Ao grande legislador espartano pediu-se um discurso a propósito da educação. O tio do Rei Agesislau exigiu, para prepará-lo, o prazo de um ano.
Admiração para toda gente, visto como ninguém podia compreender que a maior cabeça de Esparta precisasse de um prazo tão longo para a urdidura de uma peça oratória.
Esgotado o prazo, toda Esparta vai para a praça dos esportes, ansiosa por ouvir o grande legislador. Licurgo apresenta-se precedido de duas gaiolas. Numa gaiola, dois cães. Duas lebres, na outra. Diante da multidão, sem nada dizer, o grande legislador tira uma lebre e um cão. Solta a lebre e após, o cão, que a estraçalha num ápice.
Solta, a seguir, a outra lebre, e o outro cão. Que se vê, agora? O cão confraterniza com a lebre, como dois bons amigos, em vez de estraçalhá-la.
_Aí está, senhores, _ disse o legislador _ o motivo pelo que solicitei prazo tão grande. O melhor discurso é, ainda, o exemplo. Trouxe-vos o exemplo do que pode a educação.
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