domingo, 31 de outubro de 2010

Caros amigos

Desde janeiro de 2010 procuro dar meu apoio  a
Presidenta Dilma Rousseff.

Sei que não é o fim, é o caminho para uma sociedade mais humana e justa, onde possar haver valorização do trabalho artesanal, sobre tudo, uma justa e digna distribuição de renda e avanços sociais.

Hoje sabemos com mais segurança quais são nossos problemas dentro e fora do pais e devemos nos orgulhar de participar do que é justo para o povo, por quase um ano deixei claro minha posição em favor da igualdade social, somos um grande e rico pais e não merecemos tanta desigualdade social.

Não pertenço a nenhum partido politico nem estou vinculado a nenhum politico, muito menos ganhei um tostão furado com meu trabalho, votei sempre em Lula e votei na Dilma, na esperanças de uma vida digna de ser vivida.

Não vou mais manter um espaço politico, sou um artista, um pintor e dentro deste quadro seguirei meu destino, sei que é difícil ficar omisso a situações que continuaram existindo no Brasil e no mundo, tentarei manter algumas observações sobre o que considero grave, como o caso de Mumia Abu-Jamal, A Prisão de Guantánamo, Cinco prisioneiros cubanos, Cuba, Gaza, a Fome no Mundo, Trabalho Escravo, o Agronegócio, Palestina, entre tantas injustiças não poderei deixar de citar a REFORMA AGRÁRIA e valorização da agricultura familiar.

Esta eleição representa um novo rumo na politica da América Latina e do mundo, a riqueza que sempre existiu no solo brasileiro não pode continuar sendo devastada, e esperamos que seja dado um basta na desembestada forma de acabarem com nossas florestas e bichos, com nosso orgulho de ser Brasileiro. Não é só o pré-sal com seus trilhões de barris de petróleo, temos pedras preciosas, animais, bio pirataria, e até o já comentado contrabando de água do amazonas, a questão, é a ganancia daqueles que querem sustentar uma politica de dominação aniquilando populações para continuarem donos do poder absoluto e de suas riquesas naturais.

O Brasil está se tornando um dos poucos lugares onde existe ar puro, água pura e terra em abundancia num planeta devastando pela incompetência do homem, deveríamos ter uma preocupação com o consumo controlado de nossas riquezas naturais, afinal o Brasil não é quintal do mundo.

Lamentavelmente estão preocupados em ter controle absoluto da internet, circula por ai que já existe uma lei correndo pra tirar um pouco de liberdade que temos na internet.

Como todos, estou feliz com a eleição da Presidente Dilma, contudo continuo triste em saber que podemos perder esse meio de compartilhamento e cultura na internet.
Triste, por saber que novas leis eleitorais tornaram mais difícil, como já se tornou, o processo eleitoral, muitos brasileiros não sabem e não conseguem entender como funciona o voto, tornado o ato de votar cada vez mais frio, e sem opção, deixando-nos sonambulo, como num ensaio da cegueira. Cegos, desnorteados, humilhados e com uma forte sensação de impotência no peito no mais baixa nível mental proporcionado pela campanha politica.

Não estou satisfeito Presidente Dilma, é preciso continuar enxergando o povo, ai sim, não estaremos fazendo um trabalho de Sísifo .

Devido a falta de tempo, rapidez e importância de vários jornalistas, escritores e blogs também participando deste apoio, passei a reproduzir seus esclarecedores textos em meus blogs, muitas vezes não concordei com termos, trechos ou parágrafos, que na verdade não trazia prejuízo para o texto.
Como não se pode modificar textos reproduzidos peço que não considerem esses pequenos exageros, muitas vezes é só o calor das eleições.

Espero ter contribuído para uma melhor reflexão sobre os temas e questionamentos sobre as necessidades do povo, divulgado o bom trabalho de vários jornalistas e de importantes blogs.

Dei o link de todas as matérias para que pudessem conhecer a origem dos textos e seus autores. Caso queiram copiem os endereços antes da excluisão que irei fazer dos posts
Agradeço aos que me acompanharam, aos autores, jornalistas e blogs.

Meu objetivo era participar destas eleições dentro de uma descontração cultural, lamentavelmente misturei os caminhos em meus espaços, não tenho como manter dois blogs, com o final da campanha encerro O BLOG JADER RESENDE ARTE, algumas matérias serão transferidas para o outro espaço e aos poucos vou eliminando os posts da campanha politica. 

Farei uma lista das matérias e autores com seus respectivos links e publicarei no meu outro blog para que possa servir de pesquisas e referencias.

Aos que me acompanham peço que continuem em aqui neste espaço, só assim poderei compartilhar com um pouco mais de descontração, sem toda essa pressa e pressão de uma eleição.

Enfim, espero contar
com todos 
aqui no blog
Jader Resende.
E boa sorte
Dilma Rousseff,
nossa
Presidente do Brasil


segunda-feira, 25 de outubro de 2010

O que o Mino disse...

"Não hesito em afirmar que nunca, na história das eleições brasileiras pós-guerra, a mídia nativa permitiu-se trair a verdade factual de forma tão clamorosa. Tão tragicômica. Com destaque, na área da comicidade, para a bolinha de papel que atingiu a calva de José Serra." (MinoCarta)

Buscado no Saraiva



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domingo, 24 de outubro de 2010

A memória de um Brasil privatizado

Reproduzo artigo do jornalista Tiago Soares:

Imagine que você trabalhou toda uma vida para adquirir um patrimônio. E que, em meio a dívidas, tenha decidido vender uma ou outra coisa para colocar as contas em dia.
Agora imagine que o comprador, durante a negociação, tenha lhe confidenciado que anda meio sem grana. E que então você, ansioso/a para bater o martelo, resolva emprestar para o interessado o dinheiro com o qual seu patrimônio será comprado. O comprador te pagaria de volta a perder de vista, assim que começasse a lucrar com o que acaba de adquirir. Detalhe: você teria vendido justamente os bens com os quais gerava parte de sua renda. E por um preço bastante abaixo do valor de mercado.

Pois foi justamente assim que se deu boa parte das privatizações realizadas no Brasil no governo de Fernando Henrique Cardoso, de meados da década de 1990 até 2002. Empresas públicas produtivas, como a Vale do Rio Doce e a Light, vendidas a preços muito abaixo do que realmente valiam, com financiamento público a perder de vista.

Tendo como argumentos o abatimento da dívida, a atração de capital estrangeiro, o aumento da produtividade e a melhoria dos serviços aos cidadãos e cidadãs, o patrimônio brasileiro foi colocado à venda e oferecido a alguns poucos grupos econômicos internacionais, financiados por bancos estrangeiros e com ajuda do próprio governo brasileiro. O que se escondia, porém, é que na antesala da privatização a infraestrutura das empresas era sucateada, numa política de depreciação do patrimônio nacional, jogando no desemprego dezenas de milhares de profissionais qualificados.

E não foi só isso. Para tornar o negócio atraente, o governo abateu as dívidas das empresas com a União e realizou ajustes de tarifas, puxando para cima os preços dos serviços e garantindo enorme lucro futuro aos investidores. Para se ter uma ideia, o reajuste nas tarifas telefônicas chegou a 500%; no caso da energia alétrica, a coisa ficou na faixa de 150%. E ao contrário de outros países, nos quais os processos de privatização exigiam que as companhias baixassem gradualmente as taxas cobradas pelos seus serviços, o combinado pelo governo FHC foi que os novos donos das empresas estatais poderiam seguir ajustando os preços anualmente, segundo a taxa de inflação.

Para convencer a opinião pública, governo e meios de comunicação defendiam que a venda das estatais atrairia dinheiro do exterior, reduzindo as dívidas externa e interna do Brasil. E, na verdade, ocorreu o contrário: além de “engolir” as dívidas de todas as estatais vendidas (o que aumentou a dívida interna), parte razoável do dinheiro levantado pelos investidores vinha de bancos estrangeiros. O que significou que, no fim das contas, as companhias recém privatizadas, já comprometidas com dívidas junto a grupos financeiros internacionais, seriam obrigadas a enviar grande parte do dinheiro que fizessem para o exterior. Algo que não aliviou – na verdade, piorou – a dívida externa nacional.

Para complicar ainda mais a situação, o próprio governo financiou parte da compra, oferecendo empréstimos do BNDES e trocando crédito pela aquisição de títulos da dívida pública. Medidas que acabaram se tornando um contrasenso, já que, ao oferecer no Brasil parte do dinheiro a ser investido nos leilões, os potenciais compradores acabaram sem estímulo para trazer dólares de fora para o país. Dólares que, justamente, eram alardedados desde o início como um dos motivos para a privatização.

No fim das contas, foi o seguinte: o Brasil entregou boa parte de seu patrimônio a preço de banana para uns poucos grupos econômicos; a dívida pública aumentou assustadoramente (de cerca de 30% do PIB, em 1995, para quase 60% do PIB em 2002); e a política de investimentos do BNDES, que estimulava a remessa de dólares para o exterior, acabou provocando uma recessão que atingiu as famílias do país, numa quebradeira generalizada que levou a enormes índices de desemprego.

Ao fim, foram privatizadas, entre 1990 e 1999, 166 empresas, com 546 mil postos de trabalho extintos diretamente. O que, comparado ao número de privatizações ocorridas desde meados da década de 1980 (19 companhias, entre 1985 e 1990) apenas prova a sanha privatista do projeto do PSDB. Um negócio que, muito bom para alguns poucos lobistas e umas poucas empresas estrangeiras, se mostrou, em pouquíssimo tempo, péssimo para o povo brasileiro.

Só pra se ter uma ideia, alguns casos:

BNDES

Um dos principais responsáveis pela rápida saída do Brasil da crise econômica mundial de 2008, o BNDES quase foi privatizado no governo do PSDB. O banco, que nos últimos anos vem garantindo o crédito e o investimento no país, foi listado em 2000, a pedido do ministério da Fazenda, numa avaliação de possíveis privatizações do setor bancário. A iniciativa foi uma imposição do FMI.

Quem diz é o site do Ministério da Fazenda:

“Com determinação o governo dará continuidade à sua política de modernização e redução do papel dos bancos públicos na economia. O Banco Meridional uma instituição federal foi privatizado em 1998 e em 1999 o sexto maior banco brasileiro o BANESPA agora sob administração federal será privatizado. Ademais o Governo solicitou à comissão de alto nível encarregada do exame dos demais bancos federais (Banco do Brasil, Caixa Econômica Federal, BNDES, BNB e BASA) a apresentação até o final de outubro de 1999 de recomendações sobre o papel futuro dessas instituições tratando de questões como possíveis alienações de participações (grifo do autor) nessas instituições fusões vendas de componentes estratégicos ou transformação em agências de desenvolvimento ou bancos de segunda linha. Essas recomendações serão analisadas e decisões serão tomadas pelo Governo antes do final do ano sendo que as determinações serão implementadas no decorrer do ano 2000.”

Banespa

Privatizado em 2000 pelo governo Fernando Henrique Cardoso, o Banco do Estado de São Paulo (Banespa) foi adquirido pelo espanhol Santander por R$ 7 bi. Para se ter uma ideia, entre meados e o fim da década de 1990 o Estado brasileiro havia injetado R$ 50 bi na instituição. R$ 15 bi destes, apenas nos esforços de saneamento prévios ao processo de privatização: o que, descontado o dinheiro conseguido nos leilões, acabou num prejuízo de, no mínimo, R$ 8 bi aos cofres públicos.

Mais que isso: para tornar o negócio atraente, o governo brasileiro liberava o novo (e privado) dono do banco de qualquer contrapartida social (como financiamentos para a agricultura familiar, por exemplo).

Ou como disse ao portal Terra o presidente do Banco Central na época, Armínio Fraga, sobre a privatização do banco paulista: “Fraga explicou que o Banespa privatizado não terá de manter sua atuação em “políticas públicas”, como financiamento a pequenos agricultores, por exemplo. “A privatização deixa clara a separação entre o negócio privado e uma política pública”, disse.”

Vale do Rio Doce

Considerada a segunda maior mineradora do mundo, a Vale do Rio Doce (hoje, Vale S. A.) foi privatizada pelo governo do PSDB em 1997, por R$ 3,3 bi. O valor, muito abaixo de mercado, equivale a menos que ela obtinha por ano em 1995 – e, hoje, a algo em torno do feito em apenas um trimestre.

Mais que isso, o processo de privatização esteve envolto em graves suspeitas de corrupção, com acusações de cobrança de propinas milionárias por Ricardo Sérgio, lobista encarregado da montagem do consórcio vencedor. Causou polêmica, ainda, a intervenção do presidente da República, Fernando Henrique Cardoso, na composição dos grupos que concorriam pela companhia, numa ação vista como decisiva para o resultado final do leilão.

Petrobrás

Recentemente alçada ao posto de segunda maior petrolífera do mundo, a Petrobrás foi, ao longo de toda a era tucana, sondada quanto à sua possível privatização. Numa declaração recente, o atual presidente da empresa, José Sergio Gabrielli, chegou a afirmar que “Para o governo FHC, a Petrobras morreria por inanição. Os planos do governo do então presidente Fernando Henrique Cardoso eram para desmontar a Petrobras e vendê-la”.

Com a descoberta do pré-sal, a Petrobrás oferece ao país a oportunidade de tornar-se uma das maiores potências globais na área de energia. Pelo projeto proposto pelo governo Lula, boa parte dos rendimentos futuros do governo com pré-sal, na casa dos trilhões de dólares, deverão ser investidos num fundo soberano para investimentos em educação e ciência e tecnologia.

Além disso, o processo de capitalização da Petrobrás, no qual foi dada ao público a possibilidade de adquirir participação na empresa pela aquisição de ações, foi aberto a toda a população brasileira – ao contrário do processo de privatização defendido pelos tucanos, restrito a alguns poucos grupos econômicos internacionais.

A respeito das intenções de um hipotético governo tucano para a gestão do pré-sal, especula-se a retomada de uma agenda fortemente privatista para o setor. Em declaração recente ao jornal Valor Econômico, o principal assessor de José Serra para a área de enrgia, David Zylberstajn, afirmou que “Não tem que existir estatal comprando ou vendendo petróleo”. Vale lembrar que David Zylberstajn foi, no governo FHC, presidente da Agência Nacional do Petróleo, e um dos principais entusiastas da privatização da Petrobrás. Para se ter uma ideia, numa sondagem de mercado hoje reduzida ao anedotário histórico, chegou-se a especular que, num esforço para torná-la mais palatável a possíveis compradores estrangeiros, a companhia fosse rebatizada como “Petrobrax”.

Privatizações no governo José Serra

Quando governador de São Paulo pelo PSDB, José Serra foi fiel ao projeto privatista, e pediu avaliações referentes à possível privatização de pelo menos 18 empresas pertencentes ao estado. Entre as companhias oferecidas ao setor privado, estariam nomes tradicionais como a Nossa Caixa, a Sabesp, o Metrô, CPTM, a Dersa e a CDHU.

E o banco Nossa Caixa, na verdade, escapou por pouco – posta em leilão, a instituição financeira acabou arrematada pelo Banco do Brasil, num esforço do Governo Federal para impedir que a companhia caísse nas mãos de grupos privados.

Em seu meio (porque até a metade) mandato à frente do estado, José Serra foi, no fim das contas, apenas fiel ao que defendia quando ministro do planejamento do governo FHC. Quem o diz é o proprio ex-presidente, que ressaltou, em conversa recente com a revista Veja, o entusiasmado papel desempenhado por Serra nas privatizações da década passada.

Buscado no Altamiro Borges


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sábado, 23 de outubro de 2010

A Cobiça dos Ingleses

Por Rita Barreto

A Folha de São Paulo/UOL  de hoje tem na primeira página a chamada: "Comparação - Lula é discípulo de Margaret Thatcher, diz dono do 'Wall Street Journal'.

No qual o "empresário Rupert Murdoch, dono do império de mídia News Corporation e conhecido pelas idéias conservadoras, disse na quinta-feira (21) que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva é discípulo de Margaret Thatcher, premiê britânica do fim dos anos 70 até o início dos 90 e conhecida como "a dama de ferro".

..."Sem orgulho, as pessoas não prosperam. Sem um bolo maior, as porções ficam menores -e as [pessoas] mais vulneráveis são as que vão sofrer mais", afirmou. 

"Quantas pessoas esqueceram tão rapidamente que ela não só mudou o Reino Unido como, ao lado de Ronald Reagan, mudou o mundo para muito, muito melhor", enfatizou o empresário australiano, que é dono de jornais britânicos como o "Times" e "The Sun". 

Bem, estes são alguns trechos do discurso do empresário inglês que consegue colocar no mesmo prato, as políticas de Thatcher, Lula e Ronald Reagan. Fazer jornal não implica em entender o que está escrito. Ou melhor, fazer jornal significa entender o que está escrito e colocar ideologia em cada frase. Vamos aos fatos. Thatcher combateu a política dos Trabalhistas, diminuindo o número de empregos; Reagan reduziu as políticas sociais e fortaleceu os mercados especulativos no início de um ciclo que redundou na crise de capitais. E Lula, o operário, criou 14,5 milhões de novos empregos, tirando da miséria 28 milhões de pessoas. De início se vê que a comparação entre os três está errada.

A diferença entre todos é o lastro: origem social e geoeconômica. A comparação pode provocar orgulho em algumas pessoas, vá lá, mas o empresário da comunicação cheio ou não de boas intenções, como a maioria dos jornalistas estrangeiros que vêm para cá, tem uma visão conturbada. Lêem a História e Fatos na luz do método Sapucaniano. Explico: um local onde os egipcíos de cá criaram um palco, que por milagre dos homens, nele trafegam passado, presente e futuro, em simulações, em que é possível encontrar Napoleão chupando Manga, Voltaire e Moliére comandando o espetáculo. Reis, rainhas e súditos na mesma pista em volteios oníricos, dando ao espectador a sensação de proximidade com a História. Este local chama-se Marquês de Sapucaí.

Somente lá e na cabeça do dono do Wall Street, Reagan, Thatcher e Lula fazem a mesma política.

Nos EUA, por conta da reagonomic, política econômica americana de Reagan, os negros ficaram isolados, o sonho americano foi se diluindo até tornar-se um pesadelo, vide o filme Beleza Americana. Thatcher, conhecida como a Dama de Ferro, causou sérios problemas internos com sua política. A Inglaterra da Rainha Elizabeth tem mais súditos paquistaneses, indianos e africanos que qualquer lugar da Europa. Isolados socialmente. O que vemos no Brasil vai na contramão das soluções conhecidas pelos velhos senhores que governam a política mundial e suas velhas saídas.

O mesmo diapasão usado pelo dono do Wall Street Journal do “bolo aumentado para que todos possam usufruir” foi o argumento usado pelo nosso Delfim tupiniquim, ministro da Ditadura, e contra o qual Lula, o operário do ABC se insurgiu em 1979 reclamando o seu pedaço naquela hora. O que se faz agora é resgatar do fosso da História os que foram sacrificados pelo modelo de formação deste País, pelo qual pagamos a conta até hoje, com as diferenças sociais que implicam miséria extrema de um lado e fausto do outro. É preciso retirar da miséria 35 milhões de pessoas e lembrar a elite que deve conter a sua verocidade.

O que vemos neste senhor inglês e nas suas considerações políticas sobre o Brasil, - país até há pouco tempo considerado de Terceiro Mundo, e por isso, não levado a sério, - é de que o Brasil estabelece a idéia de que o mundo é desigual por vontade dos homens. O interesse repentino pelo Brasil revela cobiça dos ingleses que viram seu parceiro, os EUA, tido como inabaláveis cometer as maiores bobagens, e levando seus fiéis para uma crise sem precedentes. Há poucos dias o dono de outro jornal inglês o Financial Times defendia a candidatura Serra, pois segundo ele traria mais estabilidade ao País.

Brasileirinhos conterrâneos não baixemos a nossa guarda: os ingleses agora estão vendo potencial no Brasil e devemos tomar cuidado com eles levando em conta o que disse Shakespeare em Ricardo III e Henrique VIII, no qual o Rei manda matar sua mulher, a rainha Catarina de Aragão, para poder casar-se com uma das irmãs amantes, Ana Bollena que não lhe deu sucessor, mas a sua irmã, e também amante, Maria Bollena, mãe de Elizabeth I, de quem a rainha Elizabeth descende (ver o filme A Outra). Shakespeare dizia que a Inglaterra faz qualquer coisa pelo poder.

Acreditamos piamente. Vide as implicações do Iraque, a aliança com Bush filho e Tony Blair, e a morte do cientista David Kelly, em 2003, que teria denunciado falhas no dossiê que justificou a participação da Inglaterra na guerra do Iraque. Em entrevista à BBC, o Iraque, segundo o cientista, estava fazendo enriquecimento de urânio. Depois ele voltou atrás e pagou com a vida. Jean Charles*, o inocente, é a prova de que devemos ficar desconfiados dos elogios ingleses. Por conta dos interesses velados serviu de bode expiatório.

Vamos ficar de olho.

E não calar a pergunta: - Por que somente agora nos fazem tantos elogios?

* vide filme Jean Charles




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quinta-feira, 21 de outubro de 2010

Para você, eleitor indeciso, por Ricardo Lins Horta

Blog O Biscoito Fino e a Massa

Ricardo Lins Horta escreveu este texto, recheado de fontes. Ele é dirigido aos leitores indecisos. Fique à vontade para repassá-lo mas, por favor, preserve os links. Eles são a fundamentação do argumento. Se você não consegue copiar o post mantendo os links, escreva-me e eu lho envio por email.
********
Esta mensagem é dedicada a você, eleitor consciente e crítico, cujo voto é fundamentado em argumentos, que ainda está indeciso.
Ela é dividida em tópicos para facilitar: você pode ir direto onde lhe interessa.
Tudo o que será exposto nesta mensagem terá dados e respectivas fontes (clique nos links), diferentemente de tantos spams eleitorais e correntes apócrifas que surgem por aí.
Se você discordar de algo – o que é perfeitamente legítimo – o debate poderá se dar em cima de evidências, em vez de boatos e achismos.
Os argumentos defendidos são:
Tópico 1: Não é verdade que houve “aparelhamento da máquina administrativa” na Era Lula;
Tópico 2: Não é verdade que “houve mais corrupção no governo Lula”; pelo contrário, os últimos 8 anos foram marcados por um combate inédito a esse mal;
Tópico 3: Não é verdade que “a economia foi bem no governo Lula só porque este não mudou a política econômica de FHC”;
Tópico 4: Não é verdade que o governo Lula “enfraqueceu as instituições democráticas”; pelo contrário, hoje elas são muito mais vibrantes e sólidas;
Tópico 5: A campanha de José Serra é baseada nas fanáticas campanhas da direita norte-americana, daí o perigo de referendá-la com seu voto.
Tópico 1Não é verdade que houve “aparelhamento da máquina administrativa” na Era Lula;
Você já deve ter ouvido por aí, tantas vezes, que o PT e o governo Lula “aparelharam o Estado”, usando dos cargos em comissão para empregar amigos, apaniguados e militantes, certo?
Pois bem, então lhe perguntamos: quantos são esses cargos em comissão no Poder Executivo federal? São 200 mil, 80 mil, 20 mil? Você faz ideia de qual é esse número preciso?
Primeiramente, acesse este documento aqui: o Boletim Estatístico de Pessoal do Ministério do Planejamento, última edição, de julho deste ano.
Vejamos: na página 33, você pode ver que há hoje, no Executivo federal, um total de 570 mil servidores civis na ativa.
Os ocupantes de DAS (cargos de direção e assessoramento superior) são 21,6 mil (página 107).
Porém, os de recrutamento amplo, ou seja, aqueles que foram nomeados sem concurso, sem vínculo prévio com a administração, são quase 6 mil (página 109), ou pouco mais de 1% do total de servidores civis. Se você considerar apenas os cargos que são efetivamente de chefia (DAS 4, 5 e 6), não chegam a mil e quinhentos.
Parece bem menos do que se diz por aí, não é mesmo? Agora vamos lá: para que servem esses cargos? Não custa dizer o óbvio: em democracias contemporâneas, o grupo que ganha o poder via eleições imprime ao Estado as suas orientações políticas. Em alguns países, o número de comissionados é maior (caso dos EUA); em outros, menor (como na Inglaterra). É natural que seja assim.
O que dizem os estudos internacionais sérios sobre a máquina administrativa brasileira?
 Vá aqui e baixe um estudo da OCDE sobre o tema. No Sumário Executivo, você verá que o Brasil não tem servidores públicos em excesso, embora o contingente de servidores esteja em expansão e ficando mais caro; que há necessidade de servidores sim, para atender às crescentes demandas sociais; que uma boa gestão de RH é essencial para que isso se concretize; e que o governo federal deve ser elogiado pelos seus esforços em construir um funcionalismo pautado pelo mérito.
Vamos então falar de meritocracia? O que importa é que o governo Lula perseguiu uma política de realização de concursos e de valorização do servidor público concursado sem precedentes. Basicamente, com os novos concursos, a força de trabalho no serviço público federal retomou o mesmo patamar quantitativo de 1997. A maior parte dos cargos criados pelo PT, porém, foi para a área de educação: para as universidades e institutos técnicos já existentes ou que foram criados. Volte no Boletim Estatístico e veja a página 90, sobre as novas contratações em educação. Houve muitos concursos para Polícia Federal e advocacia pública, além de outras áreas essenciais para o bom funcionamento do Estado.
O governo Lula regulamentou os concursos na área federal (veja osarts.10 a 19 deste Decreto), recompôs as carreiras do ciclo de gestão, dotou as agências reguladoras de técnicos concursados (veja a página 92 do Boletim Estatístico), sendo que nos tempos de Fernando Henrique, elas estavam ocupadas por servidores ilegalmente nomeados.
E então? você ainda acha que houve inchaço da máquina pública? Dê uma olhada nos dados deste estudo aqui.
E os tucanos, que alegam serem exímios na gestão pública? O que têm para mostrar?
Nos tempos de FHC, o contingenciamento levou à sistemática não realização de concursos. Para atender às demandas de serviço, a Esplanada nos Ministérios se encheu de terceirizados, temporários e contratados via organismos internacionais, de forma ilegal e irregular. Eram dezenas de milhares deles. Em 2002, apenas 30 servidores efetivos foram nomeados! O governo Lula teve de reverter isso, daí a realização de tantos concursos públicos.
Você sabia? O Estado de São Paulo, governado por José Serra, tem proporcionalmente mais ocupantes de cargos em comissão por habitante do que o governo federal.
E os técnicos, concursados, como são tratados por lá? Bem, eles não estão muito felizes com o Serra não.
Talvez porque as práticas que o PSDB mais condena no governo federalsejam justamente aquelas que eles praticam no governo estadual
Tópico 2: Não é verdade que “houve mais corrupção no governo Lula do que no FHC”; pelo contrário, os últimos 8 anos foram marcados por um combate inédito a esse mal;
Muitos eleitores revelam a sua insatisfação com o governo Lula enumerando casos como o mensalão, as sanguessugas, Erenice Guerra, Waldomiro Diniz, Correios. Porém, uma memória que não seja curta pode se lembrar de casos como SUDAM, SUDENE, Anões do Orçamento, mensalão da reeleição, SIVAM, etc, para ponderar que mais do que exclusividade deste ou daquele governo, escândalos de corrupção são um mal da nossa cultura política.
Cientistas sociais sabem que é muito difícil “medir” a corrupção. Como a maior parte dela nunca vem à tona, não chega a ser descoberta, noticiada e investigada, nunca se tem uma noção clara do quanto um governo é realmente corrupto. O que importa, então, é o que um governo faz para combater essa corrupção. E nisso, o governo Lula fica muito bem na fita.
Vamos começar pela Polícia Federal. Logo no início do governo, foi feita uma limpeza no órgão (até a revista Veja chegou a publicar uma elogiosa reportagem de capa). Desde então, foram realizados uma série de megaoperações contra corruptos, traficantes de drogas, máfias de lavagem de dinheiro, criminosos da Internet e do colarinho branco (veja uma relação dessas operações aqui). Só em 2009, foram 281 operações e 2,6 mil presos. Desde 2003, foram quase dois mil servidores públicos corruptos presos. Quem compara os números não pode negar que a PF de FHC não agia, e que a PF de Lula tem uma atuação exemplar.
E a Controladoria-Geral da União? Inicialmente, FHC criou a tímidaCorregedoria-Geral da União. Foi Lula que, a partir de 2003, realizou concursos públicos para o órgão e expandiu sua atuação. Hoje, a CGU é peça-chave no combate à corrupção. Graças ao seu trabalho, quase 3 mil servidores corruptos já foram expulsos. A CGU contribuiu nocombate ao nepotismo e zela pelo emprego das verbas federais viasorteios de fiscalização. E o Portal da Transparência, você conhece? Aquele “escândalo” do mau uso dos cartões corporativos só apareceu na imprensa porque todos os gastos das autoridades estavam acessíveis a um clique do mouse na Internet.
Vamos ficar nesses casos, mas poderíamos citar muitos outros: o fortalecimento do TCU como órgão de controle, um Procurador-Geral da República que não tem medo de peitar o governo (o do FHC era chamado de “engavetador-geral da República”, lembra-se?), oDecreto contra o nepotismo no Executivo Federal. Numa expressão, foi o governo Lula quem “abriu a tampa do esgoto”.
Se uma pessoa acreditar menos numa mídia que é claramente parcial, e mais nas evidências, a frase “o governo Lula foi o mais republicano da nossa história” deixará de parecer absurda. Que tal abrir a cabeça para isso?
Tópico 3: Não é verdade que “a economia foi bem no governo Lula só porque este não mudou a política econômica de FHC”;
Quando se fala em política macroeconômica implantada por FHC, refere-se geralmente ao tripé câmbio flutuante, regime de metas de inflação esuperávit primário. Vamos poupar o leitor do economês: basicamente, o preço do real em relação ao dólar não é fixo, flutuando livremente; o Banco Central administra os juros para manter a inflação dentro de um patamar; e busca-se bons resultados nas transações com o exterior para pagar as contas do governo.
Nem sempre foi assim, nem mesmo no governo FHC: até 1998, o câmbio era fixo. Todo mundo se lembra que, em janeiro de 1999, a cotação do dólar, que valia pouco mais de um real, subitamente dobrou. Talvez não se lembre que isso ocorreu porque FHC tinha mantido artificialmente o câmbio fixo durante 1998, para ganhar a sua reeleição – que teve um custo altíssimo para o país – e logo depois, vitorioso, mudou o regime cambial (no que ficou conhecido como “populismo cambial”). O regime de metas de inflação foi adotado só depois disso. Ou seja, FHC não só não adotou uma mesma política macroeconômica o tempo em que esteve no Planalto, como também deu um “cavalo-de-pau” na economia, que jogou o Brasil nos braços do FMI, para ser reeleito.
Que política macroeconômica de FHC então é essa, tão “genial”, que o Lula teria mantido? A estabilidade foi mantida, sim, e a implementação do Plano Real pode ser atribuída ao governo FHC (embora Itamar Franco, hoje apoiador de Serra, discorde disso).
Mas Lula fez muito mais do que isso. A inflação não voltou: as taxas de inflação foram mantidas, entre 2003 e 2008, num patamar inferior ao do governo anterior. E com uma diferença: a estagnação econômica foi substituída por taxas de crescimento econômico bem maiores, com redução da dívida pública.
alta do preço das commodities no mercado externo favoreceu esse quadro (reduzindo a inflação de custos), mas não foi tudo. O crescimento da economia também foi favorecido pelo crescente acesso ao crédito: em 2003, foi criado o crédito consignado, para o consumo de massa de pessoas físicas – e deu certo, puxando o crescimento do PIB; o BNDES se tornou um agente importantíssimo na concessão de crédito de longo prazo (veja esta tabela), induzindo outros bancos a paulatinamente fazerem o mesmo.
Os aumentos reais do salário mínimo e os benefícios do Bolsa Família foram decisivos para uma queda da desigualdade social igual não se via há mais de 40 anos: foi a ascensão da classe C.
Isso tudo é inovação em relação à política econômica de FHC.
E quando bateu a crise? Aí o governo Lula foi exemplar. Ao aumentar as reservas em dólar desde o princípio do governo, dotou o país de um colchão de resistência essencial. Os aumentos reais do salário mínimo e o bolsa família possibilitaram que o consumo não se retraísse e a economia não parasse – o mercado interno segurou as pontas enquanto a crise batia lá fora. E, seguindo o receituário keynesiano – num momento em que os economistas tucanos sugeriam o contrário – aumentou os gastos do governo como forma de conter o ciclo de crise. Deu certo. E a receita do nosso país virou motivo de admiração lá fora.
No meio da pior crise global desde a de 1929, o Brasil conseguiu criar milhões de empregos formais. Provamos que é possível crescer, num momento de crise, respeitando direitos trabalhistas, sendo que a agenda do PSDB era flexibilizá-los para, supostamente, crescer.
Você ainda acha que tucanos são ótimos de economia e petistas são meros imitões?
Então vamos ao argumento mais poderoso: imagens valem como mil palavras.
Dedique alguns minutos a este vídeo, e depois veja se você estaria feliz se Serra fosse presidente quando a crise de 2008/2009 tomou o Brasil de assalto.
Se você tem mais interesse nessa discussão, baixe este documento aqui e veja como andam os indicadores econômicos do Brasil neste período de crescimento, inflação baixa e geração de empregos.
Tópico 4: Não é verdade que o governo Lula “enfraqueceu as instituições democráticas”; pelo contrário, hoje elas são muito mais vibrantes e sólidas;
Mostramos no tópico 2 que os órgãos de controle e combate à corrupção se fortaleceram no governo Lula. Além deles, os outros Poderes continuaram sendo independentes do Executivo. O Legislativo não deixou de ser espaço de oposição ao governo (que Arthur Virgílio não me deixe mentir), e lhe impôs ao menos uma derrota importante. O Judiciário… bem, além de impor ao governo derrotas, como no caso da Lei de Anistia, está no momento julgando o caso do mensalão, o que dispensa maiores comentários.
E a imprensa? Ela foi silenciada, calada, em algum momento? Uma imagem vale por mil palavras – clique aqui.
O que se vê, na verdade, é o oposto. Foi o Estadão, que se diz guardião da liberdade, quem censurou uma articulista por escrever este texto, favorável ao voto em Dilma.
Sobre democracia, é impossível não abordar um tema que foi tratado à exaustão neste ano de 2010: o terceiro Plano Nacional dos Direitos Humanos, PNDH-3.
Muito se escreveu sobre seu caráter “autoritário”, sobre a “ameaça” que ele representaria à democracia. Pouco se escreveu sobre o fato de ele ser não uma lei, mas um Decreto do Poder Executivo, incapaz, portanto, de gerar obrigações em relação a terceiros. Não se falou que se tratava de uma compilação de futuros projetos de governo, que teriam que passar pelo crivo do Poder Legislativo. Não foi mencionado que ele não partiu do governo, mas de uma Conferência Nacional, que reuniu os setores da sociedade civil ligados ao tema. E pior, a imprensa deliberadamente omitiu que seus pontos polêmicos já estavam presentes nos Planos de Direitos Humanos lançados no governo FHC.
Duvida? Leia este textoeste aqui. Ou ainda, veja com seus próprios olhos: neste link, os três PNDH’s.
Olha lá, por exemplo, a temática do aborto no PNDH-2, de 2002 (itens 179 e 334).
Por fim: você realmente acha que um governo que traz a sociedade civil para discutir em Conferências Nacionais, para, a partir delas, formular políticas públicas, é antidemocrático? Pense nisso.
Tópico 5: A campanha de José Serra é baseada nas fanáticas campanhas da direita norte-americana, daí o perigo de referendá-la com seu voto.
Quem acompanhou as eleições de 2004 e 2008 para a Presidência dos Estados Unidos sabe quais golpes baixos o Partido Republicano – aquele mesmo, conservador, belicista, ultrarreligioso – utilizou para tentar desqualificar os candidatos do Partido Democrata. Em 2004, John Kerry foi pintado como o “flip flop”, o “duas caras”. Em 2008, lançaram-se dúvidas sobre a origem de Obama: questionaram se ele era mesmo americano, ou se era muçulmano, etc. Em comum, uma campanha marcada pelo ódio, pela boataria na Internet, pela disseminação do medo contra o suposto comunismo dos candidatos da esquerda e a ameaça que representariam à democracia e aos valores cristãos.
Você nota aí alguma coincidência com a campanha de José Serra, a partir de meados de setembro de 2010?
Não?
Então vamos compilar algumas acusações, boatos e promessas que surgiram nas ruas, na internet, na televisão e nos jornais, com o objetivo de desconstruir a imagem da candidata adversária, ao mesmo tempo em que tentam atrair votos com base em mentiras e oportunismo.
Campanha terceirizada:
Panfletos pregados em periferias associaram a candidatura de Dilma a tudo o que, na ótica conservadora, ameaça a família e os bons costumes;
Panfletos distribuídos de forma apócrifa disseram que Dilma é assassina, terrorista e bandida, com argumentos dignos da época da Guerra Fria;
E você acha que isso foi iniciativa isolada de apoiadores, sem vínculo com o comando central da campanha? Sinto lhe informar, mas não é o caso: é o PSDB mesmo que financiou e fomentou esse tipo de campanha de baixo nível.
Promessas de campanha oportunistas:
- O PSDB criticou o Bolsa Família durante boa parte do governo Lula; mas agora, José Serra propõe o 13º do Bolsa Família;
- O PSDB defende a bandeira da austeridade fiscal e da contenção dos gastos públicos – foi no governo FHC que se criou o “fator previdenciário”; mas para angariar votos, Serra prometeu um salário mínimo de 600 reaisreajuste de 10% para os aposentados;
- O PSDB criticou o excesso de Ministérios criados por Lula, mas nesta campanha, Serra já falou que vai criar mais Ministérios;
- O DEM do vice de Serra ajuizou ação no STF contra o ProUni, mas agora diz que defende o programa;
- O PSDB se pintou de verde para atrair os eleitores de Marina no 1º turno, mas é justamente o partido de preferência da bancada ruralista e dos desmatadores da Amazônia;
Incoerência nas acusações:
- Serra acusou a Dilma de ser duas caras, mas ele mesmo entrou em contradição sobre suas relações com o assessor Paulo Preto;
- Serra tentou tirar votos de Dilma dizendo que ela era favorável ao aborto, sendo que ele, como Ministro, regulamentou a prática no SUS;
- Mônica Serra chamou Dilma de “assassina de crianças”, sendo que ela mesma já teve que promover um aborto;
- José Serra nega que seja privatista, mas já foi defensor das privatizações, tendo o governo FHC a deixado a Petrobras em frangalhos;
- Serra acusa Dilma de esconder seu passado, mas ele mesmo esconde muita coisa;
- A campanha de Serra lança dúvidas sobre o passado de resistência de Dilma, mas omite que dois dos seus principais apoiadores, Fernando GabeiraAloysio Nunes Ferreira, pegaram em armas na resistência contra a ditadura, e que ele, Serra, também militou numa organização do tipo;
- Serra associa Dilma a figuras controversas como Renan Calheiros, Fernando Collor e José Sarney, mas esconde o casal Roriz, Roberto Jefferson, Paulo Maluf, ACM Neto, Orestes Quércia e outros apoiadores nada abonadores. Aliás, antes do Indio da Costa (que aliás pertence a uma família de tutti buona gente), quem era cotado para vice dele era o Arruda, do mensalão do DEM, lembra-se?
E então: você ainda acha que a campanha de Serra é propositiva, digna, limpa? Um candidato que se vale de expedientes tão sujos para chegar ao poder merece o seu voto?
Por fim: então por que votar em Dilma Rousseff?
Se você está disposto a dar uma chance para Dilma nestas eleições e quer saber bons motivos para tanto, remetemos aos três textos abaixo.
http://www.amalgama.blog.br/10/2010/para-voce-que-nao-votou-na-dilma/ (especialmente para quem votou em Marina no 1º turno)
http://www.revistaforum.com.br/blog/2010/10/10/frei-betto-dilma-e-a-fe-crista/ (se você acha que a questão religiosa importa, quando bem utilizada no debate eleitoral)
Boa leitura e boa reflexão: e um desejo para que a campanha, doravante, seja marcada pelo debate de projetos de país, propostas concretas e dados, não por calúnias, boatos e achismos.

Buscado no Sete Palmos



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Greenpeace? Ora, vão plantar oliveiras...



A turma do Greenpeace tentou interromper o discurso de Dilma a pretexto de combater o desmatamento.

Dilma respondeu a altura, mas eu não vou abordar essa questão porque esse bolg é sério, o que não se pode dizer do pessoal do Greenpeace.

Afinal um bando que se diz preocupado com a natureza por que continua silenciando sobre o desastre ecológico causado pela BP no golfo do México?

E o que dizer sobre as mais de 500 mil oliveiras palestinas que Israel destruiu?

Alias, nunca é tarde.

Não há dia em que Israel não destrói oliveiras palestinas . Que tal começar a protestar?

Ou as oliveiras não interessam?


Buscado no Bourdoukan



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O exemplo da França

ODIARIO.INFO                     


Nas últimas semanas em gigantescas manifestações quase 15 milhões de franceses saíram as ruas para protestar contra a lei que somente permite a reforma aos 62 anos. Foram seis as mobilizações populares, e uma greve geral indefinida tem paralisado grande parte da actividade económica e dos serviços públicos.
Na manifestação do dia 15 participaram segundo os organizadores mais de 3,5 milhões de pessoas das quais 330.000 em Paris. As grandes universidades aderiram ao protesto assim como os estudantes de mais de 1.200 liceus. As refinarias não funcionam e a falta de combustível começou a afectar os aeroportos.
O movimento, o de maior amplitude das últimas décadas, conta com a simpatia da maioria da população que identifica na lei de Sarkozy uma grave ameaça não apenas à segurança social, mas a direitos conquistados pelos trabalhadores em séculos de lutas.
«Deixem os jovens e os desempregados trabalhar e os “antigos” repousar», foi um dos cartazes exibidos nos desfiles pelos trabalhadores.
A popularidade de Sarkozy caiu nestes dias para o nível mais baixo atingido por qualquer presidente da França desde o final da II Guerra Mundial.
O governo espera que a aprovação pelo Senado da lei contribua para um refluxo do protesto nacional, mas os sindicatos mais combativos lembram que em 2006, as manifestações forçaram a Assembleia Nacional a revogar a chamada lei do primeiro emprego já promulgada pelo presidente Chirac.
A decisão de Sarkozy de, se necessário, reabrir as refinarias com recurso à força, poderá endurecer a luta do povo francês.
Seja qual for o desfecho da grande luta em curso, saudamos o combate dos trabalhadores franceses, saudado em todo o mundo pelas forças progressistas como exemplo de resistência à ofensiva do grande capital, na linha das grandes tradições revolucionárias do povo da França.
No momento em que o governo reaccionário de Sócrates tenta em Portugal aumentar a idade da reforma, actualmente de 65 anos, a recusa dos franceses em permitir que ela ultrapasse o patamar dos 60 não somente mobiliza solidariedades em toda a Europa como constitui um valioso encorajamento para as poderosas lutas que os trabalhadores portugueses têm em curso, com grande destaque para a Greve Geral do próximo dia 24 de Novembro.

OS EDITORES DE ODIARIO.INFO


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quarta-feira, 20 de outubro de 2010

Cinco Ondas da campanha contra Dilma: técnicas de contra-informação militar



As ondas de uma campanha feita nas sombras

por Rodrigo Vianna
O jornalista Tony Chastinet é um especialista em desvendar ações criminosas. Sejam elas cometidas por traficantes, assaltantes de banco, bandidos de farda ou gangues do colarinho branco. Foi o Tony que ajudou a mostrar os caminhos da calúnia contra Dilma, como você pode ler aqui.
O Tony é também um estudioso de inteligência e contra-inteligência militar. E ele detectou, na atual campanha eleitoral, o uso de técnicas típicas de estrategistas militares: desde setembro, temos visto ações massivas com o objetivo de disseminar “falsa informação”, “desinformação” e criar “decepção” e “dúvida” em relação a Dilma. São conceitos típicos dessa área militar, mas usados também em batalhas políticas ou corporativas – como podemos ler, por exemplo, nesse site.
Na atual campanha, nada disso é feito às claras, até porque tiraria parte do impacto. Mas é feito às sombras, com a utilização de uma rede sofisticada, bem-treinada, instruída. Detectamos nessa campanha, desde a reta final do primeiro turno, 4 ondas de contra informação muito claras.
1) Primeira Onda – emails e ações eletrônicas: mensagens disseminadas por email ou pelas redes sociais, com informações sobre a “Dilma abortista”, “Dilma terrorista”, “Dilma contra Jesus”; foi essa técnica, associada aos sermões de padres e pastores, que garantiu o segundo turno.
2) Segunda Onda – panfletos: foi a fase iniciada na reta final do primeiro turno e retomada com toda força no segundo turno; aqueles “boatos”  disformes que chegavam pela internet, agora ganham forma; o povão acredita mais naquilo que está impresso, no papel; é informação concreta, é “verdade” a reforçar os “boatos”  de antes;
3) Terceira Onda – telemarketing: um passo a mais para dar crédito aos boatos; reparem, agora a informação chega por uma voz de verdade, é alguém de carne e osso contando pro cidadão aquilo tudo que ele já tinha “ouvido falar”.
4) Quarta Onda – pichações e faixas nas  ruas: a boataria deixa de frequentar espaços privados e cai na rua; “Cristãos não querem Dilma e PT”; “Dilma é contra Igreja”; mais um reforço na estratégia. Faixas desse tipo apareceram ontem em São Paulo, como eu contei aqui.
O PT fica, o tempo todo, correndo atrás do prejuízo. Reparem que agora o partido tenta desarmar a onda do telemarketing. Quando conseguir, a onda provavelmente já terá mudado para as pichações.
 Há também a hipótese de todas as ondas voltarem, ao mesmo tempo, com toda força, na última semana de campanha. Tudo isso não é por acaso. Há uma estratégia, como nas ações militares.
O que preocupa é que, assim como nas guerras, os que tentam derrotar Dilma parecem não enxergar meio termo: é a vitória completa, ou nada. É tudo ou nada – pouco importando os “danos colaterais” dessas ações para nossa Democracia.
Reparem que essas ondas todas não foram capazes de destruir a candidatura de Dilma. Ao contrário, a petista parece ter recuperado força na última semana. Mas as dúvidas sobre Dilma ainda estão no ar.
Minha mulher fez uma “quali” curiosa nos últimos dias. Saiu perguntando pro taxista, pro funcionário da oficina mecânica, pro vigia da rua de baixo, pra moça da farmácia: em quem vocês vão votar? Nessa eleição, pessoas humildes- quando são indagadas por alguém de classe média sobre o assunto  -  parecem se intimidar. Uns disseram, bem baixinho: “voto na Dilma”, outros disseram “não sei ainda”. Quando minha mulher disse que ia votar na Dilma, aí as pesoas se abriram, declararam voto. Mas ainda com algum medo de serem ouvidos por outros que chamam Dilma de “terrorista”, “vagabunda”, “matadora de criancinhas”.
O que concluo: as técnicas de contra-inteligência de Serra conseguiram deixar parte do eleitorado de Dilma na defensiva. As pessoas – em São Paulo, sobretudo -têm certo medo de dizer que vão votar em Dilma.
Esse eleitorado pode ser sensível a escândalos de última hora. Não falo de Erenice, Receita Federal, Amaury – nada disso.
Tony teme que as  o desdobramento final da campanha (ou seja a “Quinta Onda”) inclua técnicas conhecidas nessa área estratégico-militar: criar fatos concretos que façam as pessoas acreditarem nos boatos espalhados antes. 
Do que estamos falando? Imaginem uma Igreja queimando no Nordeste, e panfletos de petistas espalhados pela Igreja. Imaginem um carro de uma emissora de TV ou editora quebrado por “raivosos petistas”.
Paranóia?
Não. Lembrem como agiam as forças obscuras que tentaram conter a redemocratização no Brasil no fim dos anos 70. Promoveram atentados, para jogar a culpa na esquerda, e mostrar que democracia não era possível porque os “terroristas” da esquerda estavam em ação. Às vezes, sai errado, como no RioCentro.
Por isso, vejo com extrema preocupação o que ocoreu hoje no Rio: militantes do PT e PSDB se enfrentaram numa passeta de Serra. É tudo que o que os tucanos querem na reta final: a estratégia, a lógica, leva a isso. Eles precisam de imagens espataculares de “violência”, da “Dilma perigosa”, do “PT agitador” – para coroar a campanha iniciada em agosto/setembro.
Espero que o Tony esteja errado, e que a Quinta Onda não venha. Se vier, vai estourar semana que vem: quando não haverá tempo para investigar, nem para saber de onde vieram os ataques.
Tudo isso faz ainda mais sentido depois de ler o que foi publicado aqui , pelo ”Correio do Brasil”: uma Fundação dos EUA mostra que agentes da CIA e brasileiros cooptados pela CIA estariam atuando no Brasil – exatamente como no pré-64.
Como já disse um leitor: FHC queria fazer do Brasil um México do sul (dependente dos EUA), Serra talvez queira nos transformar em Honduras (com instituições em frangalhos).
Os indícios estão todo aí. Essa não é uma campanha só “política”. Muito mais está em jogo. Técnicas de inteligência militares estão sendo usadas. Bobagem imaginar que não sejam aprofundadas nos dez dias que sobram de campanha.
Por isso, o desespero do PSDB com as pesquisas. Ele precisa chegar à ultima semana com diferença pequena. Se abrir muito, até a elite vai desconfiar das atitudes das sombras, vai parecer apelação demais.
Por último, uma pergunta: por que o “JN” adiou o Ibope – que deveria ter sido divulgado ontem? Porque Serra estava na bancada do jornal.
A Globo não quis constranger Serra com uma pesquisa ruim? Imaginem as pressões sobre Montenegro, de ontem pra hoje? O PSDB precisa segurar a diferença em 8 pontos no máximo.Para que a estratégina de ataque final, na última semana, tenha chance de surtir efeitos.
Estejamos preparados pra tudo. E evitemos entregar à turma das sombras o que ela quer: agressões contra Serra, contra Igrejas, contra carros de reportagem.
O Brasil precisa respirar fundo e passar por esse túnel de sombras em que acampanha de Serra nos lançou.

Buscado no Escrevinhador





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Pra quem acha que privatização é conversa…


 
Como eu completei 32 anos semana passada, de vez em quando me dou conta que, pro pessoal que está votando pela primeira vez, eu já sou quase um “coroa”. E sei que pra muita gente que saiu da adolescência já nos oito anos do Governo Lula, certas coisas aqui são encaradas como “ouvi dizer”, queria mostrar que esta história de privatização da Petrobras não é “conversa fiada” da gente.
Por isso, fui buscar a matéria publicada pela Folha de S. Paulo, no dia 27 de dezembro de 2000 (assinantes podem acessar aqui) que reproduz o anúncio da mudança de nome da Petrobras para PetroBrax
Reparem que a mudança de nome ia custar R$  213 milhões  ( US$ 50 milhões  de dólares da época, corrigidos pelo IGP-M). Ia, mas acabou custando R$ 1,57 milhões, pagos sem licitação à empresa Und Comunicação Visual.
Gostaria que ninguém deixasse de atentar que o presidente da empresa, na ocasião do anúncio da mudança, diz que a iniciativa tinha “o aval do presidente Fernando Henrique Cardoso”.
A grita dos brasileiros foi geral e o Governo teve de recuar. Mas a mudança valeu tempo suficiente para a própria Folha, dois dias depois, falar do patrocínio de uma peça estrelada pela (magnífica) atriz Fernanda Montenegro, referia-se ao patrocinador como “PetroBrax”.
Eu gostaria que a campanha da Dilma, para ajudar as pessoas que são incrédulas, conseguisse os exemplares do jornal em papel. Serviria não só para provar que a dupla Serra-FHC estava matando a maior empresa brasileira como, também para enrolar e matar, com uma boa jornalada, a mosca-azul que está pousando na cabeça desta gente.

Publicado também no ContrapontoPIG



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terça-feira, 19 de outubro de 2010

Quem Avisa Amigo É



Sanguessugado do DoLaDoDeLa
Logo que acabou o primeiro turno das eleições e as urnas foram abertas, assim como muitos brasileiros, fiquei estarrecido diante da totalização dos resultados. Foi nesta hora que desenvolvi a tese publicada aqui no blog (com o nome de Teoria Conspiratória), de que pudesse ter havido manipulação na totalização de votos. Alguns internautas consideraram fantasia, delírio, "viagem". Outros, afirmaram que violar a segurança das urnas era impossível. Então, vamos a um novo exemplo. Digamos que assim que terminasse a eleição, às 17h, mesários e presidentes de seções pegassem os livros, onde os eleitores assinam, assinassem pelos faltantes e fossem até a urna depositar alguns votos. Digamos que isso acontecesse em várias urnas diferentes até que fossem recolhidas, em meia hora. Vamos supor agora que, no momento de dar a carga na urna, houvesse algum tipo de fraude. Vamos supor ainda que os relatórios eletrônicos pudessem estar em desacordo e com a totalização. E se, agora, eu afirmasse que tudo isso pode sim ter ocorrido? E mais. E se eu dissesse que quem prepara as regras, cuida do processo e decide se houve erros é uma instância só: a Justiça Eleitoral. Ainda assim muita gente duvidaria, não é mesmo? Então, leiam isso: "Acabo de chegar de São Luis (MA) onde acompanhei como observador do PDT a auditoria nas urnas eletrônicas usadas no 1° turno das eleições do Maranhão feita pelo engenheiro especializado em segurança de informática, Amilcar Brunazo Filho, e a advogada especialista em Direito Eleitoral, Maria Aparecida Cortiz. Como sabe, além de brizolista, sou velho crítico dessas máquinas e neste 1° turno os resultados em três estados me chamaram a atenção: Paraná, São Paulo e Maranhão. Tiveram jeito de coisa encomendada." 
Se tiver paciência e quiser ler tudo, está aqui: ConversaAfiada

Buscado no Gilson Sampaio




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