O presidente Lula afirmou que o povo brasileiro não precisa mais de intermediário e “quer falar pela sua boca, enxergar pelos seus olhos e tomar decisão pela sua consciência”. A declaração está na primeira parte da entrevista que concedeu ao Carta Maior e aos jornais Página/12, da Argentina, e La Jornada, do México, que já está disponível no site brasileiro.
Em relação aos meios de comunicação, Lula comentou que tinha a impressão que tentavam lhe provocar para que tomasse uma medida mais dura, mas que sua reação foi deixar que batessem à vontade até todo mundo perceber que o único juiz é o receptor daquela mensagem, que a interpreta de acordo com a sua maneira de pensar.
“O cidadão coloca uma gravata, vai à televisão, dá uma entrevista e se autodenomina formador de opinião pública e acha que todo mundo vai segui-lo. Aí, você tem o presidente de uma Central Única, aqui no Brasil, que representa milhões de trabalhadores, esse não é formador. Então, essas coisas foram caindo por terra”, disse Lula.
A entrevista vale a leitura pela franqueza com que Lula se expressa e pela dimensão de certas conquistas do governo, como a ascensão de 36 milhões de pessoas à classe média, dado que impressiona o jornalista argentino Martín Granovsky, do Página/12, que exclama ao ouvir o número que ele corresponde a quase uma Argentina.