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O discurso petista em favor do pobre, pelo jeito, enfureceu as classes médias. Por isso mesmo, os marketeiros de Dilma deveriam realizar, urgentemente, uma plataforma de campanha voltada especialmente para os segmentos melhor posicionados da pirâmide social.
Ou seja, não há somente a baixaria fazendo efeito entre os pobrinhos vulneráveis. Está em curso um processo violentíssimo vindo de cima, dos mais ricos. Esses 70% de votos entre quem ganha mais de 20 salários é algo assombroso. Não era assim. Essa categoria até pouco tempo aprovava Lula. O que aconteceu? O que gerou essa revolução? Não creio que foi o aborto. Aconteceu uma eclosão súbita e brutal de um sentimento de classe. Os ricos tem, naturalmente, um poder de difusão muito superior aos pobres. A campanha de Dilma deve focar, portanto, em conter a fúria dos abastados, procurar neutralizá-la, através de alguns temas chave. O discurso dos milhões que saíram da miséria provavelmente os irritam ainda mais. Eles devem ser conquistados através de imagens que mostrem a possibilidade do Brasil se tornar um país de primeiro mundo. A redução da dívida pública é outro ponto importante para essa classe social. Podia-se sinalizar com redução da carga tributária, e mostrar comparativos do aumento da carga tributária no governo FHC com o que houve durante a era Lula. É preciso agir para apagar esse ódio classista que explodiu às vésperas da eleição e que continua se alastrando.
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