A morte de Bin Laden por uma força helitransportada de comandos dos EUA foi anunciada ao mundo pelo presidente norte-americano numa mensagem especial à Nação.
Pela sua apologia do terrorismo e os crimes cometidos pela organização por ele fundada e que durante anos trabalhou ao serviço do imperialismo, esse fanático saudita - cujo avô foi íntimo amigo da família Bush - inspirava um sentimento de repulsa à esmagadora maioria da humanidade.
Mas merece reflexão o facto de o dirigente da Al Qaeda ter sido guindado, antes mesmo do atentado do 11 de Setembro de 2001, a «inimigo numero 1 dos EUA». Pela primeira vez na História uma grande nação declarou guerra não a um Estado, mas a um indivíduo, definindo como objectivo prioritário a sua eliminação.
O objectivo foi finalmente atingido. Mas, na escalada de violência inseparável da frenética busca de Bin Laden, as forças armadas dos EUA invadiram e ocuparam o Afeganistão, tornando-se responsáveis ali pela morte de centenas de milhares de civis, bombardearam dezenas de aldeias do Paquistão e do Iémen, semearam a destruição em diferentes países islâmicos. Por si só, o facto de a acção militar que abateu Bin Laden (e um dos seus filhos) ter sido realizada no Paquistão é revelador do desrespeito que os EUA manifestam pela soberania dos povos.
Alias, para dissipar dúvidas sobre o fim do «inimigo numero 1», Washington apressou-se a difundir a macabra notícia de que o seu cadáver está em poder dos militares que realizaram com êxito a operação preparada com meses de antecedência.
Particularmente inquietante é a arrogante afirmação do presidente Obama de que os EUA conseguem sempre concretizar «aquilo que decidem fazer».
É oportuno lembrar que a nova estratégia da Nato, aprovada em Lisboa, proclama o direito de a organização, «em defesa da liberdade, da democracia, dos direitos humanos», intervir militarmente em qualquer lugar do planeta e de recorrer eventualmente ao uso de armas nucleares.
Não é surpreendente que na véspera da declaração de Obama anunciando a morte de Bin Laden a Nato tenha bombardeado em Tripoli mais uma residência de Khadafi, matando um dos seus filhos e três netos. O dirigente libio, que ali se encontrava, escapou ileso. Logo o comandante operacional da NATO, em comunicado de humor negro, informou que as suas forças, empenhadas numa «intervenção humanitária», somente atacam objectivos militares e não se propõem eliminar Khadafi.
Em Washington, os porta-vozes do sistema imperial multiplicam declarações optimistas. Para a maioria, a morte de Bin Laden tem o significado de um golpe demolidor no terrorismo, que antevêem «decapitado» sem o seu líder saudita.
É uma previsão que a Historia desmentirá.
Provavelmente, o terrorismo vai intensificar-se.
E a resistência contra a ocupação terrorista norte-americana no Iraque e no Afeganistão prosseguirá, não sendo minimamente afectada pela vitória dos EUA na guerra contra Bin Laden.
Pela sua apologia do terrorismo e os crimes cometidos pela organização por ele fundada e que durante anos trabalhou ao serviço do imperialismo, esse fanático saudita - cujo avô foi íntimo amigo da família Bush - inspirava um sentimento de repulsa à esmagadora maioria da humanidade.
Mas merece reflexão o facto de o dirigente da Al Qaeda ter sido guindado, antes mesmo do atentado do 11 de Setembro de 2001, a «inimigo numero 1 dos EUA». Pela primeira vez na História uma grande nação declarou guerra não a um Estado, mas a um indivíduo, definindo como objectivo prioritário a sua eliminação.
O objectivo foi finalmente atingido. Mas, na escalada de violência inseparável da frenética busca de Bin Laden, as forças armadas dos EUA invadiram e ocuparam o Afeganistão, tornando-se responsáveis ali pela morte de centenas de milhares de civis, bombardearam dezenas de aldeias do Paquistão e do Iémen, semearam a destruição em diferentes países islâmicos. Por si só, o facto de a acção militar que abateu Bin Laden (e um dos seus filhos) ter sido realizada no Paquistão é revelador do desrespeito que os EUA manifestam pela soberania dos povos.
Alias, para dissipar dúvidas sobre o fim do «inimigo numero 1», Washington apressou-se a difundir a macabra notícia de que o seu cadáver está em poder dos militares que realizaram com êxito a operação preparada com meses de antecedência.
Particularmente inquietante é a arrogante afirmação do presidente Obama de que os EUA conseguem sempre concretizar «aquilo que decidem fazer».
É oportuno lembrar que a nova estratégia da Nato, aprovada em Lisboa, proclama o direito de a organização, «em defesa da liberdade, da democracia, dos direitos humanos», intervir militarmente em qualquer lugar do planeta e de recorrer eventualmente ao uso de armas nucleares.
Não é surpreendente que na véspera da declaração de Obama anunciando a morte de Bin Laden a Nato tenha bombardeado em Tripoli mais uma residência de Khadafi, matando um dos seus filhos e três netos. O dirigente libio, que ali se encontrava, escapou ileso. Logo o comandante operacional da NATO, em comunicado de humor negro, informou que as suas forças, empenhadas numa «intervenção humanitária», somente atacam objectivos militares e não se propõem eliminar Khadafi.
Em Washington, os porta-vozes do sistema imperial multiplicam declarações optimistas. Para a maioria, a morte de Bin Laden tem o significado de um golpe demolidor no terrorismo, que antevêem «decapitado» sem o seu líder saudita.
É uma previsão que a Historia desmentirá.
Provavelmente, o terrorismo vai intensificar-se.
E a resistência contra a ocupação terrorista norte-americana no Iraque e no Afeganistão prosseguirá, não sendo minimamente afectada pela vitória dos EUA na guerra contra Bin Laden.
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