sexta-feira, 6 de agosto de 2010

Dilma venceu o debate por larga margem

Dilma venceu por larga margem o debate na Band, e foi melhor do que encomenda.


Olhando superficialmente não parece tanto, porque, com regras rígidas, e pouco tempo para desenvolver os temas, fica tudo meio nivelado. Mas uma análise aprofundada mostra a percepção deixada no telespectador foi melhor do que a encomenda.

Venceu porque se mostrou a mais capacitada para enfrentar os desafios do Brasil, e porque demarcou exatamente seu terreno político, o do "lulismo". De quebra, Dilma teve uma postura televisa muito boa, salvo um curto momento inicial, quando ainda não estava à vontade no debate.

Serra foi o pior de todos, porque saiu do debate do jeito que não queria: com FHC pendurado no pescoço, e com um perfil debatedor de político malandro, se esquivando o tempo todo de perguntas inconvenientes. Mas conseguiu escapar de um desastre.

Nos momentos em que fez críticas de oposição mais forte, Serra pintou um quadro muito pior do que a realidade. O brasileiro sabe que o governo Lula não resolveu todos os problemas do Brasil (e não teria como), mas o povo não vê as estradas, os portos, os aeroportos, e nem os correios, com o grau de catastrofismo que Serra desenhou. Pegou mal para Serra, soou falso, populista.

A presença de Marina, muito séria, concentrada, e pouco sorridente, acabou ajudando Dilma, pelo contraste, tirando dela a fama de ser uma candidata circunspecta.

A participação de Plínio de Arruda Sampaio (PSOL) foi muito positiva também, para ele próprio e para Dilma.

Apesar da forte oposição à Lula e Dilma, Plínio, sem compromisso com um pacto político viável pelos próximos quatro anos, foi um sacerdote pregando o socialismo de uma forma mais radical. O que foi muito bom para Dilma, ao colocá-la em uma posição mais ao centro perante setores conservadores, afastando-a do estigma que a imprensa demo-tucana fabrica, de que o governo dela seria controlado por "setores radicais" do PT.



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