quarta-feira, 20 de julho de 2011

Biografia mostra o Jango que a ditadura fez sumir

Sanguessugado do Tijolaço


Vale a pena ler o post de Paulo Henrique Amorim sobre o livro “João Goulart, uma Biografia”, recém-lançado pelo historiador Jorge Ferreira, da Universidade Federal Fluminense, um dos melhores e mais atentos estudiosos do trabalhismo. Ainda não li e assim que o fizer, a obra vai ser comentada aqui.
Pelo que narra Amorim, o livro promete.
Por enquanto, transcrevo um trecho da entrevista de Jorge Ferreira ao caderno Ilustrada, da Folha de S. Paulo:
Qualquer personagem político pode ser chamado de populista, basta não gostar dele. Populista é sempre o outro, o adversário, aquele de quem você não gosta.
Não se trata de um conceito teórico, mas de uma desqualificação política. Eu prefiro nomear os personagens assim como eram chamados na época: Jango era trabalhista, Lacerda, udenista, e Prestes, comunista.
(…)
O governo Goulart foi o auge do projeto trabalhista, que começou com as políticas públicas dos anos 1930, em época de autoritarismo. Mas que se democratizou, se modernizou e se esquerdizou a partir da segunda metade dos anos 1950.
Seus elementos fundamentais foram o nacionalismo, o estatismo, o desenvolvimentismo, a intervenção do Estado na economia e nas relações entre patrões e assalariados, a manutenção e a ampliação dos benefícios sociais aos trabalhadores, a reforma agrária e a liderança política partidária de grande expressão. Creio que muitas dessas tradições inventadas pelos trabalhistas ainda estão presentes entre as esquerdas brasileiras.
João Goulart é, talvez, uma das figuras mais injustiçada e esquecidas da história brasileira. O trabalho de Ferreira, certamente, é uma luz que sua história e seu papel merecem receber. E quem pensa o Brasil precisa conhecer.

Buscado no Gilson Sampaio

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