buscado no Alfredo Braga
Os longos
tentáculos do Grande
Irmão em sua
escalada de abuso e desrespeito
Comentário
sobre o evanescente “anonimato” e os ingênuos “nicknames”
Tanto os provedores de acesso à internet, como os grandes motores de
busca, conhecem muito bem as suas preferências e de onde vêm, e
para onde vão, as mensagens e comentários que circulam na web.
Portanto, logicamente, nenhuma posição política, ou luta
ideológica que se utilize deste gênero de serviços de mídia,
evidentemente, nunca será “clandestina”, e tampouco qualquer
utente dessas redes de internet, por mais que se disfarce por trás
de nomes falsos, ou de elaborados pseudônimos, não logrará
permanecer razoavelmente “anônimo”. Para o Sistema, as suas
pegadas e os seus endereços, estão absolutamente claros e
indeléveis.
Há muitos anos que o “anonimato” tem sido essa descarada falácia
que só pode convencer os crédulos, ou os distraídos. Bastava abrir
uma conta-corrente em qualquer desses grandes bancos [SCR],
assinar uma dessas revistas abril, ou folhas, ou estadões, para que
os seus dados “sigilosos” já estivessem nas mãos de certas
entidades tentaculares que aqui não vale a pena citar. O Google, a
Microsoft, a Intel, e as outras multinacionais de informática e
internet, durantes estas últimas décadas, apenas se encarregaram de
completar e aperfeiçoar o serviço.
Portanto, não se espante se num simples consultório, ou escritório,
quando o seu nome for inserido em algum sistema, ou banco de dados,
aquele médico, ou aquele dentista, saiba imediatamente quem você é,
e quais são as suas posições políticas e ideológicas, doenças
familiares, obturações dentárias, e o que mais eventualmente lhes
interessar. E se algum desses dados ainda não constava do seu
prontuário, também não se espante, talvez ele se encarregue de o
atualizar com essas informações que você imaginava particulares,
sigilosas, ou protegidas.
Esse denso e movediço estado de medo, insegurança e paranóia, a
que todos somos submetidos, tanto nas ruas por onde precisamos andar,
a trabalho, ou diversão, quanto navegando pela web, é,
indubitavelmente, o resultado previsto e planejado de estratégias
para o estabelecimento de Estados policiais, nos quais, “sigilo”,
“privacidade”, “liberdade”, “cidadania”, são palavras
despojadas de seus significados e conceitos originais, para se
transformarem em palavras-talismã, como “terrorismo”, “racismo”,
“holocausto”. Ainda há alguém que duvide que se o Sistema
realmente quisesse acabar com esta escalada da violência urbana e
golpes pela internet, isso já não teria sido levado a cabo e
resolvido em alguns poucos meses?
RIC: Registro único Civil, é o novo documento que substituirá o
nosso RG.
Previsto para estar disponível em 2010, o novo documento brasileiro em formato de um cartao de crédito inclui um chip que integra todos os documentos nacionais, como CPF, carteira de habilitacao, título de eleitor e outras informacoes pessoais, como cor dos olhos e altura.
Com a tecnologia aplicada, estaríamos com um dos mais modernos documento de identidade do mundo.
Previsto para estar disponível em 2010, o novo documento brasileiro em formato de um cartao de crédito inclui um chip que integra todos os documentos nacionais, como CPF, carteira de habilitacao, título de eleitor e outras informacoes pessoais, como cor dos olhos e altura.
Com a tecnologia aplicada, estaríamos com um dos mais modernos documento de identidade do mundo.
O Panópticum1 eletrônico já sabe
quem somos, e não será um ineficaz e simplório “nickname” que
irá nos proteger da prepotência e insolência do cínico opressor.
Mas o medo, essa espécie de retração, ou encolhimento assustadiço,
só interessa ao indecente Grande
Irmão e seus tentáculos e ferramentas de opressão.2
Disse Gandhi àqueles que ainda relutavam a se juntar à Marcha do
Sal:
NOTAS:
1
FOUCAULT, Michel. Vigiar e punir, Editora Vozes, São Paulo, 1987.
2
ORWELL, George. 1984, Companhia das Letras, São Paulo, 2009.
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