Neste texto Anne McClintock descreve-nos as manobras políticas e mediáticas para ilibar a BP, principal fornecedora de petróleo do Pentágono, e condenar o petróleo pelo desastre ecológico que varre centenas de quilómetros da costa norte-americana. A mentira de Obama «… as torres petrolíferas geralmente não provocam derrames» é facilmente demonstrável. Na verdade, «só no devastado delta do Níger, onde as companhias petrolíferas têm operado fora da lei e o escritor activista Ken Saro Wiwa foi executado por a isso se opor, derramou-se em cada ano mais petróleo do que aquele que se está a derramar agora no Golfo. Mas, quem se importa? Estes derrames ocorrem lentamente, todos os dias, mas longe, fora da pompa da sensacionalista imprensa norte-americana, escapando aos noticiários dos horários nobres».
A perda constante de petróleo no Golfo transformou-se numa guerra permanente. Uma calamidade de enorme magnitude e ao mesmo tempo uma estranha militarização do conflito, que transformou a linguagem desta crise em linguagem de guerra.
A linguagem de guerra sai da boca dos funcionários locais, da televisão, dos guardas costeiros e dos jornalistas. Numa campanha frenética para proteger a Louisiana, o governador Bobby Jindal exorta as câmaras de televisão: «Precisamos saber que isto é uma guerra… uma guerra para salvar Louisiana… uma guerra para proteger o nosso estilo de vida».
Billy Nungesser, infatigável presidente da congregação Plaquemines, implora a quem o queira ouvir: «Combateremos nesta guerra… perseveraremos para ganhar esta guerra».
Para James Carville, estratega do Partido Democrata em Regin Cajun: «Isto é literalmente uma guerra… é uma invasão…é preciso que alguém diga : Temos que combater nas praias»…
O general na reserva Russell Honore, testemunha do desastre de Katrina, insiste: «Temos que agir como se isto fosse a Terceira Guerra Mundial. Tratar isto como se fosse uma invasão… o mesmo que decidimos sobre os terroristas. Temos que encontrar o petróleo e matá-lo».
Encontrar o petróleo e matá-lo? Esta linguagem é estranha, falar de guerra e matar o petróleo. Mesmo o Presidente Obama tratou de incendiar a nação invocando o 11 de Setembro, descrevendo o dano como uma invasão, um estado de sítio, um ataque terrorista. A militarização do desastre converteu-se numa regra invisível, a tal ponto que é difícil ver o inapropriado e perigoso que é actualmente esta analogia de guerra.
Visite o site da BP (uma das experiências mais surrealistas da internet, do tipo Alice através do espelho) e verá a palavra «matar» - palavra favorita falsamente técnica - que surge como um encantamento ritual. «Matar o poço, matar o dano, matar o petróleo» que se junta a «matar o lamaçal (o lamaçal que vai matar o dano) e matar as linhas» (as linhas que se seguem às tubagens que matam o dano). Toda esta linguagem de matar tem um aspecto, um tom de que sabemos o que fazemos, mas quando se acumula começa a parecer estranho, termina no «tiro do lixo» - o estranho tiro de borrachas e pelotas de golfe que a BP lançou ao dano para «matá-lo» - como se atirando-lhe lixo expiatório, suficiente das nossas actividades empapadas em óleo negro, ao lodaçal do deus petróleo, tivéssemos podido evitar que continuasse a cuspir morte.
Estão, ocorrendo aqui demasiados «assassínios verbais» e, efectivamente, o Golfo parece estar a sangrar: uma caótica e enorme mancha vermelha-alaranjada estendendo-se até ao horizonte. Sessenta e três dias e ainda a contar, e a erupção de petróleo sangra imparável para além dos 100.000 barris ( o cálculo secreto original da BP) passando dos mais de 400.000 barris…Na realidade não temos nenhuma ideia de quanto. Neste verão nosso de contas mágicas.
Na CNN, Wolf Blitzer olha para o horizonte cinzento e declara: «Parece uma campanha militar e …pesadas cargas de areia em helicópteros levadas para as linhas da frente da batalha contra o petróleo». Eu olho, mas não me parece uma campanha militar. Claro, alguns helicópteros Blackhawks e Chinooks lançam bolsas de areia para um mar amarelento-café, sobrevoado por umas tantas desventuradas gaivotas, todavia não é uma frente de batalha. Isto é, de facto, tão diferente de uma guerra como alguém possa imaginar. Os terrenos pantanosos de Louisiana bebem tranquilamente o transpirado café; quem saberá de onde se movem com esforço os pássaros sob o lento abraço do petróleo, os golfinhos olhando com as bocas abertas nas praias; uma baleia morta é arrastada para a praia. Não, isto não é uma guerra. Só uma tremenda falta de imaginação é capaz de ver isto como uma Guerra.
Então, porque chamam guerra a esta calamidade e porque é importante que o façam?
Chamar ao petróleo «o inimigo» ajuda-nos a não perguntar quem é o culpado em primeiro lugar. Chamar à resposta uma «frente de batalha» ajuda-nos a não perguntar quem, para além dos militares, deveria estar na função. Chamar ao derrame uma «invasão» permite-nos não ver que a nossa cultura global de militarização é que nos trouxe a este desastre em primeiro lugar. Chamar ao derrame «guerra» apenas alimenta a militarização dominante que produziu a crise. E, por último, considerar «inimigo» o petróleo é não admitir em que medida nós, os consumidores, ao acordar o petróleo de seu milenário sono para alimentar as nossas vidas dependentes dele, somos os maiores cúmplices de tudo.
Uma circularidade profética toma forma enquanto o derrame é tratado nos mesmos termos que o produziram: os termos da guerra. Mais importante ainda, militarizar a catástrofe como se fosse uma guerra converte-se numa forma de encobrir que o ambiente é uma catástrofe da guerra.
Funciona aqui, nesta linguagem militar, uma alquimia inquietante. «Jindal declarou a guerra!» grita o Florida Pundit. Mas a quem declarou guerra o governador Jindal? À BP, criminalmente irresponsável? Ao governo de Obama por não ter feito nada? À cada vez mais invisível mas culpada Halliburton? (onde está Halliburton há sofrimento). O Sunday Herald rogou ao Congresso que não culpe a BP: «O inimigo é o petróleo, não a BP». O almirante Allen descreveu o petróleo como «um inimigo insidioso que continua a atacar em lugares diferentes». Vistos através do prisma da guerra, o petróleo e a natureza são o inimigo, porque se alargaram muito para além do nosso controlo. Adoptar uma postura de guerra contra a natureza não é nada de novo. Um discurso longo e constituído por «conquistar a selva, o selvagem» está à vista para justificar o nosso assalto rapace sobre as formas de vida que nos rodeiam. Perfura, querido, perfura. Então, quando tudo se torna horrorosamente equivocado, mata, querido, mata.
E, com tudo a parecer simplesmente metafórico, chega Rush Limbaugh, e para ele a maldita explosão na torre não foi simplesmente uma metáfora mas um acto real de guerra. Limbaugh disse que a torre foi provavelmente atacada por um «governo estrangeiro», com culpados que vão desde «terroristas muçulmanos a chineses vermelhos, Venezuela, e até mais longe». Michael Savage começou ao mesmo tempo a vender a mesma história, mas incluindo a Coreia do Norte por trás do «ataque». Qualquer que seja o seu terrorista favorito redunda na guerra. A linguagem de guerra de Limbaugh, Savage e companhia seria irrisória se não viesse a convergir-se com a militarização geral do derrame. O senador Bill Nelson (Democrata por Florida) anda a pedir aos militares que tomem medidas. Mas, qual é a parte da experiência e conhecimento militar, pergunto eu, que faz com que Nelson acredite que as forças armadas possam deter o petróleo que se estende sobre o leito do oceano, ou que tomem medidas para dar uma resposta completa? Por acaso temos capacidade militar para fazê-lo em primeiro lugar? Claro que temos. Podemos enviar um predador e apontar ao derrame um míssil vaporizador de petróleo, premir o botão «se sonhámos o suficiente» e depressa funciona na perfeição.
Uma ironia dolorosa torna-se óbvia: não podemos enviar o exército porque este já está disperso ao máximo combatendo em duas guerras ruinosas no estrangeiro, ambas precisamente para nos assegurar o petróleo necessário para lubrificar o nosso esbanjador estilo de vida e manter as nossas forças militares globalmente móveis. Contudo, os militares que apenas podem manejar essas guerras no estrangeiro, muito menos podem lidar com as catástrofes que sofre o ambiente em casa - espalhadas a tal ponto que os soldados ao voltar para casa, afectados por stress pós-traumática tão severa que se suicidam à média de dezoito por dia.
Envolver a catástrofe na linguagem da guerra tapa o buraco político no coração desta limpeza, a falha sistémica da administração para regular a BP, Halliburton e o resto antes da explosão, se corresponde com a sua incrível impotência posterior a esta. Estamos no segundo mês e contudo Nungesser anda a pedir para saber quem manda. Até o almirante Thad Alleen disse aos jornalistas: «Empurrar a BP para fora daria lugar à pergunta: substituí-los com quê?» As agências civis fortes e responsáveis que deveriam responder nestes casos estão desentranhadas há dezenas de anos por falta de regulação - que é o que pretende a extrema-direita. As exigências dos Republicanos já passaram de «limitar» a «desmantelar» o governo, favorecendo um sistema implementado e vigiado pelos mesmos barões vorazes da energia e das finanças que causaram esta crise em primeiro lugar.
Num mundo onde há uma promíscua falta de regulação, as petrolíferas gigantes como a BP correm riscos obscenos e destroem com lucros que não sonharam. BP, a terceira petrolífera do mundo, tem lucros anuais de 14.000 milhões de dólares; no ano passado ganhou 17.000 milhões e já leva 9.000 milhões nos primeiros quatro meses deste ano. O Executivo Oficial Corporativo da BP, anterior a Tony Hayward, Lorde John Browne (com um ordenado de 11 milhões anuais - o executivo mais bem pago do Reino Unido) era tão viciado nos lucros que cortou os custos de segurança à esquerda e à direita. A BP é famosa por estar entre os maiores violadores de segurança à escala global. No ano passado, segundo a OSHA, a BP acumulou mais de 700 violações. O plano do Grupo de Respostas a um Derrame no Golfo foi tão improvisado que chegou ao ponto de falar de morsas e lontras, apesar de nenhuma destas espécies viver no Golfo. Os lucros petrolíferos da companhia são tão grandes que quando as companhias são multadas por derrames, as multas frequentemente equivalem a uns dias dos lucros anuais. As multas à Exxon Valdes foram reduzidas pelo juiz Robert do Tribunal Supremo, passando de 5.000 milhões a 500 milhões de dólares e nenhum dos empregados da empresa viu alguma vez uma cela por dentro. Então, para quê preocuparem-se com regulamentos de segurança? E quando os regulamentos de segurança são violados sistematicamente, pois bem, acontecem coisas, como, por exemplo, um oceano morto.
E quando estas coisas acontecem, que fazemos? Quem é o responsável? O governador Jindal grita de novo: «Isto é uma guerra. Temos que nos adaptar». O problema é que há muito pouco para nos adaptarmos; espumadeiras, sacos de areia, pás, barcas antigas com aspiradores improvisados para absorver o oceano que se está a tornar negro. Na televisão, vejo homens vestidos de branco, com um pequeno aspirador na mão, a enfrentar o enorme derrame de petróleo. Alguns, ridicularizam, e chamam a isto, «engenharia de Cajun». Um absurdo terrível.
A indústria petrolífera, selvaticamente desregulada, está dirigida para os lucros em tal grau que não tem havido nenhum Republicano ou Democrata interessado em desenvolver qualquer tecnologia para limpar derrames nos últimos 40 anos. Ou desde o desastre de Santa Barbara em 1969, quando todos usávamos máquinas de escrever. A indústria do petróleo tem uma fabulosa tecnologia para perfurar a profundidade de ciência-ficção, a profundidades de Júlio Verne, contudo usa métodos antiquados - troantes, esteiras molhadas e pás para limpar. Espumadeiras pouco efectivas voltam à margem do mar, carregando uns 10% de petróleo e uns 90% de água. As máquinas de Kevin Costner, que iriam salvar o dia, não estão ainda em acção. Os troantes enredam-se com cada rajada e trazem da costa pouco ou nada. Olho, enquanto os homens movem as suas esfregonas no suado café.
Onde está tecnologia limpa da «R&D»? Enquanto escrevo isto digo a mim própria: posso ligar o meu ipod e após uns segundos trazer do espaço um livro invisível que avança pelos céus estrelados sem que o vejamos, para se materializar magicamente em páginas entre os meus dedos. Podemos fazer esta incrível façanha mas não avançamos tecnicamente na tarefa de recolher o petróleo que derramamos incessantemente? Porquê?
Não é como se não houvesse derrames suficientes como para aplicar dinheiro da «R&D». A incrível falsidade do que disse Obama em Abril - «que as torres petrolíferas geralmente não provocam derrames» - dificilmente se pode concordar. De facto, derramou-se no mundo, em cada sete meses, tanto petróleo como aquele que se derramou na Exxon Valdes. Só no devastado delta do Níger, onde as companhias petrolíferas têm operado fora da lei e o escritor activista Ken Saro Wiwa foi executado por a isso se opor, derramou-se em cada ano mais petróleo do que aquele que se está a derramar agora no Golfo. Mas, quem se importa? Estes derrames ocorrem lentamente, todos os dias, mas longe, fora da pompa da sensacionalista imprensa norte-americana, escapando aos noticiários dos horários nobres. Por isso, Doug Suttels, o chefe da BP, pôde mentir a Tom Costelo da NBC, dizendo que a BP não desenvolveu tecnologia para remediar derrames porque «há muito poucos derrames». Por isso, quando um engenheiro da BP avisou que a «Deep Horizon» era uma «torre de pesadelo», outro responsável da BP lhe respondeu electronicamente dizendo: «A quem é que isso interessa? Está feito…Estamos bem».
Não estamos bem, mas talvez chamando «guerra» a isto lidamos com os sentimentos de impotência, dando-lhes forma simbólica familiar ao caos desconhecido. Talvez a militarização do medo tome uma forma violenta, tranquilizadora. Certamente, nós, os norte-americanos somos particularmente propensos a evidenciar uma linguagem de guerra nas crises sociais. Pretendemos combater uma guerra sobre muitas coisas que não se assemelham a lutas; fazemos a guerra às drogas, ao crime, à pobreza, à sida, a guerra permanente ao terror, e agora fazemos a guerra ao petróleo. A militarização da nossa cultura tornou-se tão dominante que cada crise do capitalismo neoliberal que chega se vê como a próxima guerra.
Pronto, durante o derrame, a militarização do Golfo estendeu-se até aos jornalistas, uma aliança de múltiplas formas entre os empreiteiros da BP e a Guarda Costeira, evitando que cobrissem o desastre com desculpas de que o Golfo era uma zona de guerra. Depois dos protestos, o almirante Allen garantiu à imprensa que teria «acesso sem inibições», contudo os bloqueios só aumentaram - autorizações para sobrevoar a área foram revogadas, fotografias das praias públicas foram proibidas e os trabalhadores que limpavam foram silenciados. Os membros da Guarda Nacional, incluindo a CNN, impediram que se filmassem as aves afectadas. À pergunta porque era assim, o presidente Obama, que baseara a sua campanha com a promessa de transparência, unia-se secretamente à BP com o bloqueio à imprensa, impedindo até o New York Times de sobrevoar o «Ponto Zero». Seria uma referência militar sobre um desastre industrial? Um oficial da Guarda Costeira referiu-se a um jornalista como «imprensa incrustada». Incrustada exactamente em quê?
Toda esta linguagem de guerra seria entendida, mesmo defensável, se não fosse fatalmente circular, um círculo vicioso. A BP não estaria a perfurar no Golfo (a uma profundidade maior daquela de que é competente para perfurar) a não ser pela relação única de lucro que tem com a máquina de guerra dos Estados Unidos. O Departamento de Defesa (DD) dos EUA compra mais petróleo do que qualquer outra entidade do planeta. A protecção do petróleo estrangeiro é tão pouco questionada que até o Secretário Gates do DD advertiu sobre a crescente militarização da política externa do país. E, a alimentar esta militarização está o Pentágono que utiliza 75% do petróleo comprado pelo DD - para os seus aviões, bombardeiros, zângãos, tanques e «humvees». Para continuar a comprar este petróleo os militares têm que continuar a proteger os nossos interesses petrolíferos regionais, dois terços dos quais estão agora em zonas propícias a conflitos. As bases militares dos EUA no Iraque e no Afeganistão consomem o número incrível de 342 milhões de litros de petróleo por mês. E o DD continua a expandir-se e isso significa comprar mais petróleo.
Petróleo de quem? Em 2008, a BP foi o maior fornecedor do Pentágono - com contratos de 2.200 milhões de dólares. O DD tem uma antiga relação comercial multimilionária com a BP que, diz, não tenciona terminar, principalmente agora depois do desastre do Golfo. E, apesar de ter conhecimento de que a BP acumulou até 97% de todas as violações flagrantes à segurança. Em 2005, o DD pagou 1.500 milhões de dólares à BP. De facto, 16% dos lucros da BP do ano passado resultaram unicamente das suas vendas ao Pentágono.
Tendo isto tudo em conta, faríamos bem em recordar que a militarização é a causa número um da destruição do ambiente no mundo, e que as facilidades militares de produção, isentas de restrições ambientais, são os lugares mais devastados ecologicamente que existem na Terra. Nós perfuramos, nós derramamos, a natureza paga a factura.
Culpar a BP, significa que não temos que admitir a nossa cumplicidade enquanto consumidores, na lenta matança química que temos desencadeado sobre o planeta. Culpar a BP significa que não temos que olhar seriamente para o espelho retrovisor dos carros que conduzimos, ou muito profundamente nas garrafas de plástico que bebemos. No ano passado nós, os norte-americanos, bebemos suficientes garrafas de água de plástico que davam para as estender em redor do mundo 190 vezes. Culpar a BP significa que não temos que admitir que a nossa adição ao petróleo tem a política estrangeira dos EUA escrava de «petrodéspotas» e oligarcas.
A BP não estaria a perfurar no Golfo, em primeiro lugar, se não estivesse a receber ímpios e monstruosos lucros graças à luxuosa ingestão de petróleo que está tirando. Cidadãos de uma nação que tem apertado o pedal da gasolina até tocar no metal, nós, os que o consumimos, somos especialmente cúmplices do nosso estilo de vida esbanjador que devora 30% das matérias-primas utilizadas por ano em todo o mundo. Nós alimentamos os nossos veículos, camiões, aviões, helicópteros, gigantescos centros comerciais e bases militares com 25% de todo o petróleo da Terra. Cada um de nós, que conduz, um, dois, três automóveis, é cúmplice.
Cada um de nós que visita centros comerciais artificialmente mantidos a temperaturas tropicais no inverno é cúmplice.
Todos somos cúmplices desta calamidade.
Todos somos BP.
* Anne McClintock, escritora, foi Professora na Universidade de Columbia e na Universidade de Nova Iorque
Este texto foi publicado em www.counterpunch.org/mcclintock06242010.html
Tradução de João Manuel Pinheiro
Copiado de ODiario.info
2 comentários:
Excelente texto. é profundamente lamentável e revoltante a forma como o governo norte-americano e a própria BP reagem a uma catástrofe cujas dimensões ainda não temos conhecimento ao certo. Acho que essa forma de tratar o derrame como se fosse uma guerra é uma consequência lógica de um país que vive de e para a guerra.Eles nem sequer se importam com as consequências para os seus próprios cidadãos. Para os EUA tudo se resume a fins militares e quando se trata de responsabilizar os verdadeiros culpados, toca a arranjar desculpas. Achei "piada" quando a autora falou de terroristas, Venezuela e Coreia do Norte. Seria o cumulo se os EUA culpassem formalmente esses países e supostos terroristas pelo desastre do Golfo. Os verdadeiros terroristas foram a BP pela sua ganancia e avidez de dinheiro e o governo que encobriu os verdadeiros factos.
Mas tb é certo que todos somos culpados, porque todos consumidos petróleo, aliás demasiado petróleo...
Obrigado Athena.
Seus comentário são inteligentes e importantes.
Abraços
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