A estupidez humana não tem limites. Recebemos hoje a visita de uma funcionária do Departamento de Epidemiologia para procurar possíveis focos do mosquito da dengue. A simpática moça colocou veneno no ralos dos banheiros e, conversa vai, conversa vem, pintou um quadro bastante preocupante para a cidade. Algumas casas não permitem a entrada dos funcionários por ignorância ou política, o que é uma ignorância maior ainda. Registre-se que na minha cidade se você tossir um pouco mais alto em cinco minutos o povo já marcou o horário do enterro.
Fui até ao Departamento de Epidemiologia e apresentei a armadilha para captura do mosquito e, educadamente, me foi explicado que a idéia não poderia ser acolhida por não fazer parte da metodologia da Secretaria de Saúde do Estado. Quase mandei o caboclo para aquele lugar, mas, me contive e expliquei que a armadilha, invenção do professor de Microbiologia da UFRJ, Maulori Cabral, não era a solução final para a dengue mas que eliminaria muitas gerações de mosquitos. Irredutível na defesa da metodologia, reafirmou sua ignorância.
Vamos a um dado e um pequeno e simplório exercício.
Cada fêmea do mosquito transmissor (Aedes aegypti) põe 100 ovos em três dias, o que equivale a 1000 ovos/mês.
Apenas como exercício, admitamos que 100 mosquitéricas capturem, cada uma, apenas 20 ovos durante os três dias. Continha fácil, 100 mosquitéricas vezes 20 ovos equivalem a 2.000 mosquitos fora de circulação. 1000 mosquitéricas eliminariam quantos?
Cabe agora um pedido a algum iluminado cientista que me esclareça em quê o desempenho da armadilha interfere na metodologia do combate à dengue?
Como verão no vídeo, o custo da mosquitérica é praticamente zero e deveria ser adotado, junto com outras metodologias, pelas prefeituras.
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