxima de nós, falemos de Pinochet, que fez do Chile um laboratório inicial do neoliberalismo.


A escola de ACM Neto


É dessa escola, é desse projeto que participa ACM Neto, é a essa escola que se filiou o avô quando se vinculou com tanta paixão a Fernando Collor de Mello, que foi, de certa maneira, a antessala do neoliberalismo no Brasil, que chegará tardiamente, mas agora mais solidamente ao País sob o manto protetor de um intelectual que antes se apresentava como de esquerda, Fernando Henrique Cardoso.


Este é que colocará em prática, com muito rigor e aplicação, o projeto neoliberal, com todas as suas cores, com todo seu rigor, com sua fúria privatista, com a idéia do Estado mínimo, com o estimulo ao desemprego, com a manutenção das taxas de desigualdade social, com a subordinação aos centros do capital internacional, com a privataria tucano-demoníaca, com as seguidas idas ao FMI, com seu incrível rastejamento diante dos grandes do mundo, com uma política que quase leva o Brasil à falência.


O projeto que defende a desigualdade social como pilar do modelo brasileiro é o neoliberalismo de FHC. Se ACM sempre defendeu isso ao longo de sua história, encontrava ali a sua melhor expressão. A exclusão de milhões de baianos dos resultados do desenvolvimento, o endeusamento do crescimento sem vincular tal crescimento à distribuição de renda, era o que ACM havia feito na Bahia quando governou.


Tornou a Bahia a campeã da fome, a campeã da exclusão, a campeã nacional do analfabetismo, a campeã do desemprego, e agora aparecia um intelectual a dizer que tudo aquilo estava certo, que tudo aquilo devia continuar em escala nacional.


É a esse projeto que se vincula ACM Neto, e justiça se lhe faça, insista-se, ele defende o legado do avô, com todas as suas conseqüências.


Um adversário da igualdade


Nós, o PT e os partidos aliados, sempre nos opusemos às trágicas conseqüências do neoliberalismo. E ACM Neto, desde o primeiro momento, foi contra o nosso modelo de crescimento com distribuição de renda, sempre foi contra o Bolsa-Família, foi contra a política de cotas, contra o Prouni, contra o Pronaf, contra qualquer coisa que significasse aumento do emprego e da distribuição de renda, e maior participação dos negros na vida do País, como comprovado está.


É um adversário desse projeto de inclusão social que está em curso no Brasil, que já conseguiu melhorar efetivamente a vida de mais de 70 milhões de brasileiros pobres, projeto que nós queremos estender a Salvador, depois de tantos desastres, inclusive de governos vinculados a ele, como o de Imbassahy, para além de ter participado até o último instante do governo de João Henrique, cuja hecatombe a cidade de Salvador conhece.


Qual o projeto de cidade de ACM Neto, considerando ser inimigo visceral de um projeto que tanto tem melhorado a vida do povo brasileiro e ser um adepto tão ideologicamente consistente do projeto neoliberal de mundo?


Uma cidade entregue aos interesses privados, à especulação do capital imobiliário que andará desordenadamente. Uma cidade que não leva em conta a imensa maioria da população. Uma cidade que despreza o seu meio ambiente. Uma cidade que despreza a população negra. Uma cidade que não cuida dos transportes públicos, que não dá prioridade ao transporte coletivo, que fará o que fez Imbassahy, projetando um metrô calça curta, que deu no que deu até hoje.


Uma cidade que não cuida do emprego, tal e qual pregam os seus ideólogos, que dizem que quanto mais desemprego melhor para a economia e para o lucro dos grandes. Uma cidade cujo prefeito não dialogará com a sociedade civil. Uma cidade que persegue os camelôs e os pequenos comerciantes. Uma cidade que não cuida dos bairros pobres. Uma cidade que acentua a desigualdade. Essa seria a cidade de ACM Neto.


Uma cidade cada vez mais justa


O nosso projeto sabe o que é cuidar do povo. Sabe, tem provado que sabe. O governo Lula, o governo Dilma, o governo Wagner, todos eles, tem mostrado a prioridade com a nossa gente, especialmente com nossa gente mais pobre. São governos de inclusão. Todos os governos anteriores, de que ACM Neto e seu avô participaram, são o avesso disso. Nós queremos uma cidade que enfrente o desafio da profunda desigualdade que nos aflige.


Quando se fala em parceria, em time, é isso que se quer dizer: é a parceria de um projeto que quer um Brasil e uma cidade de Salvador cada vez mais justa, cada vez mais igual, sem que se eliminem suas extraordinárias e ricas diferenças culturais. Salvador pode e vai enfrentar suas desigualdades.


Não vai se submeter à brutalidade de um projeto que não tem a visão de que essa cidade só é viável se todos participarem da sua vida, de opinarem diariamente sobre seu destino, de contribuírem democraticamente para definir os seus rumos, marcas de nossas administrações, tanto das do PT quando dos aliados que tem compromissos com a democracia e a participação popular.


Falamos, assim, de um projeto de exclusão, de um projeto que quer o povo fora dele, o de ACM Neto, e o nosso, o de Pellegrino, que pretende, como o fez Lula, como está fazendo Dilma, como está fazendo Wagner, que o povo seja senhor de seu destino, e que participando da vida da cidade, nos anime, como tenho certeza o fará Pellegrino, a desenvolver políticas públicas cada vez mais inclusivas, a garantir que os mais pobres tenham mais acesso a serviços públicos de qualidade, saúde, educação, cultura, lazer, que haja crescimento econômico, emprego, distribuição de renda.


Tenho convicção que Pellegrino, por encarnar esse projeto, pode fazer de Salvador uma cidade feliz, uma cidade solidária, que poderá fazer na mais bela cidade do Brasil aquilo que Lula e Dilma e Wagner fizeram e estão fazendo no Brasil e na Bahia. Pellegrino, ao contrário de ACM Neto, tem uma história de luta nessa cidade, tem trajetória de luta lado a lado com seu povo.


E esse nosso projeto poderá, pela capacidade que tem Pellegrino, unir todos aqueles que tem interesse nos destinos da cidade, recuperando uma tradição ancestral, que vem dos gregos. A cidade é de todos, deve contar com a participação de todos. E mais: as políticas públicas devem privilegiar os que mais precisam do governo, sem deixar de compreender que o governo é de todos.


Repito um slogan que usei em minha campanha de vereador em 2000, vamos eleger Pellegrino para garantir um novo sonho feliz de cidade.

segunda-feira, 22 de outubro de 2012

VENEZUELA - O significado regional do triunfo de Cháves.

Buscado no Blog De Um Sem Mídia

 
 “O povo não quer mais décadas perdidas, prefere claramente uma década conquistada soberanamente, que está sendo desfrutada, pela ampla maioria da população, no marco de moradias, educação, saúde, emprego, salário e condições de vida muito mais dignas”. Esta é a interpretação do economista Alfredo Serrano Mancilla, interpretando o significado regional da vitória de Chávez, em artigo publicado no jornal Página/12, 18-10-2012. 
A tradução é do Cepat. 
Eis o artigo. 

 Passado alguns dias da vitória eleitoral de Chávez na Venezuela, é momento de ler os resultados que apresentam o amplo apoio ao aprofundamento da proposta bolivariana de transformação social em favor das maiorias. O número de 55, 12%, na democracia, e em referência a qualquer parte do mundo, é impactante. Depois de 14 anos submetendo-se a numerosos processos de avaliação, por parte do povo venezuelano, Chávez vence com mais de 11 pontos o candidato unificado da direita. A oferta do Capriles-progressista não conseguiu enganar ninguém. Apesar do seu comércio de promessas maniqueístas, a direita não pôde convencer as classes populares. A grande maioria venezuelana soube identificar Capriles com os seus, isto é, com os setores dominantes do país, responsáveis pela dívida social histórica com eles. A desejada atualização do Consenso de Washington não pôde ocorrer em terra venezuelana; o consenso “ao estilo troika”, do século XXI, não será receitado no solo desta potência caribenha. A saída neoliberal efetivada por boa parte dos países centrais não será importada, neste caso e por esta via, para a América Latina. O povo não quer mais décadas perdidas, prefere claramente uma década conquistada soberanamente, que está sendo desfrutada, pela ampla maioria da população, no marco de moradias, educação, saúde, emprego, salário e condições de vida muito mais dignas. Porém, estas eleições não eram jogadas apenas na Venezuela, mas meio mundo estava muito atento ao que poderia acontecer neste país, que teve um papel relevante na transição geopolítica em nível mundial, e mais vigorosamente na mudança da correlação de forças progressistas na América Latina. No ano de 1998, Chávez venceu as eleições em pleno auge neoliberal. O triunfo chavista foi um transcendental ponto de inflexão na recente história regional. As forças progressistas (umas mais e outras menos) começaram a ganhar no Brasil, Argentina, Bolívia, Equador e Paraguai. É por isso que depois de tantos anos de uma América Latina mais progressista, mais soberana, mais emancipada do que nunca, muitos olhares estavam atentos ao que poderia acontecer na Venezuela, nesta disputa eleitoral, e o que resultaria na chave regional. O resto do mundo também observava, e não de soslaio, se cairia a primeira peça desse dominó progressista, que tanto incomoda aos capitais financeiros, o investimento colonizador e as transnacionais rentistas. A peça não caiu, nem sequer desequilibrou. A vitória não foi pírrica mesmo diante de muita campanha internacional e de muito assessor “clintoniano” com Capriles. Nestes dias de ressaca, a direita nacional venezuelana e a transnacional continuam sumidas sob a doença de não saber perder na democracia. Os editoriais não falam de fraude porque não sabem como demonstrar, dedicando-se então a duvidar dos resultados, buscando qualquer subterfúgio paranormal. A direita midiática, como sempre, mais à direita do que a partidária. Do outro lado está a América Latina progressista, que se sente satisfeita por ter superado esta primeira importante investida de corte supranacional. Não faz muito tempo que Cristina e Dilma ganharam. Agora, vence Chávez. Nos próximos meses, a disputa é no Equador, onde todas as pesquisas dão como grande vencedor o projeto redistributivo mais favorável para as maiorias, o de Correa. Em abril de 2013, será o momento do Paraguai voltar à democracia, colocando como presidente seu candidato progressista (Mario Ferreiro). A partir da metade do próximo ano, a América Central (El Salvador e Honduras) também decidirá seu futuro como outra grande prova: se será independente do norte, para ser muito mais latino-americana. Na região, o novo neoliberalismo não encontra seu novo topo, que permita tombar a consolidada aliança progressista. Chile e Colômbia são as exceções, mas veremos quanto duram. As eleições da Venezuela eram a grande oportunidade neoliberal, mas voltaram a perder. Na América Latina, os neoliberais caminham para suas décadas perdidas, o que seria uma grande vitória para a maioria dos povos. 

domingo, 21 de outubro de 2012

Em Carta Aberta, professor da UFBA pede a ACM Neto a Bahia de volta

buscado no Bahia de Fato
 
É um pedido impossível. Em carta aberta ao candidato do DEM à Prefeitura do Salvador, ACM Neto, o professor Wilson Gomes, da Universidade Federal da Bahia, faz uma reflexão e traz à tona memórias do império imposto ao longo de duas décadas do 'carlismo'; o professor baiano oferece seu voto ao neto do "imperador", o falecido Antônio Carlos Magalhães (ACM), em troca de que o jovem herdeiro democrata lhe "devolva" a Bahia.
COM SARCASMO MODERADO

O portal Bahia247, onde pesquei a matéria, ressalta que o professor da UFBA, escreve a carta  com sarcasmo moderado e com dose extrema de inteligência. O professor baiano oferece seu voto ao neto do "imperador" baiano, em troca de que o jovem herdeiro democrata lhe "devolva" a Bahia. O texto, em si, faz um apanhado da 'marca' Magalhães espalhada por todo o estado com nomes de ruas, edifícios públicos e o que até hoje gera debates entre os carlistas conservadores (os poucos que restam) e a esquerda, que, liderada pelo PT, governa a Bahia há seis anos, a mudança do nome do aeroporto de Salvador.
ACM (o avô) conseguiu aprovar na Assembleia Legislativa a mudança do nome do terminal aeroviário que carregava toda a história da Bahia no letreiro situado na entrada do espaço, o 2 de Julho, data que marca a independência do estado. Hoje o nome oficial é Aeroporto Internacional Deputado Luís Eduardo Magalhães, em homenagem ao filho do então senador que faleceu depois de uma parada cardíaca ao fim de uma caminhada.

Carta aberta de Wilson Gomes a ACM Neto

Caro Antonio Carlos Magalhães Neto, sei que pode parecer não fazer falta para o seu estoque, mas como os seus votos estão minguando nesta "reta final", considere a possibilidade de contar com o meu voto. É magrinho, mas é limpinho. Entretanto, como o meu DNA calvinista me impede de dar alguma coisa, assim, do nada, proponho uma barganha. Eu te dou o meu voto e a sua família devolve a minha Bahia.
Explico. Não é por nada, mas é que me incomoda o fato de a sua família ter marcado a Bahia inteira, como fazem os bichos territoriais que vejo no Animal Planet, com o seu cheiro...digo, nome. É difícil achar qualquer coisa pública criada nos últimos vinte anos nesta Província - viaduto, avenida, município, aeroporto, escola... monumento nem se fala - sem o nome de alguém da sua família ou de pessoas a ela consorciadas.
Quer prova? Dê um google. Se até mesmo a vovó (a sua) Arlete Magalhães, que ao que me resulta nunca recebeu um voto popular na Bahia, é nome de umas 15 escolas e centros de educação infantil e de umas três ruas no estado... Nem vou falar de vovô (o seu!) que deu mais nome a logradouros e edifícios públicos na Bahia que Luís XIV, o Rei Sol, foi capaz de dar ao Estado Francês durante os anos da sua glória. Titio (o seu, sempre o seu) nem se fala, não é mesmo?
Começa pelo mausoléu em Pituaçu, guardado pela nossa força militar, com bandeira sempre tremulante e pira eternamente acesa, que daria uma pontinha de inveja a Shah Jahan, o imperador mongol que mandou fazer o Taj Mahal. Sem mencionar a, horror dos horrores!, usurpação do nome sagrado do Dois de Julho, trocado pelo de Dom Eduardo Magalhães, no aeroporto desta Cidade de São Salvador. E ainda tem outro monumento fúnebre, na Av. Garibaldi, para um sujeito cujo grande mérito público foi ter sido o candidato de ACM e morrido durante a campanha. Pois é.
Sei que tudo isso parece natural à sua família. Que talvez ainda ache pouco, e só lamente que essa porção de terra onde vivemos não seja oficialmente reconhecida como uma Capitania Hereditária dos Magalhães. Sei que eu estou me queixando de barriga cheia e que já dou sorte porque não deu tempo de estabelecer um Império Caronlígio Tropical - já que Carlos por Carlos, por que Carlos Magno estabeleceu uma dinastia e Antonio Carlos, não? Só por que o franco foi magno não quer dizer que o bahiense seja mínimo, não é mesmo?
Reconheço isso tudo, embora um documentário que vi no Discovery tenha dito, para minha surpresa, que aquele Estreito de Magalhães lá do finzinho da América do Sul se refere a um obscuro navegador português e não a algum pródigo argonauta da sua família. Esse Discovery deve ser meio petista. Liga não.
Por outro lado, que sorte a de Antonio Vieira, Joana Angélica, Maria Quitéria, Ruy Barbosa e Castro Alves, heim? Já imaginou se tivessem morrido depois da instauração do direito feudal dos Magalhães de colocar o próprio nome em tudo o que é público? Não iria sobrar nada para os coitadinhos.
Preocupa-me um pouco, claro, o fato de ter mais coisas na Bahia em nome de Dona Arlete do que de Raul Seixas, Glauber Rocha e Jorge Amado, mas são ossos do ofício, não é? Matriarca é uma coisa, artista é outra. Inda mais quando uma está viva e os outros, mortos. Agora o que me incomoda mesmo é que não sobre nada, nadica, para a gente perpetuar a memória de Caetano, João Ubaldo, Gilberto Gil e outros baianos sabidos que há por aí. É que gosto desses, sabe? Apego besta, sei que não são Magalhães, mas, coitados, isso não é dado a todos.
 Fico com medo de que ACM Bisneto ou ACM Tetraneto usem tudo quanto for logradouro, prédio, monumento, quiçá a própria Bahia, para colocar os nomes dos filhos de Luis Eduardo, do seu próprio, suas esposas, amigos, primos e apaniguados.
Bem era isso. Nem precisa que o Sr. devolva o nome dos logradouros e edifícios já recobertos pela honra do nome da sua família. Proponho quotas. Sei que é uma palavra petista aos seus ouvidos, mas não se assuste, pois, como vê, estou usando a grafia clássica. Uma quota de, digamos, 75% para os Magalhães e 25% para os demais, baianos e não-baianos, já me deixaria satisfeito. Mas também faço por 20% e não se fala mais nisso.

Pense com carinho. Qualquer coisa, me procure até o dia 7.

Atenciosamente.
Seu, humilíssimo, WG.

terça-feira, 7 de junho de 2011

Correio Braziliense: agronegócio faz lobby para devastar Código Florestal

Via  MST

Josie Jeronimo

Do Correio Braziliense

Nas eleições de 2010, mais de 1,5 mil empresas do agronegócio fizeram doações de campanha. Só a Bunge Fertilizantes destinou R$ 2,8 milhões a candidatos que disputaram as eleições para a Câmara, o Senado e os governos estaduais no ano passado.
Durante as discussões do código, a presença do ex-ministro do Planejamento Martus Tavares, que atualmente é vice-presidente de gestão da Bunge, era frequente.
O cenário de enfraquecimento do governo e o descontentamento dos parlamentares — que tiveram as emendas canceladas e reclamavam da má articulação política com o Planalto — abriram uma avenida para a atuação dos arqueiros do agronegócio. Assim, as empresas escalaram seus melhores representantes para fazer o trabalho de convencimento dos parlamentares.
Um senador da base e integrante da bancada ruralista afirma que, depois da aprovação do código com a Emenda n° 164, o governo recorreu à lista dos "rebeldes" e calculou que, dos 273 votos pró-emenda, pelo menos 150 ocorreram pelo poder de convencimento dos lobistas do agronegócio, que aproveitaram o vácuo institucional existente na base do governo na Câmara.
Como o Planalto não se aproximou das bancadas aliadas, os lobistas foram a principal fonte de informação de grande parte dos parlamentares — a estimativa do Executivo é que apenas 10% dos deputados realmente se aprofundaram no debate do Código Florestal.
A crise política que atinge o núcleo duro do Planalto tem animado os ruralistas. Os representantes do setor produtivo acham que "o governo está fraco" e pressionam para que as Casas encerrem a discussão do código em 45 dias. A meta é que o texto seja encaminhado para a sanção presidencial antes do recesso parlamentar.

Lobistas pressionam deputados
O lobby do agronegócio treina pesado para o segundo round da votação do Código Florestal no Congresso. Antecipando a tendência de o Senado modificar o texto que veio da Câmara, representantes do setor articulam a ofensiva para conservar os 273 deputados que votaram favoravelmente à Emenda n° 164, que estende aos estados o direito de decidir sobre atividades agrícolas em áreas de preservação. Do outro lado, o governo calcula que basta resgatar para as fileiras da base 50 parlamentares rebeldes para enterrar a emenda de vez.
Mas a briga não vai ser fácil. Os lobistas do agronegócio apostavam em uma margem maior de apoio e agora exercem forte assédio aos parlamentares para evitar uma derrota no Congresso. Do quadro de votação nominal da Emenda n° 164, os representantes do setor produtivo elaboraram uma espécie de “lista negra”.
Os parlamentares que não apoiaram a emenda e foram eleitos em estados cuja economia é sustentada pela produção de alimentos e grãos sofrem represália. Em Mato Grosso, por exemplo, da bancada de oito deputados, dois votaram contra e foram apontados como “traidores” do interesse do estado por representantes do agronegócio.
Em reuniões nos municípios do interior, a decisão dos parlamentares de não aderir à proposta de flexibilização do código é exposta à população junto ao histórico negativo da atividade dos parlamentares.
O presidente da Associação Brasileira dos Produtores de Soja (Aprosoja), Glauber Silveira, afirmou que Mato Grosso vive um “problema serissimo” de representação política, citando os deputados Valtenir Pereira (PSB-MT) e Ságuas Moraes (PT-MT), e elogiou o “desempenho fantástico” dos parlamentares que aderiram à proposta. “Os deputados Ságuas Moraes e Valtenir Pereira votaram contra a Emenda n° 164, portanto, contra Mato Grosso”, declarou Glauber Silveira, após a votação.
Telefonemas
A pressão sobre os parlamentares não se restringe a Mato Grosso. Deputados de outros estados com tradição agrícola e que foram contrários à emenda relataram ao Correio que, após a votação, foram procurados via telefone por representantes do agronegócio.
Nas conversas, apesar do tom cordial, os lobistas lembravam a importância econômica do setor nos financiamentos de campanha e como a aprovação do Código Florestal nos moldes ruralistas pode trazer dividendos para as eleições de 2012. “Não me senti acuado, até porque eu não tive apoio político nem de financiamento de campanha, então eu tive a liberdade de votar conforme a orientação do meu partido”, afirmou um deputado, contrário à Emenda n° 164, que pediu anonimato.
Polêmica
A Emenda nº 164, de autoria de deputados do PMDB, foi aprovada com o substitutivo de autoria do deputado Aldo Rebelo (PCdoB-SP). A emenda fez modificações decisivas no texto do novo Código Florestal em dois aspectos. O primeiro é a permissão de todas as áreas cultivadas em áreas de preservação permanente (APPs) nas margens de rios. Ao usar o termo “agrossilvopastoril”, a emenda permite praticamente todo tipo de cultivo nas matas ciliares. O outro ponto é a transferência aos estados da possibilidade de decidir sobre a regularização de APPs.

Buscado no Gilson Sampaio

domingo, 31 de outubro de 2010

Caros amigos

Desde janeiro de 2010 procuro dar meu apoio  a
Presidenta Dilma Rousseff.

Sei que não é o fim, é o caminho para uma sociedade mais humana e justa, onde possar haver valorização do trabalho artesanal, sobre tudo, uma justa e digna distribuição de renda e avanços sociais.

Hoje sabemos com mais segurança quais são nossos problemas dentro e fora do pais e devemos nos orgulhar de participar do que é justo para o povo, por quase um ano deixei claro minha posição em favor da igualdade social, somos um grande e rico pais e não merecemos tanta desigualdade social.

Não pertenço a nenhum partido politico nem estou vinculado a nenhum politico, muito menos ganhei um tostão furado com meu trabalho, votei sempre em Lula e votei na Dilma, na esperanças de uma vida digna de ser vivida.

Não vou mais manter um espaço politico, sou um artista, um pintor e dentro deste quadro seguirei meu destino, sei que é difícil ficar omisso a situações que continuaram existindo no Brasil e no mundo, tentarei manter algumas observações sobre o que considero grave, como o caso de Mumia Abu-Jamal, A Prisão de Guantánamo, Cinco prisioneiros cubanos, Cuba, Gaza, a Fome no Mundo, Trabalho Escravo, o Agronegócio, Palestina, entre tantas injustiças não poderei deixar de citar a REFORMA AGRÁRIA e valorização da agricultura familiar.

Esta eleição representa um novo rumo na politica da América Latina e do mundo, a riqueza que sempre existiu no solo brasileiro não pode continuar sendo devastada, e esperamos que seja dado um basta na desembestada forma de acabarem com nossas florestas e bichos, com nosso orgulho de ser Brasileiro. Não é só o pré-sal com seus trilhões de barris de petróleo, temos pedras preciosas, animais, bio pirataria, e até o já comentado contrabando de água do amazonas, a questão, é a ganancia daqueles que querem sustentar uma politica de dominação aniquilando populações para continuarem donos do poder absoluto e de suas riquesas naturais.

O Brasil está se tornando um dos poucos lugares onde existe ar puro, água pura e terra em abundancia num planeta devastando pela incompetência do homem, deveríamos ter uma preocupação com o consumo controlado de nossas riquezas naturais, afinal o Brasil não é quintal do mundo.

Lamentavelmente estão preocupados em ter controle absoluto da internet, circula por ai que já existe uma lei correndo pra tirar um pouco de liberdade que temos na internet.

Como todos, estou feliz com a eleição da Presidente Dilma, contudo continuo triste em saber que podemos perder esse meio de compartilhamento e cultura na internet.
Triste, por saber que novas leis eleitorais tornaram mais difícil, como já se tornou, o processo eleitoral, muitos brasileiros não sabem e não conseguem entender como funciona o voto, tornado o ato de votar cada vez mais frio, e sem opção, deixando-nos sonambulo, como num ensaio da cegueira. Cegos, desnorteados, humilhados e com uma forte sensação de impotência no peito no mais baixa nível mental proporcionado pela campanha politica.

Não estou satisfeito Presidente Dilma, é preciso continuar enxergando o povo, ai sim, não estaremos fazendo um trabalho de Sísifo .

Devido a falta de tempo, rapidez e importância de vários jornalistas, escritores e blogs também participando deste apoio, passei a reproduzir seus esclarecedores textos em meus blogs, muitas vezes não concordei com termos, trechos ou parágrafos, que na verdade não trazia prejuízo para o texto.
Como não se pode modificar textos reproduzidos peço que não considerem esses pequenos exageros, muitas vezes é só o calor das eleições.

Espero ter contribuído para uma melhor reflexão sobre os temas e questionamentos sobre as necessidades do povo, divulgado o bom trabalho de vários jornalistas e de importantes blogs.

Dei o link de todas as matérias para que pudessem conhecer a origem dos textos e seus autores. Caso queiram copiem os endereços antes da excluisão que irei fazer dos posts
Agradeço aos que me acompanharam, aos autores, jornalistas e blogs.

Meu objetivo era participar destas eleições dentro de uma descontração cultural, lamentavelmente misturei os caminhos em meus espaços, não tenho como manter dois blogs, com o final da campanha encerro O BLOG JADER RESENDE ARTE, algumas matérias serão transferidas para o outro espaço e aos poucos vou eliminando os posts da campanha politica. 

Farei uma lista das matérias e autores com seus respectivos links e publicarei no meu outro blog para que possa servir de pesquisas e referencias.

Aos que me acompanham peço que continuem em aqui neste espaço, só assim poderei compartilhar com um pouco mais de descontração, sem toda essa pressa e pressão de uma eleição.

Enfim, espero contar
com todos 
aqui no blog
Jader Resende.
E boa sorte
Dilma Rousseff,
nossa
Presidente do Brasil