Fonte Tijolaço
Curiosíssima a ânsia do presidente da ANP, Haroldo Lima, em lançar logo o edital para uma nova rodada de concessões de áreas de exploração de petróleo no Brasil.É assunto do qual já tratamos aqui.
Não dá para entender, num momento em que as descobertas se sucedem e que nossa capacidade de explorar o petróleo, bem como nossa capacidade de refiná-lo – através da Petrobras estão “no talo” que a pressa em entregar novas áreas de prospecção esteja deixando angustiados os dirigentes da ANP, cujo mandato se encerra em dezembro deste ano.
Em entrevista à Reuters, o presidente Haroldo Lima chega a insinuar que é a Presidenta Dilma Rousseff a responsável pela “demora”:
“Ele disse desconhecer o motivo do atraso, mas afirmou que “ouviu dizer” que a presidente teria pedido para ler com minúcia todo o material do leilão e “estaria muito ocupada”.
Mas então a presidenta não deveria estudar minuciosamente uma decisão como essa? E ela não é uma pessoa muito ocupada?
Certamente há as melhores intenções técnicas da diretoria da ANP em realizar o leilão – que ocorre meses após a publicação do edital – antes do encerramento do seu mandato. Porque a explicação que ele dá, de que “o final do ano já não é tão bom para o leilão”, só pode ter sido provocada por isso, uma vez que não é possível imaginar que grandes empresas petrolíferas não possam participar de um leilão nesta época por estarem envolvidas com a compra de presentes de Natal”.
E depois, o presidente da ANP sabe que esta tarefa é complexa, tanto que, só para começar, timidamente, a cumprir as medidas urgentes determinadas pela presidenta para regular o mercado de etanol, a sua agência levou dois meses, só para colocar em audiência pública, dois genéricos projetos de resolução para o setor, de alcance extremamente limitado.
O petróleo que está nas áreas que seriam licitadas está lá, não vai fugir nem desvalorizar. O dinheiro da população que se vai com os abusos no preço do etanol, ao contrário, vai e não volta.
Então, pressa por que? A Petrobras terá de fazer das tripas, coração – e talvez até comprometer investimentos já em curso – para não deixar que as multis peguem a maioria das áreas que vão a leilão.
Não há problema em que se faça o leilão no final do ano, embora o melhor fosse não fazer e esperar o desenvolvimento dos atuais campos, onde está aparecendo petróleo a rodo. Mas a Petrobras, mesmo se for no final do ano, vai cumprir o seu papel e lutar para arrematar boa parte dos blocos. Em matéria de presente de Natal, esse é o melhor: o petróleo ser dos brasileiros.
Buscado no Gilson Sampaio
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