domingo, 3 de julho de 2011

The bubble

Um filme que muda conceitos: The Bubble

Acabei de rever ao filme “The Babble”do diretor Eytan Fox . Confesso q a inspiração para rever o filme foi todo o contexto mundial atual e a própria situação da Palestina que nunca melhora só piora. Parece que não há esperanças frente à dominação econômica, cultural e bélica de Israel(EUA). Hoje chateada com o que li no jornal sobre a resolução da ONU em realizar sanções contra o Irã. E não parei de me perguntar por não impor sanções a Israel? Por que? Tanta barbárie aprovada pela ONU. Bem, voltando ao filme, ele não é necessariamente um filme político, mas conta a historia de 4 jovens, três israelenses e um palestino ( se bem q não deveria haver esta segregação na nacionalidade, mas...isso seria outra discussão. ) The bubble conta a historia de três amigos q vivem em Tel Aviv ( alienados dos conflitos políticos, até conhecerem Ashraf– um palestino q muda o curso da história de todos os personagens) com sonhos e a busca do amor. Neste caso bem peculiar, pois os protagonistas ( Noam e Ashraf)do filme são homossexuais.


O Filme

A primeira cena do filme já choca pela agressão. É uma tomada aberta em um Posto de Controle ( tipo um posto policial que existe para verificar, fiscalizar e humilhar palestinos), focando uma fila de palestinos com caras tristes, cansadas e indignadas, sendo obrigados a abrirem as malas, bolsas e até tirarem as suas roupas para a vistoria. Um dos soldados do Posto é Noam.

Noam conhece Ashraf nesta batida "policial". Eles se olham e a atração é inevitável, como se o amor sempre estivesse presente entre os dois. A cena seguinte é de uma mulher parindo na revista, a demora do socorro, denunciando toda a situação precária em que vivem os palestinos, sem direitos básicos: como saúde, educação e dignidade. O bebê nasce morto devido a demora no socorro médico e o fato provoca uma pequena manifestação dos palestinos, a qual logo é contida pelos soldados israelenses com tiros para cima demonstrando sua dominação bélica e tentando colocar os Palestinos em seu lugar. No caso em questão: Não ha lugar. E entre esse tumulto nasce o amor. Um amor impossível: entre dois homens, numa região conflituosa e cheia de preconceitos. Amor entre um israelense e um palestino. Troca de olhares para o nascimento do amor.

A cenas seguintes são do Noam retornando a Tel Aviv mostrando takes abertos de uma cidade moderna, rica constratando com periferia inexistente, bloqueada, isolada e privada de tudo. Ao som desta canção: http://www.youtube.com/watch?v=zwFS69nA-1w
Noam divide o apartamento com Lulu ( uma amiga q está a procura do amor) e Yali ( q também busca o amor). Os três jovens vivem bem e sem grandes conflitos internos, apenas com as questões cotidianas e ignoram completamente a situação dos palestinos. Realmente, é como se vivessem numa bolha, alheios de tudo. Afinal quanto menor o grau de conhecimento menor o sofrimento. E fica a pergunta: Quantos de nós não vivemos nessa bolha? Talvez seja mais fácil, né?

De repente, aparece o corajoso palestino que decide procurar Noam para lhe devolver a identidade . E assim iniciam um relacionamento afetivo. O filme também quebra alguns preconceitos e mostra que há muitos israelenses que não concordam com os absurdos praticados contra os palestinos, revela uma esquerda israelita, a qual eu nem tinha noção que existia. Quando Ashraf entra em suas vidas, os amigos começam a ter outros olhos para questões sociais, humanas e decidem participar de uma “Rave contra a ocupação” pousando nus para a foto de divulgação ( o cartaz do filme. O que mais me sensibiliza no filme é a amizade entre os quatro. Uma amizade sem tamanho. Capaz de tudo.


Ashraf começa a morar com Noam e vai trabalhar num café com Yaliu. Tudo vai bem, até que um dia, um ex-namorado de Lulu aparece no café e o reconhece, assustado e sem documentação para permanecer em Tel aviv, Ashraf foge de volta para Nablus( periferia ou assentamento palestino) Quando Noam descobre, quase morre de tanto sofrimento, o qual só é um pouco consolado pelo amor dos amigos ( Yuli e Lulu).
Mas, Asharaf decidi retornar a Tel Aviv para encontrar Noam na Rave contra a ocupação. O reencontro é lindo e me comoveu um tanto que até agora estou chorando. Porém, logo Asharaf precisa voltar pois sua irmã Hana se casará . No dia do casamento da Irma, Asharaf lhe revela que é gay, a moça não aceita, mas não deixa de amá-lo. Ele sofre, mas de certa forma se liberta.

Música belissima: ( só detalhe a trilha sonora do filme é perfeita, inclusive há canções da Bebel Gilberto e do magnifico Ivri Lider.
http://www.youtube.com/watch?v=5QZITNdBHxE

Um dia depois do casamento há um ataque a Nablus e a Irma de Asharaf morre baleada e ele decide se tornar homem bomba. Pois, percebe que nada mudará. A situação será sempre a mesma, portanto, cansado e sem esperanças a única decisão coerente parece se tornar suicida. Isto no filme fica claro, inclusive fica mais fácil de compreender tal decisão. A cena mais bonita e dramática do filme é a parte final, quando Ashraf vai a Tel Aviv para cumprir sua missão e reencontra Noam, e este decidi morrer junto com seu amor, pois entende que os dois naquele contexto é impossível. . O filme é belíssimo e vale muito ser visto, pois quebra paradigmas e nos faz entender muitas coisas e nos alivia de nós mesmos. Habi – meu amor ( árabe)

Texto de Dani Bueno do blog Entre o girasol e o espelho

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