buscado no Gilson Sampaio
Via MST

Tarso Veloso
Do Valor Econômico
Empresas
 brasileiras com maior parte de composição acionária nas mãos de 
estrangeiros podem escapar da imposição atual de limitar a extensão de 
área na hora de adquirir terras no Brasil. Ontem, após 11 meses de 
intensa discussão, a subcomissão que avalia a aquisição de terras 
brasileiras por estrangeiros aprovou o substitutivo do deputado Marcos 
Montes (PSD-MG), que flexibiliza essa transação.
Durante
 todo o dia de ontem, houve uma acirrada disputa interna na comissão 
entre governo, ruralistas e o PT. Mas o texto do deputado mineiro acabou
 prevalecendo sobre o relatório principal do deputado Beto Faro (PT-PA),
 que criava mais restrições a essas aquisições.
A
 bancada ruralista da subcomissão se uniu e não abriu mão de dois 
pontos: a definição do que é considerada empresa brasileira e como ela 
seria classificada e como ficaria a legislação para aquisições de terras
 em anos anteriores.
Ficou acertado no relatório
 de Montes que as empresas nacionais, mesmo com maioria de capital 
estrangeiro, serão consideradas brasileiras. Com isso, até empresas com 
99% de capital estrangeiro poderão adquirir qualquer extensão de terra, 
respeitando a legislação usada por empresas 100% nacionais.
A
 questão dos limites de terras que poderão ser adquiridas não foi 
incluída no texto final. Assim, não haverá limites para as aquisições. 
No relatório de Beto Faro, havia um limite de 50 módulos ou 2,5 mil 
hectares para as aquisições de estrangeiros, até mesmo em empresas com 
maioria de capital estrangeiro.
Outro ponto, 
presente no texto de Montes define que todas as compras já realizadas ou
 aquelas que estão em negociação serão regularizadas. Em contraposição, o
 relatório do petista previa que essa indulgência só seria concedida aos
 negócios fechados de 1999 até 2010, período em que o assunto estava 
regulado por dois pareceres da Advocacia-Geral da União (AGU).
As
 reuniões para discutir começaram às 14h com uma disputa sobre qual 
texto seria apreciado. Beto Faro prometeu adequar o texto ao pedido dos 
parlamentares da subcomissão _todos ruralistas favoráveis a dar mais 
liberdade aos estrangeiros. Montes deixou ainda em aberto a 
possibilidade de votar o texto de sua autoria, caso as mudanças de Faro 
não fossem as esperadas. O clima de disputa era tão intenso que Faro se 
referia ao relatório de Montes como "o relatório de vocês".
Ao
 fim da reunião, ficou acertado que haveria um novo encontro às 17h para
 a votação. Na audiência, Faro não abriu mão de alguns pontos e Montes 
flexibilizou ainda mais. O deputado mineiro retirou de seu texto a 
imposição que as compras deveriam ser aprovadas por três ministérios: 
Agricultura, Meio Ambiente e Indústria. Com a mudança, nenhuma aprovação
 prévia é necessária.
Outro ponto flexibilizado 
por Montes foi a retirada do artigo 10, que condicionava a aquisição de 
imóveis no bioma Amazônico ou em áreas consideradas de segurança 
nacional, por empresas estrangeiras, a uma aprovação do Conselho de 
Defesa Nacional.
 
 
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