buscado no Gilson Sampaio
Via Jornal O Rebate
Laerte Braga
O
ex-presidente Luís Inácio Lula da Silva está no centro de uma campanha
desfechada pela mídia de mercado, partidos de oposição e elites
econômicas brasileiras e internacionais, numa tentativa de implicá-lo no
chamado "mensalão" e dessa maneira inviabilizar qualquer perspectiva de
volta ao poder nas eleições de 2014.
O próprio
Lula foi para o centro de tiro e se marcou como alvo. Acreditou ser
possível governar o Brasil com o apoio das elites, realizar reformas ao
sabor dos interesses das elites e garantir condições mínimas de
melhorias aos trabalhadores. Nem uma coisa e nem outra. Todo o rapapé
das elites se desmanchou com o resultado as eleições para a Prefeitura
de São Paulo, a mídia assestou seus canhões com mais intensidade e Lula é
o alvo principal dos setores mais retrógrados do Brasil.
A
idéia que o governo Lula tenha significado distribuição de renda e
ascensão social é bobagem. Só se distribuição de renda e ascensão social
incluirem apenas as classes médias e as elites. O caviar na cesta
básica dessa gente. Os lucros dos bancos nos oito anos de Lula foram
imorais. As concessões feitas a grupos internacionais e a política dúbia
de tentar desenvolver o impossível, um "capitalismo a brasileira",
terminaram em acordos de livre comércio nocivos ao País, sumiu o que
Lula chamava de Projeto Brasil.
Somos um País
manco, abrimos mão de avanços tecnológicos, Lula não reverteu nenhuma
das privatizações feitas pelo governo de FHC em setores estratégicos de
nossa economia e soberania e criou um novo tipo de coronelismo, o bolsa
família.
O programa que, inicialmente, se
prestaria a alavancar excluídos se transformou em cabo eleitoral nas
regiões mais pobres do País, a forma de administrar a miséria.
As
elites brasileiras (banqueiros, grandes empresários, latifundiários e
agora a chamada força ou bancada evangélica) são tacanhas, bisonhas. A
maior evolução que alcançaram foi comer de garfo e faca e perceber que
pratos têm utilidade à hora do almoço ou do jantar. No mais permanecem
na convicção que Pedro I é quem governa o Brasil e no sonho do império
dos lucros, da MONSANTO, da fé cega dos ingênuos.
Lula
acreditou que esses setores poderiam falar e andar ao mesmo tempo. Não
fazem nem uma coisa e nem outra. Grunhem, destroem florestas, entregam o
País, enxergam o trabalhador como escravo num feitio diferente.
Empresas
operadoras de telefonia móvel no Nordeste, por exemplo, recomendam a
seus funcionários em call centers que usem fraldão para não perder tempo
indo ao banheiro. Marco Aurélio Mello, ministro do STF, numa das
sessões que julgava o "mensalão", pediu ao presidente da Casa que
suspendesse os trabalhos, pois "estamos no limite de nossas necessidades
fisiológicas". Imagine os ministros da suprema corte usando fraldões.
É
alvo porque quer. Não cumpriu compromissos básicos de campanha, não
construiu ou formulou o tal Projeto Brasil e deixou como herdeira uma
presidente que vai privatizar sob a forma de "concessões" aeroportos e
portos, as portas de entrada do Brasil. Que quer sucatear os hospitais
universitários - essenciais à formação dos nossos futuros médicos - pela
terceirização no embuste de uma estatal pública de direito privado. São
apenas exemplos do neoliberalismo. Não moveu uma palha sequer para a
efetiva reconstrução dos serviços públicos com planos de cargos,
salários e carreiras, indispensáveis à materialização de direitos
básicos dos brasileiros.
De tão bisonhas e
tacanhas que são nossas elites acabam sendo incapazes de compreender que
o Estado ideal para o capitalismo prosperar com toda a sua barbárie
começou com o tucano FHC, se consolidou com o petista Lula e chega aos
píncaros com Dilma Roussef. A variação é de estilo, o controle acionário
não mudou.
Somos um País manco, sem futuro e
sem perspectivas que não as de nos tornarmos colônia de um novo REICH
dessa vez sob a égide dos EUA e de Israel.
Já
fincaram seus pés no Brasil nas políticas de equilibrista do
ex-presidente e a indústria automobilística é a nova musa, ou o novo
deus do mercado no governo de Dilma Roussef.
Lula se colocou como alvo e acabou sendo vítima de um ditado antigo que "esperto come esperto".
O que há é disputa de poder num mundo institucional falido.
O
futuro do ex-presidente vai depender de sua capacidade de desviar as
balas, porque mesmo tendo recebido os nomes dos políticos tucanos
envolvidos no "mensalão" de Furnas, o Procurador Geral da República vai
ficar quieto, assentado em cima da lista.
O alvo é Lula e o pato é o trabalhador brasileiro.
2 comentários:
Concordo na parte que diz "o pato é o trabalhador brasileiro"...
Quanto ao lula, é outra questão; se Ele nunca viu nada "palavras dele" o que faziam em seu Governo ...deixava à vontade roubarem ou desviarem o dinheiro público, dinheiro suado do Trabalhador...(?)
Caramba! Quem pode com tamanha displicência(?
E o que ele pregava antes de sr eleito? traiu o povo brasileiro; votei nele e "só decepção.
Abraços.
Abraços pra você também Mary.
Acho que em termos de roubalheira sempre existiu desde o descobrimento e creio que só nos deixaram em paz quando nada mais existir de precioso na natureza.
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