segunda-feira, 25 de fevereiro de 2013

Tratado Geral dos Chatos


buscado no Bar do Bulga
 
Tempos atrás descobri num sebo o “Tratado Geral dos Chatos” escrito pelo Guilherme Figueiredo, irmão do João Batista Figueiredo, aquele cara que foi presidente da república. Nunca mais vi o livro, mas graças à internet recuperei algumas pérolas. Veja em que categoria de chato você se enquadra.
Hamletianos:
Desastrados bem-intencionados. O autor se inspirou no personagem de Shakespeare que assassinou seu empregado Polônio sem querer, levou a bela Ofélia à loucura sem intenção e acabou matando todos os amigos e a própria mãe. Mas não foi por mal.



Catalítico:
Aqueles que não precisam fazer nada para serem chatos. Sua simples presença basta. Mesmo sem se moverem ou falarem, emitem partículas de chatice que giram ao seu redor, os chamados anéis de Chaturno.

Vivissectólogos:
Aqueles que não conseguem contar um caso sem fazer uma digressão, sem voltar atrás, sem entremear uma história com outra. Para falar de uma salada de frango, têm que mencionar o nome do dono da granja.

Tartufoclocos:
Instalam-se na casa alheia. Exemplos: parentes do interior, cunhados, sogras e amigos de infância. Inspirado em dois personagens inconvenientes da história do teatro, Tartufo, de Molière, e Clo-Clo, de Marcel Achard.

Postulantes:
Os que têm sempre uma encomenda a fazer, seja uma peça para o computador ("Já que você vai mesmo a Nova York") , seja um cigarro para fumar depois.

Ofertantes:
Aparentemente, são o oposto da categoria acima. Dizem sempre "Você manda, não pede", e "Disponha sempre!" Mas depois emendam "Isso eu não posso fazer. Quem sabe numa próxima?"

Catequéticos:
Os que tentam nos catequizar. O tempo todo querem converter-nos à sua religião, ao seu partido, ao seu time de futebol, ao seu esporte preferido.

Pirotécnicos:
Identificáveis por expressões do tipo: "Como vai essa força?!" Dão muitos abraços, tapas nas costas e usam pontos de exclamação em toda as frases!

Artesanais:
Estão sempre dispostos a consertar qualquer coisa, sejam lâmpadas, isqueiros, relógios ou computadores. Irritantemente habilidosos.

Faisões:
Usuários compulsivos do pronome "eu". Só sabem falar de si mesmos.

Confidenciais:
Os que pensam saber as notícias de primeira mão. Geralmente seguram você pela ombro e contam coisas óbvias, que todo mundo já sabe.

Otelos:
Têm ciúme em excesso, e não só do cônjuge, mas também dos amigos. Ficam ofendidos quando não são chamados para um almoço ou um cinema, mesmo que não pudessem ir.

Dom-juanescos:
Paqueradores compulsivos, costumam se gabar de suas conquistas com os amigos

Iagos:
São invejosos e escolhem uma vítima - escritor, músico ou político - para alvo permanente. Muitos críticos profissionais pertencem a esta categoria.

Sursumcordistas:
Fazem promessas. Invariavelmente otimistas, dizem coisas como "A coisa vai melhorar".

Gratitudinenses:
Sempre lembram que você lhes deve algo. Suas frases típicas são "Troquei muito a sua fralda" e "Ajudei muito o seu pai quando ele estava em dificuldade". O duro é quando o gratitudinense é também postulante.

Logotécnicos:
São os que gostam de falar palavras difíceis, termos técnicos ou trocadilhos.Como você deve ter percebido por essa classificação, é nesta categoria que se enquadra o autor do livro, embora ele mesmo não soubesse disso.

Interchatos
Essa é por conta do Bar do Bulga. São os que se utilizam da internet para fazer uso de sua chatice. Quer coisa pior do que receber aqueles trabalhos em powerpoint, cheios de imagens de gosto duvidoso, com texto de terceira categoria e com uma musiquinha brega no fundo, tentando nos dar lição religiosa, de moral ou de chatice?



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