segunda-feira, 26 de março de 2012

A voz dos muitos!

O rapaz falou, frente aos policiais, como se vê no vídeo, durante três minutos. Disse [aqui traduzido, na medida do possível e todas as correções são bem-vindas]:


“Acho que vocês também são gente, só que só sabem obedecer ordens. Que ideia mais estúpida é essa de nos tratar como se fôssemos bandidos? Por que vocês não acordam e largam essa vida fodida de vocês? Não entendo como é possível que um homem faça isso da própria vida. Eu, que sou um João ninguém, posso parar aqui e falar o que penso. Vocês, nem isso podem fazer. De onde tiraram a ideia de que nós algum dia desistiremos? Será que nunca passa pela cabeça de vocês que só um passo nos separa? Que é só resolver viver com mais dignidade e, pronto, vocês têm todo o direito de viver melhor, de serem mais felizes? Onde já se viu isso? As pessoas estavam se manifestando sossegadas. Vocês chegaram como doidos, prenderam gente, feriram gente. Que sentido tem isso? E agora? Estamos aqui, outra vez. De que adiantou aquela loucura toda de vocês? Estamos vivendo. E vocês aí, fazendo esse papel idiota, fodendo a vida de vocês. Estou falando com vocês, não porque tenha mais poder que vocês. Mas eu quero falar e falo. E vocês? Será que são tão idiotas que não percebem nem isso? Que eu não sou bandido? Vão com Deus. Beijos nas crianças.”
Dizia-se aqui na ocupação, que o nome dele é Daniel Murphy.
Tem nas mãos uma faixa do movimento Occupy Wall Street. Um segundo antes, estive conversando com ele. Estava sentado no meio fio. Disse que não dormia há 24 horas. Que foi preso duas vezes e espancado duas vezes, naquelas últimas 24 horas. Que saiu de casa para participar da Marcha “Eu sou Trayvon Martin” – que reuniu mais de um milhão de pessoas e converteu-se, no final, em reocupação de Union Square.

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