segunda-feira, 1 de agosto de 2011

Saga de Morte e Vida Severina ganha animação em 3D; assista




Das paisagens áridas e secas do interior de Pernambuco sai o retirante Severino. Para escapar da morte lá “morrida antes dos trinta” e em busca de melhores condições de vida, o retirante segue rumo ao litoral. 
Em sua romaria, Severino usa o rio Capibaribe como guia e, por todos os lugares em que passa, dá de cara com a morte e com a vida “severina” – aquela que para ele é “a vida mais vivida do que defendida”.







Produzida pela TV Escola, a versão animada do livro de João Cabral de Melo Neto, Morte e Vida Severina – Um Auto de Natal Pernambucano, se baseia também nos quadrinhos do cartunista Miguel Falcão. Preservando o texto original, a an vida e movimento aos personagens da história, publicada originalmente em 1956.

Ao chegar à primeira cidade do Agreste, Toritama, o retirante-lavrador pergunta ansioso por trabalho. A mulher da janela prontamente responde que trabalho é o que não falta para quem sabe trabalhar. O grande ofício a que a senhora faladeira se refere é a própria morte. Só tem lugar em Toritama que sabe fazer da morte profissão – coveiro, farmacêutico e rezador.

O retirante segue seu caminho e encontra as doces e férteis terras da Zona da Mata. “De certo, a gente daqui jamais envelhece antes dos trinta. Nem sabe da morte em vida.” A primeira impressão é de que lá as pessoas nem devem trabalhar. Mas, não demora muito, Severino encontra um cemitério e mais uma vez, frente a frente com a morte, entende a ínfima “parte que lhe cabe deste latifúndio”.

Mesmo encantado com a terra das farturas – onde o rio Capibaribe passa a ser perene –, Severino resolve “apressar a ladainha” e ir embora para o Recife. Na Zona Metropolitana, ouve uma conversa entre dois coveiros. O tema do falatório mais uma vez é a velha conhecida.

Os homens falam sobre como a morte recebida, por gente pobre e por gente rica. No bairro de Casa Amarela morrem os artistas, os intelectuais, os jornalistas. Agora, em Santo Amaro é lugar de gente que vem de longe, “gente sofrida”, que encontra com o mar e não tem como continuar.

Com o fim do curso do Capibaribe é que se finda a saga deste e de outros Severinos. Do agreste ao litoral, de substantivos a adjetivos, iguais em tudo na vida. 

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