Da prisão israelense de Hadarim – onde cumpre cinco penas de prisão perpétua – o líder palestino Marwan Barghouti pediu ontem que "milhões" saiam às ruas em setembro, em apoio ao pedido de independência palestina, que deve acontecer em setembro, durante a Assembleia Geral da Organização das Nações Unidas (ONU).
Crianças palestinas levantam cartaz de Barghouti
Em carta enviada à imprensa, ele incentiva os palestinos nos territórios ocupados por Israel e em outros países a "marchar pacificamente" durante a semana de votação do pedido na Assembleia Geral das Nações Unidas.
O plano palestino de pedir que a ONU aceite a Palestina como membro da organização deu início a uma disputa diplomática com Israel, que o considera – apoiado por seu aliado norte-americano – um ato unilateral, contrário aos acordos de paz assinados.
Com a paralisação das negociações de paz desde 2008 e sem sinais de que serão retomadas em breve, os palestinos disseram que pedirão na ONU uma votação em favor de sua independência. A aprovação na Assembleia Geral seria simbólica e teria pouco efeito prático, mas os palestinos acreditam que o endosso internacional representaria uma forte pressão para que Israel saia dos territórios ocupados.
O líder Barghouti manteve a influência que conquistou durante o movimento insurgente mesmo após ter sido preso. É frequentemente apontado em pesquisas como um dos favoritos à Presidência palestina.
No texto, ele diz que a ida à ONU é parte de uma nova estratégia palestina que abrirá as portas para mais manifestações. A ideia é reproduzir o espírito das revoluções árabes e acirrar a pressão sobre Israel com o aval da ONU.
"Vencer a batalha de setembro, que é um passo importante de nossa luta, requer os maiores protestos pacíficos aqui e na diáspora, nos países árabes e muçulmanos e nas capitais internacionais", disse Barghouti.
Líder palestino
Barghouti, de 51 anos, talvez seja o mais conhecido líder palestino detido por Israel – e um dos cerca de 10 mil presos políticos o que conflito já fez. Ele cumpre cinco sentenças de prisão perpétua por sua participação em levantes armados na última década. Seu nome sempre é citado quando se discute o futuro político da presidência palestina.
A mulher de Barghouti, Fadwa, afirmou que o marido ditou a mensagem para seus advogados durante uma visita recente. Ainda não está claro como a convocação de Barghouti vai evoluir, já que as manifestações vão depender da organização de ativistas pró-palestinos.
Segundo especialistas, Barghouti vem tendo sua trajetória política comparada a de Nelson Mandela – ativista e ex-presidente da África do Sul. A comparação é surgiu principalmente a partir das declarações do líder baseadas na chamada “resistência pacífica”, como pregava o militante africano. E hoje, mesmo preso, é uma das figuras mais populares da Autoridade Palestina.
Barghouti nasceu em uma aldeia próxima de Ramallah , e se tornou membro do Fatah ainda com 15 anos. Com 18, foi preso pela primeira vez por ter envolvimento com grupos militantes palestinos. Em 1987, atuou como um dos principais líderes da Primeira Intifada, levando os palestinos a protestarem em um levante contra Israel. Em 1996, Barghouti foi eleito para o Conselho Legislativo da Palestina, quando começou sua defesa ativa por um Estado Palestino independente.
Durante a Segunda Intifada, sua popularidade cresceu ainda mais e o líder passou a ser visto como uma das principais forças de combate contra as Forças de Defesa Israelenses. Ao mesmo tempo em que via sua popularidade junto às massas aumentar, o líder palestino exortava ações combativas contra Israel. Em 2001, ele conseguiu se livrar da primeira tentativa de prisão.
Só em abril de 2002, Barghouti foi preso, sob a acusação de assassinato e tentativa de homicídios decorrentes dos movimentos de insurgência popular dos quais participou. Desde que está preso, seus apoiadores – entre eles, autoridades políticas, militantes, membros do parlamento europeu – acreditam que Barghouti é uma espécie de Nelson Mandela palestino, uma vez que é apontado como o líder ideal para reanimar um movimento à deriva e dividido nacionalmente.
Estado palestino
No Brasil, a campanha “Pela Criação do Estado da Palestina Já” está em desenvolvimento e a manifestação é respaldada por cerca de três dezenas de organizações políticas e sociais. A Palestina já é reconhecida política e moralmente por mais de cem países.
A Palestina também foi admitida nas organizações da ONU, com exceção da Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco) e da Organização Mundial de Saúde (OMS). E o presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, em pronunciamento feito em maio deste ano, admitiu a criação do Estado palestino com as fronteiras de 1967.
O ministro da Defesa de Israel, Ehud Barak, comparou a eventual decisão da ONU em favor dos palestinos a um “tsunami”. O novo embaixador de Israel na ONU, Ron Prosor, informou à imprensa israelense que o reconhecimento da Palestina por parte da ONU “levaria à violência e à guerra”.
Em 1947, a Organização das Nações Unidas (ONU) criou o Plano de Partilha da Palestina, que resultou na criação do Estado de Israel. Essa iniciativa abriu caminho para uma tragédia cotidiana para o povo palestino. Mais de 500 vilas e comunidades palestinas foram destruídas. Milhares foram presos, torturados e assassinados.
Palestinos foram expulsos de suas casas e de centenas de cidades. Cerca de 4,5 milhões de refugiados palestinos vivem hoje pelo mundo, sendo que a maioria destes se encontra nas fronteiras da Palestina ocupada, e o Estado de Israel segue negando o direito de retorno.
Da Redação, com agências
O plano palestino de pedir que a ONU aceite a Palestina como membro da organização deu início a uma disputa diplomática com Israel, que o considera – apoiado por seu aliado norte-americano – um ato unilateral, contrário aos acordos de paz assinados.
Com a paralisação das negociações de paz desde 2008 e sem sinais de que serão retomadas em breve, os palestinos disseram que pedirão na ONU uma votação em favor de sua independência. A aprovação na Assembleia Geral seria simbólica e teria pouco efeito prático, mas os palestinos acreditam que o endosso internacional representaria uma forte pressão para que Israel saia dos territórios ocupados.
O líder Barghouti manteve a influência que conquistou durante o movimento insurgente mesmo após ter sido preso. É frequentemente apontado em pesquisas como um dos favoritos à Presidência palestina.
No texto, ele diz que a ida à ONU é parte de uma nova estratégia palestina que abrirá as portas para mais manifestações. A ideia é reproduzir o espírito das revoluções árabes e acirrar a pressão sobre Israel com o aval da ONU.
"Vencer a batalha de setembro, que é um passo importante de nossa luta, requer os maiores protestos pacíficos aqui e na diáspora, nos países árabes e muçulmanos e nas capitais internacionais", disse Barghouti.
Líder palestino
Barghouti, de 51 anos, talvez seja o mais conhecido líder palestino detido por Israel – e um dos cerca de 10 mil presos políticos o que conflito já fez. Ele cumpre cinco sentenças de prisão perpétua por sua participação em levantes armados na última década. Seu nome sempre é citado quando se discute o futuro político da presidência palestina.
A mulher de Barghouti, Fadwa, afirmou que o marido ditou a mensagem para seus advogados durante uma visita recente. Ainda não está claro como a convocação de Barghouti vai evoluir, já que as manifestações vão depender da organização de ativistas pró-palestinos.
Segundo especialistas, Barghouti vem tendo sua trajetória política comparada a de Nelson Mandela – ativista e ex-presidente da África do Sul. A comparação é surgiu principalmente a partir das declarações do líder baseadas na chamada “resistência pacífica”, como pregava o militante africano. E hoje, mesmo preso, é uma das figuras mais populares da Autoridade Palestina.
Barghouti nasceu em uma aldeia próxima de Ramallah , e se tornou membro do Fatah ainda com 15 anos. Com 18, foi preso pela primeira vez por ter envolvimento com grupos militantes palestinos. Em 1987, atuou como um dos principais líderes da Primeira Intifada, levando os palestinos a protestarem em um levante contra Israel. Em 1996, Barghouti foi eleito para o Conselho Legislativo da Palestina, quando começou sua defesa ativa por um Estado Palestino independente.
Durante a Segunda Intifada, sua popularidade cresceu ainda mais e o líder passou a ser visto como uma das principais forças de combate contra as Forças de Defesa Israelenses. Ao mesmo tempo em que via sua popularidade junto às massas aumentar, o líder palestino exortava ações combativas contra Israel. Em 2001, ele conseguiu se livrar da primeira tentativa de prisão.
Só em abril de 2002, Barghouti foi preso, sob a acusação de assassinato e tentativa de homicídios decorrentes dos movimentos de insurgência popular dos quais participou. Desde que está preso, seus apoiadores – entre eles, autoridades políticas, militantes, membros do parlamento europeu – acreditam que Barghouti é uma espécie de Nelson Mandela palestino, uma vez que é apontado como o líder ideal para reanimar um movimento à deriva e dividido nacionalmente.
Estado palestino
No Brasil, a campanha “Pela Criação do Estado da Palestina Já” está em desenvolvimento e a manifestação é respaldada por cerca de três dezenas de organizações políticas e sociais. A Palestina já é reconhecida política e moralmente por mais de cem países.
A Palestina também foi admitida nas organizações da ONU, com exceção da Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco) e da Organização Mundial de Saúde (OMS). E o presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, em pronunciamento feito em maio deste ano, admitiu a criação do Estado palestino com as fronteiras de 1967.
O ministro da Defesa de Israel, Ehud Barak, comparou a eventual decisão da ONU em favor dos palestinos a um “tsunami”. O novo embaixador de Israel na ONU, Ron Prosor, informou à imprensa israelense que o reconhecimento da Palestina por parte da ONU “levaria à violência e à guerra”.
Em 1947, a Organização das Nações Unidas (ONU) criou o Plano de Partilha da Palestina, que resultou na criação do Estado de Israel. Essa iniciativa abriu caminho para uma tragédia cotidiana para o povo palestino. Mais de 500 vilas e comunidades palestinas foram destruídas. Milhares foram presos, torturados e assassinados.
Palestinos foram expulsos de suas casas e de centenas de cidades. Cerca de 4,5 milhões de refugiados palestinos vivem hoje pelo mundo, sendo que a maioria destes se encontra nas fronteiras da Palestina ocupada, e o Estado de Israel segue negando o direito de retorno.
Da Redação, com agências
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