"Grândola, Vila Morena" é a canção composta e cantada por Zeca Afonso que foi escolhida pelo Movimento das Forças Armadas (MFA) para servir de sinal para o início das moblizações das tropas que deram início à da Revolução dos Cravos em Portugal. A canção refere-se à fraternidade entre as pessoas de Grândola, na região de Alentejo, e teria sido banida pelo regime salazarista como uma música associada ao Comunismo. Às zero horas e vinte minutos do dia 25 de abril de 1974, a canção era transmitida na Rádio Renascença, a emissora católica portuguesa, como sinal para confirmar as operações da revolução.
"Fado Tropical" foi composta em 1973, portanto, antes da Revolução dos Cravos por Chico Buarque e Ruy Guerra. Faz parte da peça de teatro Calabar. Acabou sendo censurada, apesar de não ser explicitamente um música de protesto. Posteriormente, houve a introdução dos versos do p "Sabe, no fundo eu sou um sentimental. Todos nós herdamos no sangue lusitano uma boa dosagem de lirismo ( além da sífilis, é claro). Mesmo quando as minhas mãos estão ocupadas em torturar, esganar, trucidar, o meu coração fecha os olhos e sinceramente chora...". Com a Revolução dos Cravos e mais uma coincidência, “Te deixo consternado/No primeiro abril”, a música que já estava proibida ficou mais proibida ainda, como disse Chico Buarque.
"Tanto Mar" de Chico Buarque de Holanda.A primeira versão de 1975 só foi liberada em Portugal. No Brasil, que vivia os anos mais duros do regime militar, a letra foi censurada. É uma clara saudação à Revolução dos Cravos. Somente em 1978, a versão original foi liberada no Brasil, no início do processo de abertura política , mas a Revolução dos Cravos já deixara de ser o que era inicialmente e Chico sentiu-se na obrigação de mudar a letra, que passou a ter uma nova versão, conforme ele diz no segundo vídeo.
1ª versão:
2ª versão
"Brumas do Futuro" é uma música de Pedro Ayres Magalhães em homenagem à Revolução dos Cravos e que foi tema do filme “Capitães de Abril”, de Maria de Medeiros, ficando conhecida na versão do Grupo Madre Deus.
Sim, foi assim que a minha mão
Surgiu de entre o silêncio obscuro
E com cuidado, guardou lugar
À flor da Primavera e a tudo
Manhã de Abril
E um gesto puro
Coincidiu com a multidão
Que tudo esperava e descobriu
Que a razão de um povo inteiro
Leva tempo a construir
Ficámos nós Só a pensar Se o gesto fora bem seguro
Ficámos nós A hesitar
Por entre as brumas do futuro
A outra acção prudente
Que termo dava
À solidão da gente
Que deseperava
Na calada e fria noite
De uma terra inconsolável
Adormeci
Com a sensação
Que tinhamos mudado o mundo
Na madrugada
A multidão
Gritava os sonhos mais profundos
Mas além disso
Um outro breve início
Deixou palavras de ordem
Nos muros da cidade
Quebrando as leis do medo
Foi mostrando os caminhos
E a cada um a voz
Que a voz de cada era
A sua voz
A sua voz
Surgiu de entre o silêncio obscuro
E com cuidado, guardou lugar
À flor da Primavera e a tudo
Manhã de Abril
E um gesto puro
Coincidiu com a multidão
Que tudo esperava e descobriu
Que a razão de um povo inteiro
Leva tempo a construir
Ficámos nós Só a pensar Se o gesto fora bem seguro
Ficámos nós A hesitar
Por entre as brumas do futuro
A outra acção prudente
Que termo dava
À solidão da gente
Que deseperava
Na calada e fria noite
De uma terra inconsolável
Adormeci
Com a sensação
Que tinhamos mudado o mundo
Na madrugada
A multidão
Gritava os sonhos mais profundos
Mas além disso
Um outro breve início
Deixou palavras de ordem
Nos muros da cidade
Quebrando as leis do medo
Foi mostrando os caminhos
E a cada um a voz
Que a voz de cada era
A sua voz
A sua voz
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