Para mim o principal "lance" da partida Brasil X Coréia do Norte foi o momento em que o jogador Jong Tae Se, japonês, naturalizado norte-coreano chorou ao ouvir o hino da Coréia do Norte.
Quando, rotineiramente, vemos jogadores brasileiros que sequer sabem cantar o hino, sabidamente difícil, mas não impossível para quem tem boa vontade, não ter sequer uma consciência de cidadania. A maioria vive em um mundo à parte, de contratos milionários e tietagem em geral, tendo uma formação rudimentar, para dizer o mínimo, e na maioria, sem o menor interesse em acrescentar cultura e educação em seus currículos. Visto que em sua maior parte, apesar de passarem anos em alguns países, sequer conseguem aprender o idioma nativo. Não por deficiência, óbvio, mas por puro desinteresse.
Contudo, não é objetivo deste artigo falar a respeito dos brasileiros, mas sim em falar em consciência de país, de pátria.
Só para deixar claro a opinião deste Blog, não consideramos uma Copa do Mundo de Futebol, uma guerra entre nações, mas sim um congrassamento esportivo.
Posto isto, chama a atenção a atitude do jogador norte-coreano.
Um japonês de nascimento, que cresceu neste país, uma nação capitalista, e particularmente falando, mais ocidentalizado país asiático.
Com todos os requisitos do capitalismo em si.O consumismo, a ânsia pelo sucesso, o ode ao individualismo. Tudo isto vemos nas novas gerações do pós-guerra, que foram e ainda são, influenciadas pelos Estados Unidos .
E exatamente ali, neste caldo cultural, que um jovem e bem sucedido jogador de futebol decide se naturalizar Norte-coreano.
Decide ser cidadão de um país criminalizado e satanizado pelo ocidente. Decide , como já declarou, viver nele, em breve.
Este homem, não quer as vitrines coloridas, as roupas da moda, os holofotes do sucesso. Tudo que tem por direito como jogador diferenciado de futebol.
Jong Tae Se deseja ser um norte-coreano.
Não conheço a Coréia do Norte. O pouco que recebo de informação vem dos "imparciais" meios de comunicação ocidentais.
Os mesmos que defenderam a invasão do Iraque porque teria armas de destruição em massa.
Os mesmos que odeiam Cuba, embora o país exiba índices de saúde e educação superiores aos próprios norte-americanos.
Não quero afirmar que a Coreia do Norte seja um ótimo país para se viver, porém, nem tampouco posso afirmar o contrário.
Não possuo informação confiável. Não conheço o país.
Tudo que vi foi um japonês nato, chorar emocionado com o hino do país que, em plena consciência dos seus atos, escolheu para si e para sua vida.
Tudo que vi, e me emocionei, foi ver um atleta em lágrimas, ao representar seu país adotivo.
E esta cena, meus amigos, diz a mim muito mais que os luminosos anúncios da felicidade eterna do capitalismo.
Original em: MIGUEL GRAZZIOTIN ON LINE
Fonte: Blogue do Itárcio
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