buscado no Gilson Sampaio
Via Hildegard Angel via facebook Flavia Leitão
O poder pode derivar de muitas forças. Jânio Quadros,
ao abrir mão do poder maior da República ou supostamente o maior poder,
referiu-se às “forças ocultas”. Até hoje não sabemos quais foram elas.
Hoje, porém, sabemos quais forças estiveram por trás do golpe militar de 1964. E a quem quiser se aprofundar recomendo o vídeo O dia que durou 21 anos que explica tudo em detalhes, sem deixar dúvida sobre dúvida.
A República repousa sobre três poderes: Executivo, Legislativo, Judiciário.
Há também o quarto poder, que muitos julgam até ser o primeiro de fato,
que é o da Mídia. Por todos os seus méritos, nada define melhor a
grande mídia no país do que as Organizações Globo,
concentradora de vários segmentos das comunicações, abrangendo as mídias
impressa, televisionada, internet, radiofonia etc. É um poder
excepcional.
No universo das comunicaçoes, aí
compreendendo imprensa, música, cinema, televisão, teatro, internet,
literatura, podemos mesmo dizer que há dois brasis. Aquele que está na
Globo e o que não está na Globo. Este último é o Brasil dos
profissionais de segunda classe, os de menor cotação no mercado.
Recentemente,
um articulista do sistema “global” comparou quem não escreve na mídia
impressa a sambista de segundo grupo. O poder lhe permite isso.
O quarto poder
permite tudo. Permite toda a forma de arrogância. Uma prepotência
embriagadora, etílica. Atitudes soberbas. Como a que levou, não faz
muito tempo, um conhecido autor de novela a, num concorrido evento
literário, destratar aos gritos um estimado crítico de cinema por
discordar de apenas uma frase de um artigo a seu respeito.
Nesse porre de poder, as pessoas perdem completamente o senso da realidade, do ridículo, da humanidade, da ética, da compostura.
Também
em outras atividades, esse desvario sobe à testa. Está muito em pauta
na atualidade discutir-se as transmissões do canal da TV Justiça.
Não são atores que as protagonizam. Não são personagens de ficção. São
pessoas reais. Um Poder que deveria me trazer conforto e confiança,
porém, me perturba, aflige. Me assusta.
E eu que pensei que não viveria novamente, neste país, cenários de silêncio amedrontado…
O último medo emblemático que guardo na memória foi o da atriz Dina Sfat, ao participar, em 1981, como entrevistadora do programa Canal Livre tendo o general Dilermando Monteiro na berlinda. Ela se manteve muda todo o tempo. Quando lhe pediram ao final que fizesse uma pergunta ao general, Dina disse apenas: “Eu tenho medo dos militares”. A frase de Dina virou História.
Caros
leitores, tenho, agora, como jornalista, reportadora de fatos,
observadora dos momentos brasileiros e vítima de alguns deles, a triste
missão de lhes informar que o meu medo voltou. E desta vez o medo que
sinto não é dos militares…
Dina Sfat tinha medo. E eu tenho uma má notícia para lhes dar: o medo de que falava Dina Sfat voltou!
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